São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011 |
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JOSUÉ GOMES DA SILVA A primeira reforma: moral Nas últimas semanas, a sociedade brasileira intensificou a discussão sobre as reformas que há anos têm sido postergadas, embora prometidas em cada nova campanha eleitoral. É gratificante constatar que esse positivo debate público frutifica o inegável aperfeiçoamento da democracia em nosso país. Uma de nossas mais recentes e significativas conquistas foi vencer o preconceito e eleger a primeira mulher presidente do Brasil. Contudo, se podemos comemorar avanços, cabe lembrar que nos falta ainda um longo caminho a ser percorrido. E nem poderia ser diferente, porque a dinâmica de um país exige permanentes transformações. Pelo que a mídia tem informado, a população elegeu a reforma política como a que deve vir primeiro, acreditando que esta, ao preceder as outras, estabelecerá ambiente ainda mais legítimo para votá-las. É possível que, com regras políticas melhor definidas, nossos representantes no Congresso tenham melhores condições de promover as reformas tributária, trabalhista, previdenciária e outras. Sempre, assim esperamos, respeitando os interesses do país e a vontade popular. Não é difícil entender as razões pelas quais a sociedade se posiciona desse modo, afinal a falta das necessárias reformas prejudica os que produzem e trabalham, reduz as possibilidades de crescimento e limita os investimentos e a criação de empregos. Estamos diante de um desafio importantíssimo para agilizar o desenvolvimento do país, e não devemos mais adiá-lo. Entre as principais teses quanto aos modelos eleitorais que podem ser adotados, estão o voto em lista e o distrital, o financiamento público de campanhas e a fidelidade partidária. Para cada uma dessas propostas, existem bons argumentos contra e a favor. No meu entender, são bem-vindas todas as propostas que possam fortalecer os partidos -base legítima do processo político. Mas, ainda que prevaleçam ideias capazes de aprimorar nosso sistema político dentro da realidade do século em que vivemos, é imperioso que exerçamos o poder do voto de maneira responsável, escolhendo os melhores candidatos. Refiro-me à necessidade de que o processo eleitoral rejeite a imoralidade e a falta de ética. E cabe a nós, cidadãos eleitores, promover a mais importante de todas as reformas: a da moralidade. "Se todos quisermos, podemos fazer deste país uma grande nação", disse há séculos um de nossos mais importantes líderes: Tiradentes. A reforma moral na política está em nossas mãos e temos a responsabilidade de conduzir o Brasil como nação ética, livre e desenvolvida. JOSUÉ GOMES DA SILVA escreve aos domingos nesta coluna. Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Um campo e um tiro Próximo Texto: TENDÊNCIAS/DEBATES Miguel Srougi: Presidente: sonhar e não ceder Índice | Comunicar Erros |
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