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Margem para produzir
O DESTAQUE no desempenho do PIB brasileiro no
terceiro trimestre coube
ao investimento produtivo. O
potencial de crescimento da economia, portanto, vai se mostrando maior do que se avaliava.
Os números divulgados pelo
IBGE mostraram que a economia cresceu no terceiro trimestre mais do que estimavam os
analistas. O consumo manteve
ritmo de alta similar ao dos trimestres anteriores, na faixa de
6% ao ano. A contribuição negativa do setor externo para a variação do PIB ampliou-se, refletindo uma forte aceleração das
importações de bens e serviços e
um ritmo baixo de aumento das
exportações. O responsável pela
aceleração do PIB foi sobretudo
o gasto com novas fábricas e
equipamentos.
O IBGE divulgou também dados revistos acerca do PIB em
2005, 2006 e no primeiro semestre de 2007. Em todos os casos o
investimento superou as cifras
anteriores. Graças a isso as taxas
de crescimento do PIB em 2005
e em 2006 foram revistas para cima. Passaram a 3,2% e 3,8%,
contra, pela ordem, 2,9% e 3,7%
no cálculo anterior.
O aumento da capacidade fabril propiciada pelo investimento eleva o ritmo no qual a economia pode crescer sem aumentar
a inflação. O Ipea estimou que
em 2006 esse ritmo situava-se
em 3,9%. Já em 2007, o crescimento potencial do PIB ultrapassa, pelos cálculos de várias
instituições, os 4,5%.
A inflação tem se mantido um
pouco mais pressionada do que
se antecipava. Embora a razão
básica seja uma alta de alimentos, que tende a ser temporária,
isso contribuiu para uma piora
nas expectativas de inflação. Outro fator para tanto é o receio de
que a demanda venha a ultrapassar a oferta de produtos industriais. O dinamismo do investimento sugere que esse temor logo deverá dissipar-se.
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