São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007

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Margem para produzir

O DESTAQUE no desempenho do PIB brasileiro no terceiro trimestre coube ao investimento produtivo. O potencial de crescimento da economia, portanto, vai se mostrando maior do que se avaliava.
Os números divulgados pelo IBGE mostraram que a economia cresceu no terceiro trimestre mais do que estimavam os analistas. O consumo manteve ritmo de alta similar ao dos trimestres anteriores, na faixa de 6% ao ano. A contribuição negativa do setor externo para a variação do PIB ampliou-se, refletindo uma forte aceleração das importações de bens e serviços e um ritmo baixo de aumento das exportações. O responsável pela aceleração do PIB foi sobretudo o gasto com novas fábricas e equipamentos.
O IBGE divulgou também dados revistos acerca do PIB em 2005, 2006 e no primeiro semestre de 2007. Em todos os casos o investimento superou as cifras anteriores. Graças a isso as taxas de crescimento do PIB em 2005 e em 2006 foram revistas para cima. Passaram a 3,2% e 3,8%, contra, pela ordem, 2,9% e 3,7% no cálculo anterior.
O aumento da capacidade fabril propiciada pelo investimento eleva o ritmo no qual a economia pode crescer sem aumentar a inflação. O Ipea estimou que em 2006 esse ritmo situava-se em 3,9%. Já em 2007, o crescimento potencial do PIB ultrapassa, pelos cálculos de várias instituições, os 4,5%.
A inflação tem se mantido um pouco mais pressionada do que se antecipava. Embora a razão básica seja uma alta de alimentos, que tende a ser temporária, isso contribuiu para uma piora nas expectativas de inflação. Outro fator para tanto é o receio de que a demanda venha a ultrapassar a oferta de produtos industriais. O dinamismo do investimento sugere que esse temor logo deverá dissipar-se.


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