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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Uma cruzada pela educação
NA EDIÇÃO de 25/11, tive a
satisfação de aplaudir nesta
coluna os brilhantes resultados alcançados pelos alunos do
Senai que classificaram o Brasil em
segundo lugar na Olimpíada das
Profissões, realizada no Japão.
Na semana seguinte, recebi uma
ducha de água fria ao saber que os
alunos brasileiros ocupam os últimos lugares no mundo no desempenho em ciências, matemática e
português. Isso está se tornando
uma doença crônica. O que fazer?
Sabemos que os resultados dos
investimentos em educação são
lentos. Mas precisamos encontrar
uma fórmula de queimar etapas e
acelerar o processo.
Sem ser especialista nesse campo, vejo que os pesquisadores recomendam atacar prioritariamente a
melhoria da gestão das escolas, o
aperfeiçoamento dos professores,
o apoio aos estudantes desprotegidos e o rigor na avaliação.
No campo da avaliação, já demos
bons passos. Pode estar aí o passo
inicial para encurtar o caminho. A
Prova Brasil avalia os alunos da
quarta e oitava séries, e o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica) examina os alunos do terceiro ano do ensino médio. Com base neles, é possível saber o que está acontecendo nas escolas da rede pública, incluindo o
desempenho dos alunos e dos professores. São instrumentos úteis
para corrigir rumos.
Para facilitar o seu uso, sugiro
que as empresas ajudem os seus
funcionários, via internet, a conhecer qual é a situação da escola onde
estudam seus filhos.
Nesse caso, pais e empresários
passariam a cobrar um melhor ensino, exigindo dos diretores, professores e autoridades governamentais uma educação com o
maior empenho possível.
A força da demanda é estratégica
para o Brasil subir alguns degraus
entre os países com os quais compete e para chegar a uma democracia adulta. Sim, porque a boa educação é importante não só para o
trabalho mas, sobretudo, para o
exercício da cidadania.
Precisamos dar uma virada para
ganhar um pouco do tempo perdido. Não adianta continuarmos a fazer diagnósticos e a promover
comparações com outros países. Já
conhecemos a problemática. Estamos atrás da "solucionática".
Minha sugestão, portanto, é a de
organizar mecanismos para aumentar a pressão da demanda pelo
bom ensino.
Faz-se necessário montar um
grande movimento social -uma
verdadeira cruzada- cujo lema seria: pais e empresários de todo o
Brasil, uni-vos para melhorar a
educação.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos
domingos nesta coluna.
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