|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TETOS PARA O IPTU
A Prefeitura de São Paulo parece não ter chegado a um acordo sobre a melhor versão para sua
decisão de fixar tetos para os aumentos do IPTU aprovados pela Câmara.
A prefeita Marta Suplicy e o secretário de Governo, Rui Falcão, têm oferecido explicações desencontradas
sobre a proposta que limita os reajustes a 20% para os imóveis residenciais e 25% para os não-residenciais.
Até o final de 2002, a prefeitura divulgava tabelas nas quais os aumentos no tributo, provocados pela correção de 7% na Planta Genérica de
Valores e por mudanças nas faixas de
isenção e de desconto, seriam de no
máximo 35%. O presidente do Legislativo municipal, Arselino Tatto, diz
que em nenhum momento os vereadores foram informados de que o
"aumento superaria os 30%, 35%".
Na época, a prefeita argumentava
que um aumento dessa magnitude
atingiria faixa restrita da população:
"Uma pessoa que pagava R$ 700 vai
pagar no máximo R$ 900".
Após a revelação de que 9% dos
paulistanos onerados pelo imposto
terão reajustes superiores a 35% (há
casos em que o aumento supera os
250%), a prefeitura se apressou em
enviar uma proposta corretiva, talvez
já levando em conta as eleições municipais de 2004. Mas faltou combinar a explicação para essa inesperada
manifestação de generosidade.
Inicialmente, a prefeita alegou que
a administração tinha fixado índices
maiores, que seriam usados na negociação com os vereadores: "Você
sempre deixa uma margem de negociação quando manda um projeto. E
essa margem acabou não sendo usada". Depois, o secretário Rui Falcão
passou a sustentar que os aumentos
absurdos só teriam sido descobertos
numa checagem feita após a aprovação do aumento na Câmara: "Acho
que é nobre, toda vez que você detecta um erro, corrigi-lo". Não resta dúvida de que é nobre corrigir um erro,
mas esse não é o termo adequado para a tentativa de encobrir um abuso.
Texto Anterior: Editoriais: OS SEIS AMIGOS Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Previdência e emoções Índice
|