São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2008

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Muda o favorito

OS RESULTADOS da última rodada de prévias nos Estados Unidos imprimiram um novo ritmo à disputa entre os senadores Barack Obama e Hillary Clinton pela indicação presidencial do Partido Democrata.
Como previsto, Obama venceu nos três Estados da região do rio Potomac que realizaram primárias na última terça. A novidade é que ele avançou em estratos nos quais Hillary aparecia como quase imbatível em outras prévias, como os eleitores mais velhos, os brancos e os trabalhadores de renda mais baixa, além de consolidar-se ainda mais em faixas nas quais já figurava como favorito.
Tal movimento reforça a hipótese, já sugerida por várias projeções, de que nenhum dos dois conseguirá, ao longo do processo de prévias, obter os 2.025 delegados que garantiriam a indicação. Desse modo, a disputa seria decidida pelos cerca de 800 superdelegados, caciques do partido que podem votar como quiserem. É em torno desses grandes eleitores que os dois pré-candidatos agora se movimentam.
Tornou-se lugar-comum afirmar que Hillary se sai melhor na máquina partidária, mas a ex-primeira-dama terá vários obstáculos pela frente antes de poder pôr à prova essa percepção. No próximo dia 4, ocorrerão prévias em dois Estados importantes: Ohio e Texas. Ela precisa de vitórias convincentes em ambos para reequilibrar a balança.
Outro risco diz respeito à atitude dos superdelegados. Grande parte dos que declararam voto em Hillary Clinton está com a senadora porque ela era tida como a preferida dos eleitores democratas. Só que o avanço da candidatura Obama, bem como sua ascensão nas pesquisas nacionais acerca de um embate contra o republicano John McCain, pode mudar esse quadro.
A esta altura, qualquer prognóstico não passa de aposta. O certo é que, diante do fenômeno Obama, Hillary Clinton já deixou de ser a favorita.


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