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Muda o favorito
OS RESULTADOS da última
rodada de prévias nos Estados Unidos imprimiram
um novo ritmo à disputa entre os
senadores Barack Obama e Hillary Clinton pela indicação presidencial do Partido Democrata.
Como previsto, Obama venceu
nos três Estados da região do rio
Potomac que realizaram primárias na última terça. A novidade é
que ele avançou em estratos nos
quais Hillary aparecia como quase imbatível em outras prévias,
como os eleitores mais velhos, os
brancos e os trabalhadores de
renda mais baixa, além de consolidar-se ainda mais em faixas nas
quais já figurava como favorito.
Tal movimento reforça a hipótese, já sugerida por várias projeções, de que nenhum dos dois
conseguirá, ao longo do processo
de prévias, obter os 2.025 delegados que garantiriam a indicação.
Desse modo, a disputa seria decidida pelos cerca de 800 superdelegados, caciques do partido que
podem votar como quiserem. É
em torno desses grandes eleitores que os dois pré-candidatos
agora se movimentam.
Tornou-se lugar-comum afirmar que Hillary se sai melhor na
máquina partidária, mas a ex-primeira-dama terá vários obstáculos pela frente antes de poder pôr à prova essa percepção.
No próximo dia 4, ocorrerão prévias em dois Estados importantes: Ohio e Texas. Ela precisa de
vitórias convincentes em ambos
para reequilibrar a balança.
Outro risco diz respeito à atitude dos superdelegados. Grande
parte dos que declararam voto
em Hillary Clinton está com a senadora porque ela era tida como
a preferida dos eleitores democratas. Só que o avanço da candidatura Obama, bem como sua ascensão nas pesquisas nacionais
acerca de um embate contra o republicano John McCain, pode
mudar esse quadro.
A esta altura, qualquer prognóstico não passa de aposta. O
certo é que, diante do fenômeno
Obama, Hillary Clinton já deixou
de ser a favorita.
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