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CLÓVIS ROSSI
O Amauri e a fama
ROMA - Amauri vale tanto quanto
Ronaldinho Gaúcho. "Amauri
quem?", perguntará você, mesmo
que seja fanático por futebol. Respondo: Amauri Carvalho de Oliveira. "Quem?", tornará a perguntar
você -e até o Paulo Vinícius Coelho, da ESPN Brasil, o jornalista que
parece ter na cabeça nome, CIC e
RG de todos os jogadores e clubes
de futebol do mundo.
Amauri joga no Palermo, clube
intermediário. Tem 28 anos, veio de
um time amador de São Paulo direto para o Napoli, depois de apenas
um torneio de verão, o de Viareggio,
em que marcou cinco gols. Tinha 20
anos.
Vagou pela Itália toda: Nápoles,
Piacenza, Messina, Verona. Esteve
até em Belinzona, na Suíça italiana.
"Parecia o clássico enganador sul-americano", escreveu sobre seu
passado o jornal "La Repubblica"
depois que Amauri marcou dois
gols na vitória do Palermo (3 a 2)
sobre a Juventus de Turim, dia 6.
Nesta temporada, Amauri, de enganador, passou a craque.
O mesmo "La Repubblica" diz
que, "hoje, o brasileiro está entre os
melhores centroavantes da Itália,
porque sabe fazer de tudo: tem classe e potência, espírito de equipe e
personalidade".
Na terça-feira, diretores do Palermo e da Juventus se reuniram
para tratar da transferência de
Amauri. O Palermo, segundo a mídia italiana, queria 25 milhões,
exatamente a cifra que se diz que o
Milan pagará por Ronaldinho, a
respeito do qual ninguém, no mundo todo, pergunta quem?
Consta que, se for fechado o negócio, Amauri custará 13 milhões.
Mesmo assim é um saco de dinheiro para quem errou de clube em
clube como anônimo, ainda mais
na comparação com quem era tido
como "mágico" até pelo Tostão,
econômico em elogios como nenhum outro cronista.
E tem gente que mata (ou morre)
pela tal de fama, animal caprichoso
por excelência.
crossi@uol.com.br
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