São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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CLÓVIS ROSSI

O Amauri e a fama

ROMA - Amauri vale tanto quanto Ronaldinho Gaúcho. "Amauri quem?", perguntará você, mesmo que seja fanático por futebol. Respondo: Amauri Carvalho de Oliveira. "Quem?", tornará a perguntar você -e até o Paulo Vinícius Coelho, da ESPN Brasil, o jornalista que parece ter na cabeça nome, CIC e RG de todos os jogadores e clubes de futebol do mundo.
Amauri joga no Palermo, clube intermediário. Tem 28 anos, veio de um time amador de São Paulo direto para o Napoli, depois de apenas um torneio de verão, o de Viareggio, em que marcou cinco gols. Tinha 20 anos.
Vagou pela Itália toda: Nápoles, Piacenza, Messina, Verona. Esteve até em Belinzona, na Suíça italiana. "Parecia o clássico enganador sul-americano", escreveu sobre seu passado o jornal "La Repubblica" depois que Amauri marcou dois gols na vitória do Palermo (3 a 2) sobre a Juventus de Turim, dia 6.
Nesta temporada, Amauri, de enganador, passou a craque.
O mesmo "La Repubblica" diz que, "hoje, o brasileiro está entre os melhores centroavantes da Itália, porque sabe fazer de tudo: tem classe e potência, espírito de equipe e personalidade".
Na terça-feira, diretores do Palermo e da Juventus se reuniram para tratar da transferência de Amauri. O Palermo, segundo a mídia italiana, queria 25 milhões, exatamente a cifra que se diz que o Milan pagará por Ronaldinho, a respeito do qual ninguém, no mundo todo, pergunta quem?
Consta que, se for fechado o negócio, Amauri custará 13 milhões.
Mesmo assim é um saco de dinheiro para quem errou de clube em clube como anônimo, ainda mais na comparação com quem era tido como "mágico" até pelo Tostão, econômico em elogios como nenhum outro cronista.
E tem gente que mata (ou morre) pela tal de fama, animal caprichoso por excelência.


crossi@uol.com.br

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