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O nó do ensino paulista
O EX-MINISTRO da Educação
e deputado federal Paulo
Renato Souza (PSDB-SP)
retorna ao cargo de secretário
que já ocupara na administração
Franco Montoro. Sua experiência e biografia indicam que o governador José Serra buscou nome de peso para cobrir um flanco
desguarnecido da gestão tucana.
Após 14 anos no governo do
Estado de São Paulo, o PSDB não
tem do que se orgulhar com sua
rede de ensino, cujos indicadores
revelam desempenho medíocre,
quando não declinante.
Em seus primeiros pronunciamentos, o secretário enfatizou
uma missão política e não se
mostrou tão preocupado em
abordar as deficiências e vícios
que afetam 5.000 escolas estaduais. São 5 milhões de estudantes e 230 mil professores, dos
quais 100 mil contratados como
temporários.
Era essa a tarefa a que se dedicava a ocupante anterior do posto, Maria Helena Guimarães de
Castro, quando foi substituída
em circunstâncias pouco esclarecidas, depois de ter permanecido apenas 20 meses na Secretaria de Educação.
Paulo Renato, em entrevista à
Folha, não foi explícito quanto
ao que planeja fazer. Limitou-se
à intenção genérica de dar mais
ênfase à alfabetização e à diversificação do ensino médio. Questionado diretamente sobre o
mau desempenho dos alunos da
rede pública paulista, apontou a
existência de bons instrumentos
de avaliação e culpou a má formação de professores, "um problema nacional".
Se for essa sua linha de defesa,
precisa melhorá-la. Ninguém lhe
recusa o mérito, quando ministro, de ter criado abrangente sistema de avaliação, bem como de
ter sanado, com o Fundef, o problema da inconstância de verbas
no ensino fundamental. Nos oito
anos de Esplanada, no entanto,
não atacou de modo decisivo a
questão da qualidade do ensino.
Na educação básica paulista,
embora tenha se completado a
universalização do acesso, do
ponto de vista qualitativo resta
quase tudo por fazer.
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