São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006 |
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ANTONIO DELFIM NETTO Câmbio: a tragédia anunciada
O s economistas costumam esconder o seu desconhecimento
sobre a taxa cambial atrás de uma obviedade: a taxa de "equilíbrio" é aquela que iguala a demanda e a oferta de
divisas com a economia crescendo à
sua capacidade potencial. A definição
mais confunde do que esclarece, porque "oferta" e "procura" são entes
abstratos até que seja explicitada como concretamente se formam e de
quais fatores dependem. Por exemplo,
a "oferta" depende não apenas do movimento de exportação de bens e serviços mas também do movimento dos
capitais, das diferenças entre as taxas
de juros reais internas e externas, da
existência de mercados futuros, das
expectativas etc. A "demanda" depende, pelo menos, do nível e da expectativa de crescimento do PIB, e estes,
certamente, da taxa de juro real interna e do próprio saldo em conta corrente, o que mostra que a completa independência entre elas exigida pela
teoria é, pelo menos, duvidosa. Esses números mostram o efeito da insensata política monetária dos últimos 24 meses, que usou, oportunisticamente, a taxa de câmbio como instrumento da política antiinflacionária. A desarticulação do setor exportador é um grave erro, e o governo vai pagar por isso! E o presidente Lula vai pagar em dobro se for reeleito... Antonio Delfim Netto escreve às quartas-feiras nesta coluna. @ - dep.delfimnetto@camara.gov.br Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Nomes complicados Próximo Texto: Frases Índice |
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