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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Padre Eustáquio bem-aventurado
O ESTÁDIO Mineirão acolheu, na festa do Corpo de
Cristo, a multidão de fiéis
vindos das paróquias de Belo Horizonte e de outras cidades. Eram
mais de 80 mil pessoas. O local
transformou-se em lugar de oração. Reunia-se a 12ª Torcida de
Deus, no tema "Eucaristia, Fonte
de Evangelização". É muito bela a
tradição dessas celebrações de fé e
de comunhão eclesial, que animam
as comunidades no louvor a Deus e
no compromisso da caridade.
Na mesma ocasião, comemorou-se um evento raro e que muito alegrou a comunidade católica. Os documentos referentes à santidade
de vida do venerável servo de Deus
Eustáquio Van Lieshout, padre da
Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, estavam
concluídos. Também fora aceito o
milagre comprovado cientificamente da surpreendente cura de
câncer por intercessão do padre
Eustáquio em benefício do padre
Gonçalo Belém, de Belo Horizonte.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte,
dirigiu ao Santo Padre pedido a fim
de que o servo de Deus seja inscrito
no número dos bem-aventurados.
A solicitação foi acolhida pelo Papa
Bento 16, que concedeu também
que a cerimônia litúrgica fosse celebrada no Brasil e presidida pelo
cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação das Causas
dos Santos.
Podemos imaginar a alegria de
nosso povo ao reunir-se no Mineirão. Tarde linda. Liturgia bem preparada. Cantos e encenações dos
jovens. Tudo convergia para a celebração da Eucaristia. A Igreja viva,
orante, festiva, agradecia a Deus o
dom de nos conceder mais um
exemplo de santidade na pessoa do
padre Eustáquio.
Nasceu na Holanda (Aarle-Rixtel), em 3/11/1890; foi batizado
com o nome de Humberto, oitavo
filho de 11 irmãos. Família de camponeses de grande fé. Marcou desde cedo a vida do jovem o testemunho do missionário, beato padre
Damião. Pediu assim para ser recebido na Congregação dos Sagrados
Corações de Jesus e Maria, escolhendo o nome de Eustáquio. Ordenado sacerdote, veio para o Brasil em 1925. Trabalhou no Triângulo Mineiro, em Poá, Rio Claro, Patrocínio e Belo Horizonte. Dezoito
anos de vida missionária. Morreu
com 53 anos, em 30 de agosto de
1946, após dolorosa agonia, vítima
do tifo. A beleza de seu testemunho
está na intensa vida de oração, na
simplicidade, na dedicação aos enfermos e aos pobres e no zelo pela
salvação dos pecadores e admirável
obediência à orientação dos superiores. Sua bondade encantava,
aproximando todos de Deus.
Precisamos desses exemplos que
nos ensinam a perceber quanta
gente boa e santa vive no meio do
povo. São a "Torcida de Deus" de
todo dia.
@ - almendescuria@yahoo.com.br
DOM LUCIANO MENDES DE ALMEIDA escreve aos
sábados nesta coluna.
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