São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Padre Eustáquio bem-aventurado

O ESTÁDIO Mineirão acolheu, na festa do Corpo de Cristo, a multidão de fiéis vindos das paróquias de Belo Horizonte e de outras cidades. Eram mais de 80 mil pessoas. O local transformou-se em lugar de oração. Reunia-se a 12ª Torcida de Deus, no tema "Eucaristia, Fonte de Evangelização". É muito bela a tradição dessas celebrações de fé e de comunhão eclesial, que animam as comunidades no louvor a Deus e no compromisso da caridade.
Na mesma ocasião, comemorou-se um evento raro e que muito alegrou a comunidade católica. Os documentos referentes à santidade de vida do venerável servo de Deus Eustáquio Van Lieshout, padre da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, estavam concluídos. Também fora aceito o milagre comprovado cientificamente da surpreendente cura de câncer por intercessão do padre Eustáquio em benefício do padre Gonçalo Belém, de Belo Horizonte.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, dirigiu ao Santo Padre pedido a fim de que o servo de Deus seja inscrito no número dos bem-aventurados.
A solicitação foi acolhida pelo Papa Bento 16, que concedeu também que a cerimônia litúrgica fosse celebrada no Brasil e presidida pelo cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação das Causas dos Santos.
Podemos imaginar a alegria de nosso povo ao reunir-se no Mineirão. Tarde linda. Liturgia bem preparada. Cantos e encenações dos jovens. Tudo convergia para a celebração da Eucaristia. A Igreja viva, orante, festiva, agradecia a Deus o dom de nos conceder mais um exemplo de santidade na pessoa do padre Eustáquio.
Nasceu na Holanda (Aarle-Rixtel), em 3/11/1890; foi batizado com o nome de Humberto, oitavo filho de 11 irmãos. Família de camponeses de grande fé. Marcou desde cedo a vida do jovem o testemunho do missionário, beato padre Damião. Pediu assim para ser recebido na Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, escolhendo o nome de Eustáquio. Ordenado sacerdote, veio para o Brasil em 1925. Trabalhou no Triângulo Mineiro, em Poá, Rio Claro, Patrocínio e Belo Horizonte. Dezoito anos de vida missionária. Morreu com 53 anos, em 30 de agosto de 1946, após dolorosa agonia, vítima do tifo. A beleza de seu testemunho está na intensa vida de oração, na simplicidade, na dedicação aos enfermos e aos pobres e no zelo pela salvação dos pecadores e admirável obediência à orientação dos superiores. Sua bondade encantava, aproximando todos de Deus.
Precisamos desses exemplos que nos ensinam a perceber quanta gente boa e santa vive no meio do povo. São a "Torcida de Deus" de todo dia.


@ - almendescuria@yahoo.com.br

DOM LUCIANO MENDES DE ALMEIDA escreve aos sábados nesta coluna.


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