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PAINEL DO LEITOR
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Sarney
"É verdadeiramente incrível que
o senhor José Sarney não soubesse
da nomeação de seu neto para exercer um cargo no Congresso.
Como um presidente do Senado
não participou desse ato? É muito
cômodo dizer que não sabia. É mais
fácil fingir do que confessar o ato.
Será que Epitácio Cafeteira não
participou a seu amigo a contratação de seu neto?
A cada dia que passa, os brasileiros ficam mais descrentes desse
Congresso, e os senadores que se
cuidem, porque a confiança que a
população tinha naquela Casa foi
por água abaixo.
Sarney deveria dar o exemplo e
sair do cargo para preservar o bom
nome do Congresso."
CLEUSA GUERREIRO HUGUENEY (Uberlândia, MG)
"Concordo com os leitores Alexandre Dantas e Carlos Marcondes
("Painel do Leitor", ontem) quanto à
coluna utilizada pelo senhor José
Sarney nesta Folha.
Tanto faz se a região Norte e o
Estado do Maranhão se afogam em
enchentes ou se os jornais noticiam
que sua família se emprega aos lotes no Senado. Temas como esses
não preocupam o senador pelo que
se lê ali às sextas-feiras.
José Sarney foi presidente devido à morte de Tancredo Neves,
quando o país todo esperava pela
posse deste. Tem boa sorte, boa estrela, o poder a seu favor.
Aos 79 anos, um político não muda. Mas certamente a Folha poderia usar o espaço por ele ocupado
com escritores e personalidades de
interesse para seus leitores, para o
cidadão comum."
MARIA DE LOURDES B. SANTOS
(Belo Horizonte, MG)
"Sarney diz que é uma injustiça o
país julgar um homem como ele.
Pois, na minha opinião, injustiça é
um país como o Brasil ter um político como Sarney."
PERCY DE OLIVEIRA (Rio Claro, SP)
Doutores
"No editorial "Déficit de inteligência" (Opinião, 15/6), a Folha
indaga sobre o mistério de ter caído
nos últimos anos o número de novos doutores no Brasil.
A resposta para a questão é
simples: falta incentivo para os
doutorandos.
À medida que o MEC deixou de
exigir que as faculdades, centros
universitários e universidades possuam em seus quadros de docentes
determinado percentual de mestres e doutores, as referidas instituições passaram a demitir os doutores ou deixaram de admitir novos
doutores -ou os mantiveram empregados, mas remunerando-os como se fossem mestres.
Portanto o problema não é apenas falta de investimentos para financiar os estudos."
ELISEU ROSENDO NUÑEZ, professor universitário
(São Paulo, SP)
Gestão
"O senhor Emílio Odebrecht, no
artigo "Procuram-se líderes" (Opinião, 14/6), faz referência a "práticas de boa governança corporativa,
tão comuns na iniciativa privada".
O empresário poderia explicar
melhor essas práticas à luz da atual
crise que assola o mundo e também
o papel das grandes corporações
empresariais e dos grandes executivos formados nos bancos das mais
famosas instituições de ensino.
Grandes corporações, ícones ou
referências de modelo empresarial,
ruíram ou estão batendo às portas
de governos em busca de ajuda.
É impressionante ver a situação
por que passa o mundo agora, quando temos mais detalhes sobre o modelo especulativo, desumano e corrupto adotado no campo dos altos
negócios. Aliás, quando se fala de
"boa governança corporativa", o que
inclui aspectos relacionados à responsabilidade social, impressiona
muito verificar o altíssimo grau de
envolvimento de grandes e ditas
"reputadas" corporações nas denúncias e investigações que dizem respeito à corrupção."
RENATO BRITO (São Paulo, SP)
ProUni
"Parabéns à Folha pela iniciativa
de solicitar ao Inep pesquisa sobre
o desempenho dos universitários
bolsistas do ProUni ("Nota de bolsista é igual à de aluno pagante",
Cotidiano, 15/6). A pesquisa permite que o debate prossiga sobre
bases factuais mais sólidas.
O editorial, ao reconhecer os méritos do programa que já beneficiou
mais de meio milhão de estudantes,
é um alento para que surjam novas
iniciativas de inclusão social no
campo da educação.
O editorial não faz comentários,
mas, ao lado do rendimento dos
bolsistas do ProUni, igual ou superior ao de seus colegas, vale ressaltar a diferença de custo entre o estudante das universidades públicas
(R$ 13.611,22) e o do ProUni (R$
1.800)."
JOSÉ OSCAR BEOZZO (São Paulo, SP)
Voto
"Não sei a razão de o Brasil, com
os políticos que tem, ainda obrigar
os seus cidadãos a votar. Uma das
características da democracia é o cidadão ter a opção de participar ou
não da vida política de seu país, incluindo decidir se quer exercer ou
não o direito do voto.
Hoje somos obrigados a referendar e a ser cúmplices de um sistema
político arcaico, autoritário e que
pune quem não vota ou não justifica a sua ausência. O eleitor precisa
ser libertado dessa legislação jurássica para poder escolher se deve votar ou não, já que os políticos estão
se "lixando" para nós."
LUIZ CARLOS SIZENANDO TEIXEIRA (Catanduva, SP)
"Não é à toa que há muito desisti
de votar. Não quero eleger mais
ninguém, pois no futuro não quero
ser acusado, julgado e condenado
por formação de quadrilha."
JOSIMAR LOPES (São Paulo, SP)
Irã
"Tenho idade suficiente para informar que, desde a década de 40,
votei em todas as eleições. Naquele
tempo, tínhamos muito menos que
os 60 milhões de eleitores iranianos
e o processo eleitoral era o mesmo
que eles utilizam atualmente: cédulas depositadas numa urna e, na
apuração, contadas e computadas
manualmente, uma a uma. Na época, esperávamos de 15 a 20 dias para
conhecer o resultado. No Irã, usando o nosso antigo método de votação e apuração, conseguiram o milagre de apresentar o resultado horas depois do término da votação.
Que me desculpe o presidente
Lula, mas só esse fato já me deixa
absolutamente convencido de que
houve fraude."
JOSÉ MEIRELLES (São Paulo, SP)
Aposentados
"Muitos aposentados já morreram sem ter visto recuperados os
seus salários, corroídos ao longo
tempo pelos arrochos salariais para
os que ganham acima do mínimo.
A base aliada do governo na Câmara, principalmente os líderes
partidários, continua afinada com o
Planalto para que não seja votada a
vinculação dos benefícios da Previdência ao salário mínimo, como
consta do projeto do senador Paulo
Paim.
Até quando teremos esse tipo de
representante?"
ANTONIO DE SOUZA D'AGRELLA (São Paulo, SP)
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