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FACILITAR OS NEGÓCIOS
Mais uma vez , o Brasil despontou em estudo realizado
pelo Banco Mundial como um dos
piores lugares do planeta para fazer
negócios. Um novo ranking elaborado pelo banco situa o país na 119ª posição em uma lista de 155 economias. O Brasil fica atrás de competidores emergentes como México
(73º), Rússia (79º) e China (91º).
Terceira carga tributária do mundo, só superada pelas do Congo e do
Iêmen, nenhum outro país foi tão
mal avaliado no que diz respeito a
seu sistema de taxas. O Brasil também ficou nas últimas posições em
itens como tempo despendido para
abrir uma empresa, prazos para obter licenças e custos relativos à demissão de funcionários.
De mais favorável, o estudo menciona a aprovação da Lei de Falências
e alguns outros aperfeiçoamentos legais. São passos importantes, que se
seguem a outros já dados nos últimos anos, mas insuficientes diante
do caminho a ser percorrido.
Certamente que muitos desses problemas refletem a situação de uma
economia em desenvolvimento e de
uma sociedade marcada por tradição
burocrática e patrimonialista, que
saiu de um período de autoritarismo,
com pesada presença estatal nos negócios, para ingressar numa nova
ordem, ainda em construção.
O Brasil democrático emergiu sob
a égide de legislações superadas e de
uma nova Constituição, virtuosa em
inúmeros aspectos, mas que consagrou diretrizes problemáticas à luz
das transformações do mundo globalizado. Sucessivas reformas vêm
sendo realizadas e outras ainda precisarão ser feitas. Registrem-se, além
disso, erros de gestão econômica,
como os que ocasionaram o crescimento da dívida pública, que está na
raiz do aumento da carga tributária.
País com notório potencial econômico, o Brasil precisa reduzir as incertezas e os percalços à ação empreendedora. É preciso simplificar
regras, tornar a Justiça mais ágil, o
sistema tributário mais racional e
menos oneroso, a legislação trabalhista mais adequada e as instituições mais transparentes.
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