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CARLOS HEITOR CONY
O mal pela raiz
RIO DE JANEIRO - Ouvi dizer
-ou li em qualquer canto- que circula ou já foi aprovado, na Comissão de Justiça de uma das Casas do
Congresso Nacional, projeto que
cuida da pedofilia e de crimes afins,
que são muitos e envolvem sedução, suborno, violência e patologias
diversas.
Na Antiguidade, em países islâmicos, parece que cortavam a mão
dos ladrões. Não sei se castravam os
pedófilos, mas parece que a onda
tanto cresceu que já tem gente pensando nisso. Uma coisa é tratar clinicamente o portador de uma tara
abominável, prendê-lo se for o caso,
usar todo o rigor da lei para punir o
culpado de crime tão nefando.
Outra é mutilá-lo fisicamente. Na
farmacologia universal já existem
remédios e tratamentos para certos
desvios de comportamento, inclusive de comportamento sexual.
Sempre ouvi dizer que, nos navios
onde a tripulação passa muitos meses ao mar, era ministrada a dose
diária de uma substância que inibia
a libido -os comandantes não queriam confusão a bordo.
O mesmo ouvi dizer dos conventos e clausuras religiosas. Vivi dez
anos num seminário e, pelo que me
concerne, só tive exacerbada minha
crise de adolescente saudável. Meu
inibidor era são Luiz Gonzaga, padroeiro da castidade dos jovens, inclusive dos seminaristas, como ele.
Visitei sua cela, no "Gesú", em Roma, havia um crucifixo esquálido,
nenhuma foto da Sophia Loren ou
da Gina Lollobrigida.
Bem verdade que depois recuperei o tempo perdido, mas isso já
cheira a sacanagem. Voltemos aos
pedófilos e aos projetos de curá-los
por lei ou por fármacos específicos.
Sou contra. Para o crime em si já
existe uma legislação a qual deve
ser mais severa. Nada de mutilação
física, como a castração, ou clínica.
Criminoso deve ser penalizado, severamente, conforme o caso.
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