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O último debate
O TERCEIRO e último debate
entre os candidatos à Presidência dos EUA, na noite de quarta-feira, mostrou-se
mais interessante que os precedentes. Contribuíram para isso
um mediador mais experiente e
ativo, um cenário mais sóbrio,
que deixou os dois candidatos
sentados face a face, e dois postulantes mais seguros, avançando
além das frases de efeito.
Pesquisa da rede de TV CNN
mostrou que Barack Obama foi o
vencedor para 58% dos espectadores, enquanto 31% apontaram
John McCain. Não ocorreu, no
entanto, uma vitória indiscutível
do democrata sobre McCain,
ainda que o primeiro tenha conseguido bom desempenho, mostrando-se confiante e direto. Os
números parecem reproduzir
sobretudo um sentimento francamente favorável ao candidato
democrata.
As últimas pesquisas mostram
que o senador por Illinois continua avançando na preferência
dos eleitores. A última sondagem
"Washington Post"/ABC News
registrou dez pontos percentuais
a favor de Obama (53% a 43%).
Mais importante, as pesquisas
apontam que o democrata passa
a ganhar nos Estados que podem
ser decisivos no colégio eleitoral.
É o que indicava ontem a média
compilada pelo site Real Clear
Politics, que já aponta vitória de
Obama no Colégio Eleitoral (286
contra 158; são necessários 270
para sagrar-se vencedor).
Diante desses números, poucas vezes um embate direto pareceu tão irrelevante para influir
nos destinos de uma eleição. Representou mais um ritual a cumprir do que um momento decisivo. A avassaladora crise econômica ofuscou o debate eleitoral e
prejudicou diretamente o candidato da situação, John McCain.
A 18 dias do pleito, torna-se cada vez mais difícil para o republicano virar o jogo -embora uma
reviravolta, dadas as circunstâncias especialíssimas da disputa,
não possa ser de todo descartada.
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