São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Editoriais

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O último debate

O TERCEIRO e último debate entre os candidatos à Presidência dos EUA, na noite de quarta-feira, mostrou-se mais interessante que os precedentes. Contribuíram para isso um mediador mais experiente e ativo, um cenário mais sóbrio, que deixou os dois candidatos sentados face a face, e dois postulantes mais seguros, avançando além das frases de efeito.
Pesquisa da rede de TV CNN mostrou que Barack Obama foi o vencedor para 58% dos espectadores, enquanto 31% apontaram John McCain. Não ocorreu, no entanto, uma vitória indiscutível do democrata sobre McCain, ainda que o primeiro tenha conseguido bom desempenho, mostrando-se confiante e direto. Os números parecem reproduzir sobretudo um sentimento francamente favorável ao candidato democrata.
As últimas pesquisas mostram que o senador por Illinois continua avançando na preferência dos eleitores. A última sondagem "Washington Post"/ABC News registrou dez pontos percentuais a favor de Obama (53% a 43%). Mais importante, as pesquisas apontam que o democrata passa a ganhar nos Estados que podem ser decisivos no colégio eleitoral. É o que indicava ontem a média compilada pelo site Real Clear Politics, que já aponta vitória de Obama no Colégio Eleitoral (286 contra 158; são necessários 270 para sagrar-se vencedor).
Diante desses números, poucas vezes um embate direto pareceu tão irrelevante para influir nos destinos de uma eleição. Representou mais um ritual a cumprir do que um momento decisivo. A avassaladora crise econômica ofuscou o debate eleitoral e prejudicou diretamente o candidato da situação, John McCain.
A 18 dias do pleito, torna-se cada vez mais difícil para o republicano virar o jogo -embora uma reviravolta, dadas as circunstâncias especialíssimas da disputa, não possa ser de todo descartada.


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