Nota da Redação - O governo parece gabar-se de sua própria incúria: cinco anos depois de instituído, o Bolsa Família, oficialmente, ainda deixa de monitorar 15% das crianças na educação e 37% dos beneficiários na saúde.

Infeliz ano novo
"Entra ano, sai ano, e o Brasil dos poderosos segue sendo movido pelos piores e mais nefastos combustíveis que energizam a vida pública: a corrupção, a violência, o favorecimento, o corporativismo, a roubalheira, a falta de ética, o desrespeito às leis e a impunidade.
Agregado a tudo isso, a omissão e a leniência do eleitor, associadas à pirotecnia promovida pelos governos, aos absurdos gastos com propaganda e aos discursos vazios e populistas, só tendem a perenizar todo esse processo, que acaba levando uma grande nação a ser literalmente dominada por famílias, feudos e oligarquias, tanto de caráter privado como público.
A pergunta que fica: até quando?
De qualquer maneira, desejo um feliz ano novo, com muita paz e alegria, para o Brasil e os brasileiros, para todos aqueles que ainda acreditam num país melhor, que trabalham duro e honestamente, que lutam com o objetivo de ir ao encontro do desenvolvimento e do crescimento, da igualdade e da justiça e, principalmente, da liberdade e da democracia.
Por outro lado, sem nenhum remorso, desejo um infeliz ano novo a todos os que insistem em beneficiar-se em detrimento de um povo e de um país, utilizando dos mais reprováveis e desonestos artifícios para obter vantagens pessoais."
DAVID NETO (São Paulo, SP)

China e Brasil
"Em relação à carta do senhor Afonso Faria ("Painel do Leitor" de ontem), faço um comentário sobre a diferença entre o crescimento da China e o do Brasil.
Lá, abriram a economia e fecharam a política. Aqui, fecharam a economia e escancararam a política. E aí virou essa farra."
RENILDO MARQUES MACHADO (São Paulo, SP)

Pedágio
"O leitor Aguinaldo Parreira ("Painel do Leitor", 16/12) disse que o governo do PSDB é "pavoroso" em relação aos pedágios em São Paulo.
O bom mesmo é andar pelas rodovias de Minas Gerais , do Nordeste e da Amazônia. Por lá não se paga pedágio, mas, em compensação, não tem estrada -literalmente."
MARCELO CIOTI (Atibaia, SP)

Bicicletas
"O governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, em viagem a Paris, ficaram abismados ao ver como funciona o sistema público de aluguel de bicicletas, que está integrado às linhas do metrô, e resolveram implantá-lo no Rio de Janeiro antes mesmo da Copa-2014 e da Olimpíada-2016.
Em Paris, o sistema funciona há mais de dois anos, sem furtos ou vandalismos. E aqui, qual foi o resultado? Em quatro dias de funcionamento, das 180 bicicletas colocadas para aluguel, 56 foram furtadas, e muitas trancas foram estouradas ("Rio deixa de alugar bicicletas após 56 furtos", Cotidiano, ontem).
Moral da história: em países onde a educação funciona, as pessoas respeitam as coisas; em país onde os donos do poder não se preocupam com ela, temos esse mau exemplo.
E a roubalheira continua: uns, nas bicicletas; os grandes e maus políticos, nos recursos públicos.
E o povo sempre a pagar a conta."
JOSÉ PEDRO NAISSER (Curitiba, PR)

Câmbio e ciência
"Muito bem colocadas as medidas citadas por Roberto Luis Troster em seu texto "Muvuca no câmbio" ("Tendências/Debates", 15/12).
Além dos itens citados pelo economista para tirar proveito de um câmbio valorizado (o que é irreversível com essa entrada de divisas, pois o Brasil atingiu o status de economia séria e segura), como as reformas microeconômicas, a eliminação de gargalos da infraestrutura, a racionalização dos tributos e gastos públicos, entre outros, eu acrescentaria o investimento no conhecimento científico, para agregar valor em nossa produção e torná-la mais competitiva no mercado internacional."
JOSÉ GUILHERME SOARES (Uberaba, MG)

Manual da Diplomacia
"Parece que a turma do comissariado petista está mesmo querendo reescrever os manuais de história usados no Itamaraty.
Depois da explanação do embaixador Samuel Guimarães, em que afirmou que a Alemanha e Japão passaram "tantos anos de purgatório, de punição, por terem desafiado a liderança anglo-saxônica do mundo", o comissário José Dirceu nos presenteia com este belíssimo artigo, "Distorções inaceitáveis" ("Tendências/Debates", ontem), uma verdadeira ode ao nosso querido amigo, o presidente do Irã, eleito democraticamente pelo povo iraniano em eleições de uma lisura exemplar."
LUIZ FERNANDO DIAS DE SOUZA (São Paulo, SP)

Médicos
"Na reportagem "Futuro médico erra definição de gripe suína" (Cotidiano, ontem), o presidente da Associação Médica Brasileira, senhor José Luís Gomes do Amaral, foi no mínimo preconceituoso ao afirmar que os médicos mais deficientes pertenciam ao Sistema Único de Saúde.
Todos os médicos que pertencem a tal sistema nele ingressam por meio de concursos, realizados pelas melhores instituições, como a Vunesp. Enquanto isso, os médicos admitidos no sistema particular muitas vezes ali ingressam por indicação. Mesmo assim, ele não poderia generalizar, pois a maioria dos médicos trabalha nas duas redes.
Meus melhores professores de medicina fizeram parte da rede pública a vida inteira. Penso que o presidente da Associação Médica Brasileira não tenha conhecimento sobre o que fala."
ADRIANA MURAD MARIANI , médica (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Alaíde e Orestes Quércia (São Paulo, SP); Pedro Herz, Livraria Cultura (São Paulo, SP); Glória Flügel (São Paulo, SP); Nelson Luís Mauá Ulhôa Cintra (Santos, SP); Christiane Teodoro, secretária presidencial do Sindicato da Alimentação de Marília (Marília, SP); Associação dos Cabos e Soldados da PMESP - Regional 04 (Santos, SP); Jornal Copacabana (Rio de Janeiro, RJ); Accesso - Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP); EDP - Energias do Brasil (São Paulo, SP).

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: José Carlos de Almeida Azevedo: Fraude e falsidade

Próximo Texto: Erramos
Índice