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Haiti
"Brilhante o artigo de Clóvis Rossi sobre o fato de haver poucos
olhos azuis no Afeganistão e no
Haiti ("Não há olhos azuis no Haiti",
Mundo, 16/ 1). Precisou ocorrer
uma grande tragédia para que os
olhos do mundo se voltassem ao
Haiti, um país que agora precisará
ser reconstruído do zero. Infelizmente sempre foi assim, como no
genocídio de Ruanda, onde foi preciso haver quase 1 milhão de mortes
para a sociedade internacional fazer alguma coisa. Se a tragédia tivesse ocorrido em um país em que
houvesse mais olhos azuis, e não
negros, a comoção seria maior."
GUILHERME FREITAS (São Paulo, SP)
"É muito bonito praticar um ato
de solidariedade humana, ajudando
o povo haitiano, que sofre terrivelmente com a tragédia provocada
pelo terremoto. Fornecendo um
grande efetivo militar do Exército,
equipe médica, enfermeiros e hospitais de campanha, transporte e
alimentos, o Brasil marca com isso
destaque no cenário internacional.
Porém, esse destaque fica muito
ofuscado com a falta de assistência
dispensada nas tragédias ocorridas
em vários lugares do Brasil: Angra
dos Reis, São Luiz do Paraitinga,
São Paulo, Santa Catarina etc. Isso
tudo somado às péssimas condições
em que se encontram os hospitais
brasileiros. Uma falência de fato.
Escassez de medicamentos e grande falta de pessoal especializado na
área de saúde, causando muitas
mortes por absoluta falta de médicos, enfermeiros e recursos.
E agora, presidente Lula? Fizemos bonito na área internacional,
mas como o sr. irá explicar a falta de
assistência ao povo brasileiro?"
BENONE AUGUSTO DE PAIVA (São Paulo, SP)
"O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, afirma que os militares brasileiros ainda terão que permanecer pelo menos mais cinco anos no
tumultuado, triste, inseguro e miserável Haiti (Mundo, 17/1). Com
aquele tamanhão todo, trajando
um uniforme militar que não lhe
pertence e sempre falando com o
nariz empinado, Jobim parece que
vale e pesa por um exército todo.
Deveria, a meu ver, ir para o Haiti
sozinho. Com toda a sua pompa."
VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF)
Solidariedade
"Aqueles que estão tristes e sentindo a falta da santa Zilda Arns não
podem se abater. Aproveitem este
momento para se cadastrarem como voluntários e ajudar a manter a
Pastoral da Criança, criada em
1983, realizando as obras iniciadas
por nossa eterna milagrosa doutora
Zilda Arns."
MÁRIO HERMELINO FERREIRA (São Paulo, SP)
"O dr. David Oliveira de Souza expõe bem em seu texto o problema
da fome no mundo e o problema climático ("Que potência queremos
ser?", "Tendências/Debates", 17/1).
Questões como a fome podem ser
minimizadas, pois nunca houve na
história do mundo tanta riqueza
concentrada. O que falta é vontade
política. O que é necessário é o que o
articulista alerta: novos paradigmas
humanos e personagens como Zilda Arns."
ALBA NEUMANN (Recife, PE)
PSBD em SP
"A derrota de Paulo Maluf para o
PSDB em São Paulo em 1998 foi
uma derrota para São Paulo. Em
quase 16 anos de administração tucana, o nosso Estado continua com
problemas críticos na área da segurança pública, na educação, com o
projeto falido da progressão continuada, e com milhões gastos em
propaganda com pouca ação na prática. Tenho certeza de que, se Paulo
Maluf tivesse vencido a eleição de
1998, estaríamos hoje com o Estado
de São Paulo sendo a locomotiva do
Brasil de fato. Ainda é tempo de corrigir e mudar."
ALBERTO HADDAD (São Paulo, SP)
Direitos humanos
"Vejam o que disse o deputado
Jair Bolsonaro (PP-RJ) no plenário
da Câmara no ano de 2005: "o PT vai
incrementar uma ditadura socialista de esquerda neste país.
Trabalha
para isso". Parece-nos que o Plano
Nacional de Direitos Humanos é o
que faltava para dar continuidade
às ações guerrilheiras desse grupo
que não mede as consequências para fazer o que o chefe José Dirceu
determina. Só não vê quem não
quer. Acorda, Brasil."
LEÔNIDAS MARQUES (Volta Redonda, RJ)
"O sr. Fernando de Barros e Silva
pergunta (pergunta?) se alguém
acredita que o governo Lula instalará a comissão da verdade ("A verdade da comissão", Opinião, 15/1).
Pois bem, eu acredito. E, se não for
instalada, sabemos a razão. Não é
por causa da "tradição de empulhação legislativa". É porque setores
importantes da sociedade são contra. E, caso ela seja instalada, não
será graças a este jornal."
FABRÍCIO TOLEDO, advogado, militante em direitos humanos (Rio de Janeiro, RJ)
Pena de morte
"A Indonésia está certíssima em
condenar à morte os traficantes
("Brasileiro teme ser esquecido em
corredor da morte na Ásia", Cotidiano, 17/1). Aqui, neste país chamado Brasil, onde impera a impunidade, também deveria haver pena
capital para o tráfico e o uso de drogas. Proíbe-se cigarro, mas se permite maconha. Todos sabemos que
a maioria dos crimes hediondos são
cometidos por drogados e/ou traficantes. O drogado é comparável ao
receptador: sem ele, não há tráfico!"
BRAZ FERRAZ CARLOMANHO (Piracicaba, SP)
Cerveja
"A propósito da polêmica em torno das cervejas brasileiras criada a
partir do artigo escrito pelo físico
Rogério Cezar de Cerqueira Leite
na seção "Tendências/Debates" desta Folha ("A cerveja: bebendo gato
por lebre", de 18/12, e "Cerveja: o orgulho de quem fatura mais", de 14/
1), fui pesquisar nos supermercados. As únicas cervejas fabricadas
no Brasil que encontrei que não
contêm "cereais não maltados", ou
seja, milho, foram: Black Princess e
Petra (Petrópolis), Baden Baden
(Campos do Jordão) e Eisenbahn
(Blumenau). Seriam essas quatro
as "honrosas exceções" referidas pelo articulista?"
<b>CAIO AUGUSTO MARCONDES FIGUEIREDO (Pindamonhangaba, SP)
O filho do Brasil
"O grande fiasco de público que
está sendo "Lula, o filho do Brasil"
deve estar deixando desesperados
os membros do governo, que tiveram a ideia de fazer o filme para servir de instrumento de promoção e
reforçar a campanha eleitoral de
2010. Se Lula não consegue transferir o seu prestígio para um simples
filme sobre a sua vida, fica difícil
acreditar que ele vai conseguir fazer
essa transferência para a insossa
ministra Dilma Rousseff, como é a
sua pretensão."
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)
Aborto
""Direito é atribuir a cada um o
que é seu" (Aristóteles). Ao discutir
a questão do aborto sob a visão da
saúde pública, reconhecemos que:
a) o Código Penal vigente é anacrônico e ineficaz, pois criminalizar o
aborto não impede sua ocorrência
aos milhares por ano no Brasil; b) o
aborto clandestino é a terceira causa de morte materna no Brasil, ceifando vidas das mulheres mais pobres; c) 250 mil internações/ano no
SUS são consequentes a abortos
clandestinos com intercorrências.
Todas as religiões têm o direito
de prescrever normas éticas a seus
fiéis. Não devem, entretanto, impor
diretrizes a todas as brasileiras. Temos ainda um longo caminho a percorrer rumo ao reconhecimento de
que vivemos em um Estado laico,
em que questões de fé são do domínio privado, enquanto aquelas do
direito são do domínio público."
THOMAZ RAFAEL GOLLOP, professor livre docente
pela USP (São Paulo, SP)
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