São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Violência
"São absolutamente inúteis, e portanto ridículas, as propostas que visam coibir a violência por meio de alterações na legislação penal. No Brasil, não se cumpre a lei. Não há dinheiro, vontade ou capacidade para isso, pois as prioridades são outras, decididas pelo mercado financeiro internacional. A polícia está sucateada e infiltrada por quadrilhas, o que transforma investigações e prisões em acontecimentos aleatórios ou histórias de ficção. O Judiciário é burocratizado e elitista, protegendo descaradamente os criminosos financeiros e sonegadores, enquanto aplica penas rigorosas a ladrões de xampu e pequenos traficantes. O crime bárbaro da vez foi cometido por psicopatas, para os quais o sistema penal não apresenta nenhuma intimidação, por mais fantásticas que pudessem ser as punições. Mais uma vez a sociedade brasileira se ilude, deixando de enfrentar o problema de segurança pública com seriedade."
DIMITRI BRANDI DE ABREU , procurador federal (São Paulo, SP)
 

"Talvez fosse bom que cada chacina de meninos pobres nas favelas levantasse o clamor da sociedade por justiça. E então fosse aprovada uma lei de emergência para evitar a próxima."
TERSIO GUILHERME DE SOUZA CRUZ (Campinas, SP)
 

"No circo dos horrores em que se transformou o Brasil, com o caos na segurança pública pela falência do Estado, fico a perguntar-me qual será a próxima barbárie a que assistiremos contra pessoas inocentes e indefesas? Esse crime bárbaro, chocante e revoltante, praticado por facínoras covardes no Rio de Janeiro, ultrapassou todas as fronteiras da civilidade. É a prova de que a sociedade brasileira está cada vez mais refém das bestas-feras, que não têm o que perder, pois não dão sentido às suas próprias vidas. O pior é que não temos saída à vista."
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)
 

"O estado psicológico da maioria da população em relação à punição severa -e, se possível, imediata- de todos os que sejam apanhados cometendo delitos nas ruas é compreensível. Isso ocorre pela abulia de nossas elites, governos incluídos, em operacionalizar as reformas de que o país necessita. Lembro, entretanto, que esse estado de selvageria a que estamos atingindo em nossas grandes cidades é fruto da emasculação da função gerencial do poder público, dentro da linha neoliberal do chamado Estado mínimo. Ou revertemos essa abulia estatal ou logo ingressaremos na fase de guerrilha generalizada entre gangues de marginais, milícias e o cada vez menor setor repressor oficial. Estamos na encruzilhada de escolhas de que caminho seguir."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ)
 

"Mais uma vez o "Painel do Leitor" traz cartas de leitores que chamam facínoras de "crianças". Desde tenra idade aprendi que há idosos de 20 anos e moleques de 60. A idade está muito mais na cabeça das pessoas que na sua data de nascimento. Paremos, portanto, de hipocrisia na hora de punir esses selvagens. Não é possível que a maioria da população ordeira continue refém de alguns gatos pingados e de "especialistas" que acham que ninguém deve tomar nenhuma atitude em relação a esse caos que estamos passando com crimes cometidos pelos "dimenor"."
WILSON DOMINGOS DA COSTA (São Paulo, SP)
 

Poderes independentes
"Caderno Dinheiro, ontem, pág. B4: "Chinaglia se reúne com Lula para definir comando de comissões". Arlindo Chinaglia (Poder Legislativo ) encontrou-se com o presidente (Poder Executivo) para discutir quem irá chefiar as comissões (Poder Legislativo) que irão decidir sobre o PAC (Poder Executivo). Engraçado que me lembro de ter lido, não sei onde, que os Poderes são independentes e que cabe ao Legislativo discutir e analisar os atos do Executivo. Isso está mais me parecendo o prefeito nomeando os diretores do Tribunal de Contas do Município para analisar os gastos do próprio prefeito."
IRINEU DEL DOTORE (São Paulo, SP)

Gás
"Quando houve o impasse Brasil/ Bolívia por causa do gás, foi apresentado pela Petrobras um plano para interligar vários pontos do país e manter o abastecimento do produto. Foi dito também que o Brasil dispõe de muito gás na região Sudeste e que, a médio prazo, poderiam estar extraindo o produto sem precisar de gás estrangeiro. Que absurdo é esse então de rasgar 10 mil km para construir um gasoduto da Venezuela para o Brasil? Ou alguém acha que o Hugo Chávez é diferente do Evo Morales? E para que precisamos de gás estrangeiro? Como se não bastasse, esqueceram também do impacto ambiental que isso vai causar?"
JOSÉ NELSON MARCOMINI (Pirassununga, SP)

Engenharia
"O artigo do colunista Fernando Bonassi de 6/2 ("O país dos engenheiros", Ilustrada) é um exemplo de que palavras também podem se transformar em artilharia pesada, especialmente quando empregadas em sentido genérico contra toda uma classe. Esse "canteiro maneiro para os sonhos de grandeza e deleite das empresas e investidores empreiteiros" não é o palco onde atua a imensa maioria dos engenheiros. Os que conhecem ou convivem com um engenheiro e suas jornadas de trabalho sempre dilatadas, os finais de semana longe da família, a busca incessante pela melhor solução, a necessidade constante de atualização, contarão de maneira mais adequada essa realidade. Os engenheiros que não aceitam o país que "esconde tesouros enterrados em malas de dinheiro" e a Abece entendem que os grandes avanços conquistados pela engenharia pela melhoria da qualidade de vida das pessoas confirmam a correção de sua atuação. Os erros ocorridos, os objetivos desvirtuados e os interesses escusos devem ser expostos e julgados pela sociedade. "Engenheiros agiotas" existem, e essa qualificação não é exclusiva desta profissão."
JOSÉ ROBERTO BRAGUIM, presidente da Abece -Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (São Paulo, SP)

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