|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TENDÊNCIAS/DEBATES
Sintonia na saúde
LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA
Com a mudança das gestões municipais, é imperioso mobilizar os dirigentes da saúde para os inúmeros desafios do SUS paulista
RESPONSABILIDADE solidária.
Esse é o princípio elementar de
qualquer trabalho desenvolvido
por um grupo de pessoas com objetivos comuns. Significa não apenas que
cada qual faça a sua parte mas também que todos os envolvidos estejam
em sintonia, planejem ações conjuntas, estabeleçam metas, compartilhem informações e acompanhem,
passo a passo, a execução das medidas
e seus respectivos resultados.
Na administração do SUS (Sistema
Único de Saúde), a articulação entre
dirigentes é ainda mais relevante.
Trata-se de uma rede que é utilizada
por cerca de 80% da população brasileira, o que torna a integração dos gestores palavra-chave para garantir, de
um lado, mais serviços de saúde, e,
de outro, qualidade efetiva na oferta
desses serviços aos usuários.
Nos últimos anos, o Estado de São
Paulo vem promovendo um trabalho
de intenso diálogo e aproximação
com os municípios paulistas na área
da saúde, repactuando a oferta do
atendimento de baixa, média e alta
complexidades. Com essa nova política, tem sido possível reorganizar e
otimizar a prestação de serviços aos
pacientes da rede pública.
A Secretaria de Estado da Saúde
criou 64 colegiados regionais, formados por representantes ligados à pasta e aos 645 municípios paulistas, para a realização de um trabalho conjunto e permanente de avaliação das
demandas de saúde, dos serviços existentes em cada localidade, das deficiências e das soluções viáveis.
É uma espécie de engenharia administrativa da saúde, que tem como objetivo final firmar, entre os gestores,
compromissos de assistência e de
contrapartidas financeiras.
Dessa forma, pactua-se, por exemplo, que o município "a" será referência em tomografia computadorizada
para os pacientes daquela região; que
o município "b" vai garantir a quimioterapia; e que o hospital da cidade
"c" vai realizar cirurgias em determinadas especialidades.
Os colegiados também definem, em
conjunto, qual hospital filantrópico
tem relevância regional e, portanto,
irá receber recursos extras do Tesouro estadual com o intuito de garantir
o atendimento da população.
Da mesma maneira, os municípios
vêm firmando regularmente com a
secretaria pactos com o objetivo de
aprimorar o controle, o diagnóstico
rápido e a assistência adequada às
doenças infectocontagiosas e o trabalho de vigilância sanitária e epidemiológica, além de medidas para reduzir
as mortalidades infantil e materna,
dentre outras ações.
Com a recente mudança das administrações municipais e a consequente substituição de prefeitos, secretários e equipes de saúde nas cidades
paulistas, torna-se imperioso para o
gestor estadual arregimentar novamente os dirigentes da área, mobilizando-os em torno dos inúmeros e
imensos desafios do SUS paulista.
É por esse motivo que o governo do
Estado decidiu promover, hoje, dia
18, uma oficina na capital paulista
reunindo prefeitos e secretários de
Saúde municipais, para acolher os novos gestores e socializar o conhecimento sobre as políticas públicas de
saúde desenvolvidas em São Paulo.
O objetivo é discutir ações e projetos conjuntos, visando aprimorar o
atendimento prestado aos usuários
da rede pública e melhorar os indicadores de saúde paulistas.
Todos os prefeitos e secretários de
Saúde dos municípios paulistas foram convidados para um grande debate. Na pauta de discussões estarão
assuntos fundamentais -como fortalecimento da atenção básica, plano
estadual de saúde, pactos de gestão,
financiamento do SUS, atividades de
promoção e prevenção à saúde e programas de auxílio a hospitais filantrópicos e municípios.
Na última década, os municípios
assumiram papel relevante na execução das principais políticas de saúde,
especialmente no que se refere ao
atendimento primário, à vacinação e
ao controle de endemias como a dengue e a leishmaniose, entre outras.
Pouco a pouco, muitas administrações passaram a executar atendimentos mais complexos, seguindo os preceitos de descentralização e municipalização dos serviços de saúde, enquanto o Estado vem consolidando
sua função de coordenador e agente
regulador de todas essas atividades.
Mais do que um simples encontro
de boas-vindas, a Oficina de Recepção
dos Novos Gestores Municipais marca a disposição do governo do Estado
de São Paulo de ouvir e dialogar de
forma permanente com os dirigentes
da área da saúde, fortalecendo o trabalho solidário realizado em benefício de 41 milhões de paulistas.
LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA , 55, médico sanitarista, é secretário de Estado da Saúde de São Paulo
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br
Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Haroldo Guimarães Brasil: Redirecionamento de expectativas
Índice
|