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PAINEL DO LEITOR
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Bonde das letras
"Vou reunir meus amigos de farra
e pleitear uma grana da Lei Rouanet. Foi isso o que Rodrigo Teixeira
e o escritor João Paulo Cuenca fizeram -e conseguiram R$ 1,2 milhão
("Bonde das letras", Ilustrada, 17/
3). E, pra coisa não ficar tão ostensivamente chapa-branca, incluirei
-além de mim- um ou dois figurões acima de qualquer suspeita no
cardápio. Depois, basta procurar
um editor generoso e idealista. Se
for sócio de um banco, melhor.
Só faltou um dado à reportagem:
cada "escritor" embolsará R$ 10 mil,
além de estadia, passagens e traslados ao redor desse mundão de
Deus. Um mês de vida boa. Espero
que escrevam grandes livros e relatem suas experiências na festa de
Paraty do próximo ano. Assim é
que se faz literatura no Brasil."
MARCELO MIRISOLA , escritor (São Paulo, SP)
Ministério
"Como leitora da Folha, gostaria
de expressar minha indignação em
relação ao que disse o presidente da
República: "Nos ministérios da Saúde e da Educação não podemos
brincar...". Isso só pode ser brincadeira. E quanto ao resto? Os outros
ministérios podem ser sucateados,
repartidos, leiloados e gerenciados
por incompetentes, porque, segundo o nosso presidente, na saúde e
na educação, devemos colocar pessoas "competentes". Até quando iremos suportar esse descaso?
E se a saúde e a educação são
prioridades, como explicar o caos
em que se encontram hoje em dia?"
MARIA LÚCIA PAIVA (Taubaté, SP)
"É simplesmente lamentável e
inacreditável que Lula, tendo sob
suas ordens o Ministério da Justiça,
a PF e outros órgãos de segurança,
não faça uso deles antes da nomeação de qualquer ministro. Isso poderia evitar o constrangimento que
acontece quando se nomeia alguém
com problemas sérios nas diversas
áreas judiciais e policiais."
DOUGLAS JORGE (São Paulo, SP)
Maranhão do Sul
"Brilhante a iniciativa do senador
Edison Lobão (PFL-MA) para a
criação do Maranhão do Sul.
Como o país está nadando em dinheiro e a economia maranhense é
a mais expressiva entre os Estados
da União, um Estado novo não afetará os cofres de quem realmente
produz -e a oligarquia local não
perderá sua boquinha.
Quando surgem idéias separatistas, dizem que é discriminação dos
sulistas contra os nordestinos.
Este país é uma comédia."
ISAC CESAR SANTOS (São Paulo,SP)
Página 2
Só a página A2 da Folha de 15/3
já nos deu muito o que refletir.
A inépcia do presidente faz-nos
tremer ante a possibilidade de explosão da bolha à que se refere Clóvis Rossi. O imoral troca-troca partidário apontado por Eliane Cantanhêde é o retrato da falta de ética e
da promiscuidade dos políticos.
Mas o melhor estava no primeiro
editorial e na coluna de Maria
Sylvia Carvalho Franco -visões sóbrias sobre a situação em que se encontram a nossa educação e a nossa
violência, respectivamente.
Só essa página A2 já ensejaria um
sem-número de protestos, mas nada fazemos. Somos cidadãos enrustidos, não assumimos a nossa cidadania. Talvez por causa do pecado
capital delineado por Cony."
JOÃO WESLEY DE QUEIROZ (São Paulo, SP)
Avião na Bahia
"Em relação à reportagem "PMs
são acusados de invadir casas após
avião ser saqueado" (Cotidiano,
16/3), faltou a Folha descobrir se e
quanto as seguradoras estão pagando para ter 190 policiais atrás do dinheiro. É incrível como a polícia
sempre trabalha "mais duro" para
atender quem tem mais dinheiro."
LUIZ CARLOS ZALAF CASEIRO (São Paulo, SP)
Hip hop
"Parabenizo Barbara Garcia pelo
texto "Cultura de bacilos" (Cotidiano, 16/3). Sua denúncia sobre o
apoio governamental à "não-cultura" do hip hop, do rap e do funk, disseminada em nossas capitais, é totalmente oportuna e digna de reflexão pela sociedade, que vive acossada entre as balas perdidas do dia-a-dia, o tráfico de drogas e outras expressões de crimes que são, de forma explícita ou não, descritos nas
letras de tais gêneros musicais.
É uma pena nossas elites políticas verem somente cifras e oportunidades de negócio em vez de alternativas para o desenvolvimento de
nossa cultura, com inclusão social
sustentável e sadia."
RINALDO S. COELHO (Rio de Janeiro, RJ)
"Manifesto minha preocupação
com o artigo de Barbara Gancia de
ontem. Soou-me estranha uma manifestação como essa em nosso estado de acepção cultural. Julga ela
uma cultura machadiana superior.
Não devemos supô-la inferior, mas
negar os fatores culturais do hip
hop ou da música sertaneja pareceu-me exagerado e agressivo ao
pensamento jurídico ou filosófico
que atingiu a modernidade. O artigo
encerra uma medievalidade que
agride os olhos do bom senso."
MARCOS ANTONIO MARTON FILHO
(Uchoa, SP)
Collor
"Fico feliz por ler ontem o artigo
de Marco Antonio Villa sobre Collor (Brasil, A12) . Resgatou a verdade da história e demonstrou a estupidez a que senadores, principalmente do PSDB, nos submeteram
com tristes e vergonhosos apartes."
LUIZ FERNANDO ÁVILA (Rio de Janeiro, RJ)
Voto distrital
"O advogado Fábio Ulhoa Coelho,
no artigo "Voto distrital: devagar
com o andor" ("Tendências/Debates", 16/ 3), criticou a possibilidade
de adoção do voto distrital argumentando que o Brasil é muito
grande para esse sistema e comparando nossa população com a de
Portugal e a da Alemanha. Ele parece desconhecer que nos EUA, onde
a população é maior que a nossa, o
voto também é distrital.
Considera também que não se
conseguirá a proximidade eleitor/
eleito pelo grande número de votantes de cada distrito. Ora, o que se
almeja não é a proximidade física,
mas a possibilidade de acompanhar
e cobrar do deputado do distrito,
que todos saberão quem é, ao contrário do que acontece com o voto
proporcional, onde as pesquisas
mostram que, um ano depois, só
45% lembram em quem votaram."
MARIO ERNESTO HUMBERG , presidente do Instituto PNBE de Desenvolvimento Social (São Paulo,
SP)
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