São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 2002 |
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PAINEL DO LEITOR Urbanidade "Apesar de concordar com o amigo e vereador Nabil Bonduki sobre a importância da recuperação das áreas urbanas centrais com uma política habitacional ("Repovoar o centro das metrópoles", "Tendências/Debates", pág. A3, 16/4), o texto publicado merece um reparo. Nabil exorta as outras metrópoles a seguirem o exemplo de São Paulo, mas o fato é que falta muito para que possamos oferecer um exemplo a ser seguido. Além dos recursos do CDHU, falta a definição clara e ampliada das áreas destinadas à moradia social (Zeis) no Plano Diretor, bem como a das áreas de aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade visando à função social da propriedade. Somente depois disso seremos exemplares para o resto do país. Erminia Maricato, professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e ex-secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo na gestão Luiza Erundina (São Paulo, SP) Oriente Médio "Gostaria de dizer ao prezado professor Fábio Konder Comparato ("Israel", "Painel do Leitor", 16/4) que, no curso da longa história do povo judeu, incontáveis personalidades já tentaram nos impingir os seus próprios conceitos relativos de ética em nome das mais variadas "verdades". Hoje, essas personalidades e os povos a que pertenceram, bem como as suas "verdades", só existem nos livros de história e nos museus. Não conheço nenhum judeu que não anseie pela paz. Mas não vamos permitir, com a ajuda de Deus, que os homens-bomba nos empurrem para os livros de história e para os museus." Zalman Girtman (São Paulo, SP) "Adorei a carta do sr. Samir Kaliba ("Painel do Leitor", 17/4) e gostaria de endossar as suas lúcidas palavras, de cunho humanista. Sou judia e o que mais me arrepia são os radicalismos cegos de qualquer religião. Pelo menos aqui no Brasil podíamos nos unir numa frente pluralista buscando a paz e a tolerância real entre os povos." Cristina C. C. van Wanrooij (São Paulo, SP) PPS "Sugiro a Fernando César de Andrade ("Eleições", "Painel do Leitor", 17/4) que leia "As Armadilhas do Poder - Bastidores da Imprensa", de Gilberto Dimenstein. A Folha é, sim, independente. Ora, se existe um conselho político formado por Ciro -o candidato-, por Freire, por Martinez e por Brizola, não é correto Roberto Freire falar isoladamente. Então a Folha publica o que é dito. Correto e justo seria Freire parar de agir isoladamente, e não a Folha parar de publicar o que ele diz." Kleber Moreira (Diadema, SP) Bancos "Aproveitando a chamada "Santander é primeiro em reclamações contra bancos", (Primeira Página, 16/4), gostaria de acrescentar, na condição de correntista do Banespa há 38 anos -banco que nunca foi considerado uma instituição ágil, mas que primava pelo bom atendimento pessoal-, que o Santander conseguiu a proeza de "estragar" o bom e velho Banespa." Sebastião Germano Miquelin (São Paulo, SP) Lixo "Em razão de reportagem "Brasil não trata lixo de serviços de saúde" (Cotidiano, pág. C1, 14/4), solicitamos a publicação do seguinte esclarecimento: Desde 1985, Sorocaba tem aterro sanitário para a destinação do lixo gerado na cidade. O lixão é um ambiente em que os detritos são colocados de forma inadequada, a céu aberto, bem diferente do conceito de aterro, no qual há instalações e equipamentos para a impermeabilização do subsolo, para a drenagem das águas pluviais, dos gases e do percolado e para a proteção do lençol freático. É bom salientar que a Cetesb faz vistorias regulares em aterros e os classifica em três condições: inadequado, controlado e adequado. Neste último caso -adequado-, são classificados somente os aterros que recebem aprovação com índice acima de 8. O aterro sanitário de Sorocaba é classificado pela Cetesb como adequado, com índice de qualidade 8,4, conforme avaliação feita em dezembro de 2001. Além de observar todos esses itens, o local tem de ter segurança e, para isso, deve ser fechado. Como, aliás, é o caso do de Sorocaba. O aterro da cidade acolhe e compacta 350 toneladas de lixo por dia. As fotos publicadas na Primeira Página e no caderno Cotidiano (pág. C5) em 14/4 dão uma falsa impressão, pois sugerem tratar-se de um lixão e não mostram como de fato é a operação, pois não se permite acúmulo de lixo sem a devida compactação." Carlos Alberto Maria, secretário de Governo da Prefeitura de Sorocaba (São Paulo, SP) Resposta da jornalista Mariana Viveiros O flagrante mostra o lixo hospitalar infectante sendo jogado no solo com o lixo doméstico comum e, simplesmente, sendo coberto por terra -trabalho feito por um trator-, sem nenhum tipo de tratamento. Compactar é reduzir volume, não é tratar. A Folha procurou durante duas semanas a Prefeitura de Sorocaba a fim de obter uma posição sobre a questão do lixo de saúde, mas, mesmo depois de saber o teor das fotos, a administração não deu nenhuma resposta. Esquerdas "Chega a ser irritante a mania que as esquerdas têm de falar que tudo de errado que acontece em um país é causado pelos EUA -o mais recente caso é o da Venezuela. Em primeiro lugar, Chávez conseguiu ser presidente graças à luta americana contra as ditaduras que reinavam em toda a América Latina e do Sul. Se os EUA tivessem apoiado o dito golpe contra Chávez, é certo que ele teria sido bem-sucedido. É bom lembrar que quem fechava a toda hora os meios de comunicação era o próprio Chávez, que agora, depois do susto, vem dando uma de bonzinho." Roberto Moreira Da Silva (Cotia, SP) Pirataria "Os órgãos de imprensa que acompanham o trabalho da alfândega do porto de Santos são testemunhas da preocupação e do cuidado com que temos nos pautado na divulgação regular de informações relacionadas às atividades aduaneiras. Por isso nos surpreendemos ao ler a equivocada informação de que "a publicidade dada à operação, porém, foi uma tentativa de demonstrar às empresas multinacionais detentoras de marcas cujos direitos de propriedade foram violados que o governo tem preocupação em reprimir essa prática", publicada no texto "Receita Federal destrói toneladas de produtos piratas e tenta o "Guinness" (Dinheiro, pág. B4, 16/4). A reportagem referia-se ao início da operação de destruição de 680 toneladas de produtos falsos, que se deu no último dia 15. Surpreendeu-nos não apenas porque todas as nossas principais realizações são divulgadas mas porque são os detentores das marcas violadas (Maurício de Souza, Sandy & Júnior, Mattel, Disney, Warner Bros., Nintendo etc.) que atestam, em todos os processos de apreensão de produtos falsificados, a falsificação das mercadorias e, portanto, conhecem com profundidade, e há anos, o nosso sério trabalho no combate à falsificação." Diva Alves Kodama, inspetora da alfândega do porto de Santos (Santos, SP) Texto Anterior: Jorge Boaventura: Conspiração em marcha Próximo Texto: Erramos Índice |
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