São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Hospitais psiquiátricos
"Fiquei indignada com o texto de Ferreira Gullar de 12/4 na Ilustrada ("Uma lei errada"). O movimento de reforma psiquiátrica brasileira de fato se inspirou, e muito, no movimento italiano de Basaglia. Mas isso não quer dizer que o modelo italiano tenha sido importado e implementado no Brasil sem qualquer crítica ou alteração.
O modelo brasileiro não é uma "campanha contra a internação de doentes mentais", conforme diz Gullar em seu artigo, mas, sim, uma proposta séria e amplamente debatida, que estabelece uma rede de atenção à saúde mental.
A chamada lei Paulo Delgado nasceu da discussão realizada por trabalhadores, familiares e usuários dos serviços psiquiátricos. De modo nenhum a lei é uma surpresa que foi "tirada da cartola" por algum político oportunista. Ela é a consolidação de uma prática e de um debate consistentes.
Amparados por uma legislação que postula uma nova forma de atenção à saúde mental, o nosso desafio é implementar amplamente esse novo modelo no Brasil.
Podemos criticá-lo e aperfeiçoá-lo, mas sempre lembrando que já estamos muitos passos à frente e que vamos continuar caminhando."
PAULA FONTANA FONSECA, mestre em psicologia pela USP (São Paulo, SP)

 

"Em "Atendimento à saúde mental é falho em dez Estados e no DF" (Cotidiano, ontem), a senhora Elisa Zaneratto, do Conselho Federal de Psicologia, diz que o horror é a não implementação da reforma psiquiátrica, e cita Belo Horizonte como um local onde o atendimento é eficaz e nas 24 horas do dia.
De fato, por experiência própria, digo que o hospital Raul Soares oferece 24 horas de atendimento. Mas o paciente é internado por uma semana ou, no máximo, por 15 dias. Ou seja, só se atende emergência. Ao se conceder alta, não é oferecido encaminhamento para tratamento.
Não há opção de acolhimento para quem não tem onde morar nem renda para pagar residência assistida. As residências gratuitas, municipais, são insuficientes (apenas 12) para os cerca de 300 ex-internos do antigo sistema que não têm laços familiares e aguardam vaga.
Os casos assim, como diz o poeta, vão acabar "nas ruas, como mendigos, dormindo sob viadutos". A reforma psiquiátrica vem garantindo a manutenção do horror."
IÊDA MARTINS DE PÁDUA (Belo Horizonte, MG)

Opportunity
"Em relação à nota "Escorregou" ("Painel", ontem), cabe esclarecer que Hugo Chicaroni jamais foi colaborador do Opportunity ou de Daniel Dantas. O empresário mantém o que disse em todos os depoimentos: não tem nem nunca teve nenhuma relação com Hugo Chicaroni. Portanto, jamais pediu ou ordenou a quem quer que seja que ofertasse dinheiro a Chicaroni nem a pessoas ligadas a ele.
Dantas, em depoimento à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas (16/4), corroborou todas as declarações de que ele próprio havia prestado às autoridades, conforme documento em anexo.
O empresário informou, em 19 de novembro de 2008, ter pedido ao advogado Wilson Mirza que tentasse, diretamente ou através de pessoas de confiança do senhor Paulo Lacerda ou por ele respeitadas, esclarecer mais uma vez que o material entregue à revista "Veja" não fora encaminhado por ele, nem que reconhecia sua legitimidade, conforme correspondência que já lhe havia endereçado e notas encaminhadas à imprensa."
CORIOLANO GATTO, Insight Engenharia de Comunicação, assessoria de imprensa externa do Opportunity (São Paulo, SP)

PT x PSDB
"José Dirceu respondeu ontem, no artigo "Os tropeços de um neotucano", ao meu artigo de 5/4, intitulado "Os equívocos do PT" ("Tendências/Debates'). Esperava o início de um debate de ideias que servisse ao país entre aqueles, inclusive petistas, que se interessam pelo seu futuro.
Ao contrário, Dirceu envereda pelo campo da tentativa de desqualificar pessoalmente quem pensa de forma diferente da sua. Assim são os títulos a mim atribuídos: ex-comunista, neotucano, neoliberal -como se fossem, na mente torturada de quem perdeu seus direitos políticos, algo que envergonhasse qualquer cidadão.
Para completar, sem se perturbar com a ofensa, diz que sou alguém que "paga pedágio à oligarquia para que seja esquecido seu passado".
Aliás, a expressão pedágio parece bem posta na boca e na pena de quem foi denunciado como articulador do "mensalão", o episódio mais vergonhoso da história política do Brasil nas últimas décadas.
O PT deve ter gente mais qualificada para promover o debate das ideias."
ALBERTO GOLDMAN, vice-governador de São Paulo (São Paulo, SP)

Fumo
"A princípio tem-se a falsa impressão de que o governador José Serra, com a edição da lei antifumo, está preocupado com a saúde da população.
No entanto não está nem aí com a saúde de milhares de idosos aposentados do Estado, que mal conseguem custear os seus remédios, haja vista os baixos e defasados salários que recebem.
Mas, ao mesmo tempo, estes estão sendo credores do Estado em dívidas trabalhistas (precatórios) que já têm mais de dez anos de atraso e cujo "calote", além de ilegal e imoral, só contribui para mais sofrimento do idoso aposentado."
SALVADOR MADIA (Itapetininga, SP)

PAC
"O Dnit -Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes- esclarece que, diferentemente do publicado no texto "Nova regra para licenças vai beneficiar rodovias do PAC" (Dinheiro, 16/4), as três grandes rodovias que cruzam a Amazônia não terão o processo de licenciamento ambiental prévio acelerado pelas mudanças na legislação determinadas pela MP-452 e seu projeto de lei de conversão, aprovado nesta semana na Câmara.
Conforme informado por esta autarquia, das três grandes rodovias que cortam a Amazônia, a BR-163 e a BR-230 já possuem licença ambiental prévia, o que torna essa medida inócua para elas. No caso da BR-319, o EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental) está em fase final de aprovação, não sendo mais atingido pela alteração.
Cumpre esclarecer ainda que, paralelamente às obras, serão executadas medidas mitigadoras, conforme determina o parágrafo 9º do projeto de conversão: "O Dnit e os demais órgãos empreendedores deverão, concomitantemente à execução das obras a que se referem os parágrafos 5º e 6º, realizar as medidas mitigadoras e cumprir com a redução do passivo ambiental originário das obras, de acordo com parâmetros definidos pelo órgão licenciador"."
MARIANA BORELLA, chefe da assessoria de comunicação do Dnit (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Marta Salomon - As rodovias na Amazônia que não forem atingidas pela dispensa da licença prévia (que ainda não foi concedida à BR-319) serão alcançadas pela liberação acelerada da licença de instalação, que autoriza o início das obras (caso das duas outras rodovias citadas).

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