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Hospitais psiquiátricos
"Fiquei indignada com o texto de
Ferreira Gullar de 12/4 na Ilustrada ("Uma lei errada").
O movimento de reforma psiquiátrica brasileira de fato se inspirou, e muito, no movimento italiano de Basaglia. Mas isso não quer
dizer que o modelo italiano tenha
sido importado e implementado no
Brasil sem qualquer crítica ou
alteração.
O modelo brasileiro não é uma
"campanha contra a internação de
doentes mentais", conforme diz Gullar em seu artigo, mas, sim, uma
proposta séria e amplamente debatida, que estabelece uma rede de
atenção à saúde mental.
A chamada lei Paulo Delgado nasceu da discussão realizada por trabalhadores, familiares e usuários
dos serviços psiquiátricos. De modo
nenhum a lei é uma surpresa que foi
"tirada da cartola" por algum político oportunista. Ela é a consolidação
de uma prática e de um debate consistentes.
Amparados por uma legislação
que postula uma nova forma de
atenção à saúde mental, o nosso desafio é implementar amplamente
esse novo modelo no Brasil.
Podemos criticá-lo e aperfeiçoá-lo, mas sempre lembrando que já
estamos muitos passos à frente e
que vamos continuar caminhando."
PAULA FONTANA FONSECA, mestre em psicologia
pela USP (São Paulo, SP)
"Em "Atendimento à saúde mental é falho em dez Estados e no DF"
(Cotidiano, ontem), a senhora Elisa Zaneratto, do Conselho Federal
de Psicologia, diz que o horror é a
não implementação da reforma
psiquiátrica, e cita Belo Horizonte
como um local onde o atendimento
é eficaz e nas 24 horas do dia.
De fato, por experiência própria,
digo que o hospital Raul Soares oferece 24 horas de atendimento. Mas
o paciente é internado por uma semana ou, no máximo, por 15 dias.
Ou seja, só se atende emergência.
Ao se conceder alta, não é oferecido
encaminhamento para tratamento.
Não há opção de acolhimento para
quem não tem onde morar nem
renda para pagar residência assistida. As residências gratuitas, municipais, são insuficientes (apenas 12)
para os cerca de 300 ex-internos do
antigo sistema que não têm laços
familiares e aguardam vaga.
Os casos assim, como diz o poeta,
vão acabar "nas ruas, como mendigos, dormindo sob viadutos".
A reforma psiquiátrica vem garantindo a manutenção do horror."
IÊDA MARTINS DE PÁDUA (Belo Horizonte, MG)
Opportunity
"Em relação à nota "Escorregou"
("Painel", ontem), cabe esclarecer
que Hugo Chicaroni jamais foi colaborador do Opportunity ou de Daniel Dantas. O empresário mantém
o que disse em todos os depoimentos: não tem nem nunca teve nenhuma relação com Hugo Chicaroni. Portanto, jamais pediu ou ordenou a quem quer que seja que ofertasse dinheiro a Chicaroni nem a
pessoas ligadas a ele.
Dantas, em depoimento à CPI
das Escutas Telefônicas Clandestinas (16/4), corroborou todas as declarações de que ele próprio havia
prestado às autoridades, conforme
documento em anexo.
O empresário informou, em 19 de
novembro de 2008, ter pedido ao
advogado Wilson Mirza que tentasse, diretamente ou através de pessoas de confiança do senhor Paulo
Lacerda ou por ele respeitadas, esclarecer mais uma vez que o material entregue à revista "Veja" não fora encaminhado por ele, nem que
reconhecia sua legitimidade, conforme correspondência que já lhe
havia endereçado e notas encaminhadas à imprensa."
CORIOLANO GATTO, Insight Engenharia de Comunicação, assessoria de imprensa externa do
Opportunity (São Paulo, SP)
PT x PSDB
"José Dirceu respondeu ontem,
no artigo "Os tropeços de um neotucano", ao meu artigo de 5/4, intitulado "Os equívocos do PT" ("Tendências/Debates').
Esperava o início de um debate
de ideias que servisse ao país entre
aqueles, inclusive petistas, que se
interessam pelo seu futuro.
Ao contrário, Dirceu envereda
pelo campo da tentativa de desqualificar pessoalmente quem pensa de
forma diferente da sua. Assim são
os títulos a mim atribuídos: ex-comunista, neotucano, neoliberal
-como se fossem, na mente torturada de quem perdeu seus direitos
políticos, algo que envergonhasse
qualquer cidadão.
Para completar, sem se perturbar
com a ofensa, diz que sou alguém
que "paga pedágio à oligarquia para
que seja esquecido seu passado".
Aliás, a expressão pedágio parece
bem posta na boca e na pena de
quem foi denunciado como articulador do "mensalão", o episódio mais
vergonhoso da história política do
Brasil nas últimas décadas.
O PT deve ter gente mais qualificada para promover o debate das
ideias."
ALBERTO GOLDMAN, vice-governador de São Paulo
(São Paulo, SP)
Fumo
"A princípio tem-se a falsa impressão de que o governador José
Serra, com a edição da lei antifumo,
está preocupado com a saúde da
população.
No entanto não está nem aí com a
saúde de milhares de idosos aposentados do Estado, que mal conseguem custear os seus remédios, haja vista os baixos e defasados salários que recebem.
Mas, ao mesmo tempo, estes estão sendo credores do Estado em
dívidas trabalhistas (precatórios)
que já têm mais de dez anos de atraso e cujo "calote", além de ilegal e
imoral, só contribui para mais sofrimento do idoso aposentado."
SALVADOR MADIA (Itapetininga, SP)
PAC
"O Dnit -Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes- esclarece que, diferentemente
do publicado no texto "Nova regra
para licenças vai beneficiar rodovias do PAC" (Dinheiro, 16/4), as
três grandes rodovias que cruzam a
Amazônia não terão o processo de
licenciamento ambiental prévio
acelerado pelas mudanças na legislação determinadas pela MP-452 e
seu projeto de lei de conversão,
aprovado nesta semana na Câmara.
Conforme informado por esta
autarquia, das três grandes rodovias que cortam a Amazônia, a BR-163 e a BR-230 já possuem licença
ambiental prévia, o que torna essa
medida inócua para elas. No caso
da BR-319, o EIA-Rima (Estudo de
Impacto Ambiental/Relatório de
Impacto Ambiental) está em fase
final de aprovação, não sendo mais
atingido pela alteração.
Cumpre esclarecer ainda que, paralelamente às obras, serão executadas medidas mitigadoras, conforme determina o parágrafo 9º do
projeto de conversão: "O Dnit e os
demais órgãos empreendedores
deverão, concomitantemente à
execução das obras a que se referem os parágrafos 5º e 6º, realizar
as medidas mitigadoras e cumprir
com a redução do passivo ambiental originário das obras, de acordo
com parâmetros definidos pelo órgão licenciador"."
MARIANA BORELLA, chefe da assessoria de comunicação do Dnit (Brasília, DF)
Resposta da jornalista Marta
Salomon - As rodovias na Amazônia que não forem atingidas
pela dispensa da licença prévia
(que ainda não foi concedida à
BR-319) serão alcançadas pela
liberação acelerada da licença
de instalação, que autoriza o
início das obras (caso das duas
outras rodovias citadas).
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