São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Atentados em SP
"O novo 13 de maio da história pátria lembrará a sinistra e cruenta comemoração dos escravos do pó, regada a ódio, bomba e bala."
José Maria Leal Paes (Belém, PA)

 

"Ontem, na página A5 da Folha, o banco Santander usou os nomes dos policiais covardemente assassinados para prestar aquilo que imaginou ser uma "justa e necessária homenagem". Sugiro que, neste momento, esses senhores se calem em obsequioso silêncio em respeito às famílias das vítimas e, afinal, em respeito a todas as famílias brasileiras. Minha solicitação decorre do fato de eu estar indignado com esse tipo de cinismo e hipocrisia, posto que são as instituições bancárias os agentes principais da brutal concentração de renda em nosso apequenado Brasil. Ao apostar em juros extorsivos, em execuções sumárias de suas ações de despejo e expropriação de casas, veículos, terras e colheitadeiras, empurram milhares de famílias a indignas condições de padrão social, ajudando na formação da "mão-de-obra" que o PCC e que tais utilizam nas suas ações. Lanço um desafio a esses condoídos senhores. Querem mesmo prestar homenagens? Então ofereçam a cada uma das famílias das vítimas policiais, heróis mal remunerados, um ano de salário que eles receberiam se estivessem vivos. Gostaria de ver se esses senhores têm a mesma coragem das vítimas, que, afinal, perderam a vida por aceitarem defender, também, o estilo de vida dos senhores banqueiros."
Eduardo Salamuni (Curitiba, PR)

 

"Enquanto os Chicos Buarques e Soninhas da vida alardeiam por aí que se drogam, o PCC, sem alarde, amedronta o país e a maior cidade do Brasil. O PCC tem no tráfico de drogas talvez o seu maior financiador. Já é hora de discutirmos o papel da classe média alta, dos políticos, dos "artistas" e dos formadores de opinião no fomento do tráfico de drogas com o seu consumo."
Carlos Eduardo Guerra Grossi (Belo Horizonte, MG)

 

"No editorial "Noites de Bagdá" (Opinião, 15/5), a Folha diz que é hora de união, mas prefere criticar o presidente com uma declaração fora de contexto e omitir a informação de que a ajuda oferecida pelo governo federal foi rejeitada pelo governo de São Paulo. O texto diz que a transferência é um direito do Estado, mas omite que não foram tomadas providências, apesar de se saber que poderia haver reação violenta. Por fim, termina elogiando Cláudio Lembo, não cita Geraldo Alckmin e faz cobranças ao Congresso. Isso é que é não politizar o assunto."
Glauco Carreira (Taubaté, SP)

 

"Admirável a edição do dia 17/5. Fico realmente tocado, sendo funcionário público, branco e homem de boa laia, ao ver que a Folha se preocupou em sondar como pessoas do meu segmento social lidaram com o medo ante a onda de violência em São Paulo ("Você teve medo?", Cotidiano). Fui agraciado com depoimentos de estilista, de psicóloga, de cabeleireiro, de atriz, de cineasta... todos devidamente branquinhos e apavorados. Tal seleção é realmente bastante adequada, até porque eu não tenho nenhum interesse em saber o que passou nesse momento pela cabeça de gente pobre e "preta". Não tenho nenhuma curiosidade acerca da subjetividade dessas pessoas, que, afinal, já foram contempladas na cobertura dos atentados, representadas pelos seus pares: os marginais que provocaram essa onda de violência."
Illimani de Moura (Brasília, DF)

 

"Não estou defendendo a atitude dos criminosos, mas o que se poderia esperar de cadeias superlotadas, maus-tratos, falta de condições mínimas de vida saudável e ausência de reinserção na sociedade. Esses são alguns dos fatores que impulsionam tanta revolta, tanta violência e tanta crueldade. Quem não viveu a cidadania, por que vai respeitá-la? Lembro que os tucanos estão no poder em São Paulo já há um bom tempo. Muitos criminosos de hoje eram crianças no início do governo tucano. Acho que faltou algo para que essas crianças se tornassem cidadãos e não caíssem no mundo do crime."
João Victor Barison de Oliveira (Campinas, SP)

 

"Escreveu Luís Nassif, na Folha de 16/5, que "a maneira mais eficaz de estrangular o crime organizado é cercear suas atividades financeiras". Não vejo forma melhor de obter isso do que a legalização das drogas. Se o Estado assumir a distribuição e, ao mesmo tempo, intensificar a propaganda sobre os efeitos devastadores delas, estaremos "tirando o chão" debaixo dos pés dos traficantes. Derrotá-los de outra forma é simplesmente irrealizável."
Omar Lasso (Jundiaí, SP)

Justiça
"O artigo de Carlos Heitor Cony de 15/5 ("Justiça a duas mãos", pág. A2) é ambíguo e com o evidente interesse de agredir o juiz e atacar o Judiciário. Ninguém precisa concordar com decisão judicial, e o direito de crítica é livre. Mas não se pode, com esse pretexto, tachar o juiz de suspeito, de parcial, de agir premeditadamente no julgamento com a intenção de se sair bem. Esqueceu-se ele de dizer que o juiz se reporta a uma decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, na qual deixou expresso que o réu não poderia ser preso antes de decisão judicial transitada em julgado. As decisões do magistrado e do STF poderiam, ao menos, ter sido lidas antes da crítica, mas, afinal de contas, o articulista não parece preocupado com os fatos, e sim com a versão que dele se pode extrair. Como ele disse ao final da crônica, "o julgamento já foi feito"."
Jayme Martins de Oliveira Neto, juiz de direito, vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrados e diretor do Departamento de Comunicação da Associação Paulista de Magistrados -Apamagis (São Paulo, SP)

Nossa Caixa
"Sobre a reportagem "Nossa Caixa beneficiou tucanos em 2004" (Brasil, pág. A5, 15/5), cabe esclarecer alguns pontos. 1) Como candidato à prefeito de Barretos pelo PSDB em 2004, jamais fui beneficiado ou tive apoio das organizações Monteiro Filho, que reúnem o jornal "Diário de Barretos", a Rede Vida de Televisão e a rádio Independente. 2) As organizações Monteiro Filho apoiaram abertamente o candidato da coligação PFL/PPS. O diretor do grupo é dirigente da executiva local do PFL. Em decorrência desse apoio ao meu adversário, não tive nenhum espaço nos veículos citados. 3) Ao contrário do que afirma o texto, informo que o governador Geraldo Alckmin jamais pressionou qualquer órgão público do Estado a beneficiar qualquer candidato. O governador sempre se pautou pela ética e pela conduta republicana, resistindo a todo tipo de pressão para ajudar candidatos. Tivesse havido esse tipo de ajuda do governador em Barretos, o resultado da eleição poderia ter sido outro, mas nos orgulhamos de ter disputado e perdido aquela eleição de maneira limpa e transparente."
César Gontijo , ex-candidato à prefeito de Barretos pelo PSDB (Barretos, SP)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A agência Contexto, que atendia à Casa Civil, orientou a Nossa Caixa a anunciar em "O Diário", que colocou na manchete da primeira página a visita do então presidente estadual do PSDB em apoio aos candidatos tucanos da região de Barretos. A reportagem informou que o grupo Monteiro Filho apoiou o candidato do PFL local.


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