São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006 |
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ANTONIO DELFIM NETTO Lógica e Nietzsche
UM DOS argumentos mais
especiosos para explicar o
desastroso crescimento da
economia na octaetéride fernandista é que "ela enfrentou várias
crises externas". O fato em si é verdadeiro (houve, sim, uma crise
asiática), mas a conclusão violenta
a lógica! Se a simples repercussão
da "crise asiática" fosse a "causa"
do nosso baixo crescimento, o resultado natural seria que os países
que sofreram diretamente a crise
deveriam ter tido, pelo menos, as
mesmas dificuldades de crescimento por um período no mínimo
igual ao nosso. Ora, aconteceu exatamente o contrário. Os que foram
vítimas efetivas da crise (déficits
em conta corrente insustentáveis)
tomaram medidas enérgicas: resistiram, contrariaram ou modificaram profundamente o remédio que
o FMI queria aplicar-lhes e saíram
da crise quase imediatamente (eliminaram o déficit), com uma desvalorização cambial acompanhada
por uma instantânea e profunda
redução do crescimento do PIB.
dep.delfimnetto@camara.gov.br ANTONIO DELFIM NETTO escreve às quartas-feiras nesta coluna. Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: O gato e a missão Próximo Texto: Frases Índice |
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