São Paulo, quarta-feira, 18 de dezembro de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Compromisso com a vida
FLÁVIO VORMITTAG
Os próximos 20 anos, por sinal, deverão ser pródigos, com a chegada ao mercado de cerca de mil novos e revolucionários medicamentos para prevenir, controlar e curar doenças, salvando milhões, talvez bilhões de vidas em todo o mundo. Entre as doenças alvo desses novos produtos estão mal de Alzheimer, mal de Parkinson, artrite reumatóide, osteoporose, osteoartrite, diabetes, depressão e disfunções sexuais, gastrointestinais, respiratórias, de pele e da próstata, além das doenças degenerativas crônicas associadas à idade. Todo esse progresso só é possível, no entanto, porque a indústria farmacêutica de pesquisa investe anualmente bilhões de dólares na invenção de novas moléculas e no desenvolvimento de novos medicamentos. Só em 2001 foram US$ 60 bilhões. Nenhum setor da atividade econômica investe tanto dinheiro e esforço em pesquisa e desenvolvimento. Os investimentos para inventar uma nova molécula são realmente elevados. Segundo estudo do Tufts Center for the Study of Drug Development, em Boston (EUA), o custo médio para criação e desenvolvimento de um novo medicamento é da ordem de US$ 800 milhões. Além disso, até sua comercialização, um novo medicamento consome mais de dez anos de pesquisas laboratoriais e clínicas e mais uns dois anos nos processos de obtenção de registro das agências regulatórias. Isso sem contar que um novo medicamento que consumiu milhões de dólares e anos de pesquisa pode ser descartado por apresentar um efeito colateral indesejado ou não atingir a eficácia esperada. Ou seja, os riscos são imensos, sobretudo se lembrarmos que, de cada 10 mil moléculas inventadas, apenas cinco chegam aos testes finais em seres humanos e somente uma chega às prateleiras das farmácias na forma de medicamento. Apesar disso, as indústrias farmacêuticas de pesquisa não abrem mão de seu compromisso legítimo de investir no desenvolvimento de novos medicamentos, que permitem ao ser humano viver mais, com mais saúde, qualidade de vida e produtividade. O empresário da história lá em cima e milhares de pessoas ao redor do mundo agradecem, pois, graças às invenções dos laboratórios farmacêuticos, eles ganharam uma segunda chance e, hoje, podem continuar em busca da realização de seus sonhos e de um futuro melhor. Flávio Vormittag, 44, médico, é presidente da Interfarma - Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa. Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Fábio Konder Comparato: Evandro Lins e Silva Próximo Texto: Painel do leitor Índice |
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