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Longe do ideal
UM PEQUENO passo foi dado
para aumentar a transparência na Câmara dos Deputados. Os integrantes da Mesa
Diretora decidiram dar mais visibilidade à prestação de contas
dos deputados com a chamada
verba indenizatória.
Trata-se do segundo resultado
prático do "castelogate", protagonizado pelo deputado Edmar
Moreira (MG). O político já havia
sido apeado do cargo de corregedor da Casa. Agora, uma suspeita
de uso irregular das verbas indenizatórias ameaça seu mandato.
Moreira gasta 80% dessa receita
com segurança privada, setor em
que atua como empresário.
Além do salário de R$ 16.500,
cada congressista faz jus a R$ 15
mil mensais de verba indenizatória. Seu objetivo é cobrir despesas com aluguel, manutenção
de escritório, alimentação, serviços de consultoria e pesquisa, segurança, assinatura de periódicos e TV a cabo, transporte, hospedagem etc.
O ressarcimento desses gastos
abre uma avenida para fraudes,
por meio da apresentação de notas frias, por exemplo. Até agora,
a Câmara só informa a despesa
total dos deputados em cada
uma das rubricas. Passarão a ser
divulgados, também, o número
da nota fiscal, o nome do estabelecimento que forneceu o documento e o seu valor.
Dá-se um passo na direção correta, mas a prestação de contas
ainda está longe do ideal. Não há
justificativa para que informações mais detalhadas não sejam
divulgadas. O número do CNPJ
da empresa fornecedora, por
exemplo, será omitido. O prazo
de 45 dias para o início da divulgação também é excessivo.
Sobretudo, não há razão para
que documentos anteriores à
efetivação da medida sejam omitidos do público. A transparência
que cobre com um manto de segredo os gastos, suspeitos ou
não, efetuados até hoje é apenas
meia-transparência.
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