São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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Painel do leitor

Explicação
"A reportagem publicada na pág. 3-2 (Cotidiano), em 11/2, sob o título 'STJ reconhece direito de herança de gay', afirma que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconheceu o direito de herança de um homossexual sobre um apartamento que ele provou ter adquirido com o parceiro.
Mais adiante, observo que o STJ determinou que metade desse bem caiba ao parceiro sobrevivente e a outra metade ao herdeiro-pai.
Embora sem ter tido acesso à decisão, quer me parecer que o que o STJ concedeu foi a meação do bem adquirido pelos dois companheiros, área restrita ao Direito das Obrigações, e não ao Direito das Sucessões.
Assim, não teria sido uma 'herança', mas, sim, a partilha de metade de um bem, adquirido pelo esforço conjunto de duas pessoas, pouco importando que tivessem vivido juntas."
Celso Antônio Rossi (Jacarezinho, PR)
Nota da Redação - A retificação foi publicada em 17/2, na seção "Erramos".


Preconceito racial
"O artigo 'Amistad? Amizade? Amizade o caramba!', de Marilene Felinto, publicado na pág. 3-2 (Cotidiano), em 17/2, é uma das mais viciosas peças anti-semitas que jamais vi na grande imprensa brasileira. Pode ser enquadrado na Lei Afonso Arinos por incentivar o ódio racial. Acho que a Redação da Folha deve discutir essa aberração publicada sob a égide da 'Equipe de Articulistas'.
Além do ódio patológico expresso num tatibitate que deslustra o texto da Folha, a articulista ignora fatos comezinhos: judeus liberais e progressistas desempenharam um extraordinário papel na luta antiapartheid na África do Sul. E, nos EUA, quem começou a luta pelos direitos civis foram os grupos de judeus de esquerda.
Se ela não gostou do filme, que vá ver o 'Titanic'. O jornalismo é um serviço público dirigido à elevação moral e cultural da sociedade. O que essa senhora fez naquela edição é o caminho inverso, no velho estilo do dr. Goebbels."
Alberto Dines, jornalista (São Paulo, SP)


"O artigo de Marilene Felinto, 'Amistad? Amizade? Amizade o caramba!', publicado na Folha, em 17/2, causa profunda repulsa. Não sei se a senhora detesta os americanos, os judeus em geral, o senhor Steven Spielberg em particular, ou, quem sabe, a todos. O fato é que seu artigo prima pela imprecisão das afirmativas e por sua tendenciosidade.
Atualmente, nos Estados Unidos, a quantidade de casamentos mistos de homens e mulheres da fé mosaica ultrapassa 50% do seu total. Onde está então a tal 'endogenia exclusiva' dos judeus?
Cerca de 70% dos judeus americanos -a colônia mais abastada e integrada do mundo- têm um padrão de vida igual ou inferior ao dos americanos de outros credos religiosos. Na relação dos mais ricos do mundo, não se encontra nem sequer um judeu. Onde está a tal 'riqueza excepcional' dos judeus?
A palavra está no seu campo, senhora -ou declara abertamente seu desprezo e seu preconceito étnico-racial ou se retrata diante daqueles que vilipendiou."
Tomas Venetianer (São Paulo, SP)


"Celebro com entusiasmo o artigo 'Amistad? Amizade? Amizade o caramba!', de Marilene Felinto, publicado na Folha em 17/2, sobre as injustiças cometidas contra negros e judeus. Há muito desconfio deste Amistad, de Spielberg, que pode provocar, sim, ou acirrar a onda de ódio que já existe nos Estados Unidos contra os negros. Sem falar nesse pavoroso racismo velado que se cultiva no Brasil."
Pedro de Souza (Florianópolis, SC)


Aviação civil
"Gostaria de elogiar o editorial Ar, monopólio discutível, publicado na Folha de 17/2. Como pode o Ministério da Aeronáutica controlar a si mesmo, visto que é o órgão que administra a aviação civil, os aeroportos e ainda a Infraero? Como ninguém fiscaliza ninguém, os hidrantes do aeroporto Santos Dumont não funcionaram no incêndio do dia 14/2, as mangueiras estavam furadas e o seguro cobria R$ 6,7 milhões, quando o custo de reposição do imóvel era de R$ 50 milhões. São fatos mais do que eloquentes para mudar toda a estrutura da aviação civil, em que uma agência pública forte deveria fiscalizar companhias aéreas e aeroportos privados. Fico pensando o que a imprensa estaria dizendo hoje se o aeroporto Santos Dumont já tivesse sido privatizado com a falta de manutenção evidenciada pelos fatos supra citados. A Light e a Cerj até parecem razoáveis, comparadas à Infraero."
Igor Cornelsen (São Paulo, SP)


Esclarecimento
"Apreciamos a reportagem 'Tudo sobre estágios', publicada na Folha, em 15/2, com diversas e oportunas menções às nossas atividades.
No tocante à receita institucional do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), para a prestação gratuita dos serviços de seleção e acompanhamento dos estágios dos estudantes nas empresas, ela é advinda, exclusivamente, das contribuições e doações das empresas.
Com efeito, o CIEE é uma organização sem fins lucrativos, não-governamental e filantrópica. Desde a sua fundação, em 1964, já encaminhou mais de 1,7 milhão de estudantes para estágios e treinamento nas empresas, com o pagamento de bolsas-auxílio oferecidas pelas empresas.
A receita obtida é aplicada, integralmente, na manutenção de suas atividades, bem como nos projetos de alfabetização de adultos, colocação profissional de adolescentes, campanhas institucionais e cursos inteiramente grátis, oferecidos aos estudantes."
Luiz Gonzaga Bertelli, presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE (São Paulo, SP)
Nota da Redação - Afonso Lamounier de Moura, gerente do CIEE, em momento algum disse que a instituição não tem fins lucrativos. Além disso, a taxa cobrada pelo CIEE, de R$ 50,00, não é a mais baixa do mercado -há uma empresa que cobra R$ 35,00 pelo mesmo serviço.


Série sobre educação
"Excelente o debate sobre educação publicado pela Folha. Práticas desse teor ajudam a resolver os problemas educacionais brasileiros. Que o diálogo passe aos atos!"
Roberto Romano, professor de filosofia política da Universidade Estadual de Campinas (São Paulo, SP)


Aniversário
A Folha agradece os cumprimentos pela passagem do seu 77º aniversário que recebeu de: Raul Belém, deputado federal pelo PFL-MG (Brasília, DF); Antonio Carlos Rufino Freire, coronel da Polícia Militar (São Paulo, SP); Flávio Ballardin (Jandira, SP); Accesso Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP).



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