São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Senador vitalício
"Li na Folha de domingo a reportagem "Governo e oposição querem ex-presidente como senador vitalício" (Brasil), na qual consta referência de que enfrento dificuldades no Maranhão e no Amapá e que isso seria uma das motivações da proposta. Desejo esclarecer que tal assertiva não encontra suporte nos fatos, uma vez que, nas pesquisas realizadas no Maranhão, o índice de Roseana é de 68% e, no Amapá, a minha posição é de absoluta tranqüilidade, não tendo até o momento nenhum concorrente para disputar comigo caso eu venha a ser candidato ao Senado Federal."
José Sarney, senador (Brasília, DF)

 

"Lendo o "Painel do Leitor" de ontem, deparei com quatro cartas contrárias a proposta de criação do cargo de senador vitalício para ex-presidentes. Fiquei surpreso, pois salta aos olhos a necessidade de criar um espaço de atuação para os ex-presidentes. Vários países já tomaram tal atitude e não há nada de imoral nisso. Só temos a ganhar se mantivermos a experiência dos ex-presidentes a serviço da nação. O artigo de Fernando Rodrigues (com quem raramente concordo!) de ontem, "Ex-presidentes", veio bem a calhar, pois adiciona sensatez ao debate. Sou favorável à proposta, que deve prever que os ex-presidentes que optarem pela senatoria vitalícia fiquem impedidos de disputar novos cargos."
Pedro Eugenio Beneduzzi Leite (Brasília, DF)

 

"Lamento discordar, por uma vez, da opinião do sempre apreciado Fernando Rodrigues. Nada impede que os ex-presidentes se submetam novamente ao sufrágio universal, seja para o Senado, seja para a prefeitura de suas cidades... Isto é democracia: buscar sempre a legitimidade popular. Os ex-presidentes não são dinossauros a serem preservados. Os "cargos" políticos vitalícios (ou biônicos, em outras eras) trazem sempre um ranço do totalitarismo."
Geraldo Nascimento (Belo Horizonte, MG)

Tortura
"Quando vejo notícias de que as autoridades pensam em deixar morrer pessoas sem UTI por falta de recurso, que os bancos embolsam os maiores e indecentes lucros do país e que eles, os bancos, são socorridos com R$ 4,751 bilhões de dinheiro público (que poderia ser utilizado em UTI), sinto uma profunda decepção. Nada me consola da tortura de ser brasileiro."
José Isaac Pilati (Florianópolis, SC)

Isonomia
"A mídia divulgou versões diferentes da ofensa racial proferida pelo jogador argentino contra o brasileiro Grafite: "negro macaco", "negrito" e "negro de mierda". É chocante e lastimavelmente verdadeira a declaração de um leitor de que, "se tivesse chamado o jogador de bambi, teria sido mais eficiente sua provocação para desestabilizar o adversário e nada aconteceria com ele, pois todos fazem isso" ("Painel do Leitor", 17/4). De fato, chamar um negro de macaco dá cadeia. Mas nada acontece a quem chama um gay ou qualquer cidadão de "veado". Nós, homossexuais, exigimos que, assim como os crimes raciais, os insultos sexuais também sejam punidos. Isonomia já!"
Luiz Mott, professor titular de antropologia da Universidade Federal da Bahia (Salvador, BA)

Vitória
"A jornalista Cláudia Collucci descreveu com brilhantismo o projeto do governo para decidir quem vai para a UTI. Felizmente, o governo recuou imediatamente em seus propósitos. Foi a vitória mais rápida do jornalismo brasileiro. O Crefito-3 solicitou ao Ministério da Saúde a inclusão do tratamento de fisioterapia e terapia ocupacional no Programa de Saúde da Família. Os idosos, principais pacientes das UTIs, poderiam receber um atendimento preventivo em suas casas, melhorando a qualidade de suas vidas. De sobra, o governo evitaria os congestionamentos e os elevados gastos nas UTIs, reduzindo enormemente os dispêndios com a saúde, e os médicos ou o governo não precisariam decidir quem merece uma chance de vida."
Gil Lúcio Almeida, presidente do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de São Paulo -Crefito-3 (São Paulo, SP)

Desvios
"O ministro Waldir Pires disse que 20% dos recursos transferidos pela União aos municípios são desviados, peço vênia para discordar e afirmar que esse percentual está muito abaixo da realidade nacional. Prova disso é que o Brasil continua liderando o ranking da corrupção na América Latina e ocupa vergonhosamente, de acordo com a ONG Transparência Internacional, o 59º lugar entre os 146 países pesquisados. Gostaria, assim, de sugerir ao presidente Lula e ao ministro Pires a outorga de uma emissora de rádio para o TCU com o objetivo de orientar a população a exercer a sua cidadania. A rádio transmitiria todas as liberações de recursos da União para os Estados e municípios, o que faria dela um verdadeiro "ombudsman eletrônico"."
Vasco Vasconcelos (Brasília, DF)

Tristes trópicos
"Este é o ano do Brasil na França. Aproveito para evocar aqui justamente um francês de 96 anos que deve parte de sua projeção intelectual ao Brasil: Claude Lévi-Strauss. Neste momento em que pesquisadores de todo o mundo procuram Lévi-Strauss para ouvi-lo a respeito de seus estudos realizados na década de 1930 com índios em Mato Grosso e na região amazônica, vários indiozinhos estão morrendo de desnutrição no Centro-Oeste brasileiro. São nossos tristes trópicos. O Brasil que Lévi-Strauss encontrou na década de 30 e descreveu em seu belo livro não parece tão distante 70 anos depois."
Mônica Ribeiro, mestranda em antropologia pela Unicamp (Campinas, SP)

McDonald's
"Em relação à nota "Aumento vegetativo" (coluna "Mercado Aberto", Dinheiro, pág. B2, 12/4), gostaríamos de acrescentar que o McDonald's Brasil teve um crescimento de 15% no primeiro trimestre de 2005. Esse índice é superior ao apresentado pelo varejo nacional no mesmo período. O objetivo da rede, neste momento, não é abrir diversos pontos-de-venda como nos últimos anos, mas, sim, atrair um número maior de consumidores aos seus restaurantes."
Alcides Terra, vice-presidente de relações institucionais do McDonald's Brasil (São Paulo, SP)


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