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PAINEL DO LEITOR
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Polícia
"A matéria de Raphael Gomide
(18/5) sobre o cotidiano da formação dos recrutas da Polícia Militar
do Rio é um retrato acabado da degradação das forças de segurança
pública do Estado. Sem formação
adequada, valorização profissional
e condições mínimas de trabalho, a
força policial do estado se transformou em uma máquina expressa de
extermínio, conforme revela o número trágico de 1330 pessoas mortas em "confronto", em 2007. Os dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública do RJ, revelando
um aumento em fevereiro de 21%
no número de "autos de resistência",
indicam ainda que a polícia carioca
caminha a passos largos para a superação desse patamar. Espero que
a Folha, agora, passe também a investir em uma cobertura que explore soluções e experiências bem sucedidas no Brasil e no mundo."
ATILA ROQUE (Brasília, DF)
Raças
"Muito apropriado o editorial da
Folha em prol de uma sociedade
sem discriminação racial ("Brancos
e negros", 18/5). Europeizar ou negrificar são faces de uma mesma
medalha: a separação da população
em categorias raciais. Todos os povos são miscigenados, mesmo os
que se quiserem "puros", e é tão perigoso pregar a existência de uma
raça ariana, quanto africana ou indígena, imaculada e pura. O uso de
categorias raciais, mesmo com as
melhores intenções, não apenas denota pensamentos e ações discriminatórios como dificulta a diminuição das desigualdades sociais, ao
tentar tornar naturais classificações raciais inventadas há poucos
séculos para oprimir."
PEDRO PAULO A. FUNARI, professor da Unicamp
(Campinas, SP)
"Da mesma forma que a Folha
critica as fantasias racistas do embranquecimento e o risco de criar
um país dividido pela cor, defendendo uma sociedade mais tolerante, este jornal cai automaticamente
na tradicional visão freyriana de
"democracia racial". A conseqüência
disso, como sabemos bem, é a dificuldade de combater o nosso preconceito, o qual se torna invisível."
CASSIANO BARBOSA (Marabá, PA)
Marina
"Apesar de ser um fã de Marina
Silva, não culpo o presidente Lula
pela demissão dela, como muitos
leitores estão fazendo. Se quisermos encontrar os culpados pelos
desvios ideológicos do governo,
basta olharmos para nossos espelhos. Afinal, a bancada que dá sustentação ao presidente foi "costurada" com muita habilidade a partir de
um conjunto multicor de conservadores, escravagistas, corruptos, entreguistas e poderosos. E, mesmo
assim, suas decisões não são totalmente desagradáveis a todos os que
votaram nele. Não são as ideais, reconheço, mas têm sido as melhores
possíveis, evitando-se os confrontos que derrubaram Getúlio, Jânio,
Jango. A realidade é que votamos
em Lula, mas esquecemos de dar-lhe uma bancada com a nossa cara,
a do povão. Apesar dos pesares, temos de reconhecer a sua capacidade e a de seus auxiliares para conduzir o barco de forma incólume na
pororoca oposicionista. Espero que
cheguemos salvos à outra margem."
MURILO CABRAL (Salvador, BA)
Gustavo Franco
"Gustavo Franco não é aquele
que arrebentou as reservas do BC
para manter a ilusão do dólar ao
par? Quem quer ler suas opiniões?"
ANTONIO CARLOS ORSELLI (Araraquara, SP)
Sistema S
"No debate sobre o Sistema "S",
por que a Folha não consulta os microempresários? Somos mais de 10
milhões. Só tenho visto entrevistas
com grandes empresários e com o
ministro Fernando Haddad."
ODOMIRES MENDES DE PAULA (Uberlândia, MG)
Prefeituras
"A Folha de 9/5 publicou a reportagem "PF tem mais provas com
referência a PA" (Brasil, pág. A7).
No final do texto, foi informado que
algumas prefeituras do Estado de
São Paulo estão sendo investigadas
por supostas fraudes em licitações,
bem como por desvios de recursos
do BNDES. Inicialmente temos a
informar que, até a presente data, a
Prefeitura Municipal de São Sebastião da Grama não recebeu qualquer comunicado oficial, ou mesmo
pedido de informações, da Polícia
Federal, bem como de qualquer outra instituição com poderes investigativos, ou seja, parece não proceder a informação apresentada pelo
jornal no sentido de que a Prefeitura Municipal de São Sebastião da
Grama estaria sendo investigada.
Por outro lado, desde já é necessário registrar que nenhuma, repita-se, nenhuma, das pessoas e/ou
empresas mencionadas na reportagem, em nenhum momento, participaram de procedimentos licitatórios da Prefeitura Municipal de São
Sebastião da Grama, ou mesmo
mantiveram qualquer tipo de relação comercial com a prefeitura.
Ademais, mister se faz necessário
registrar que a Prefeitura Municipal de São Sebastião da Grama também, até a presente data, nunca recebeu qualquer tipo de recurso do
BNDES, outro fato que apenas reforça que a sua citação na reportagem se mostrou bastante falha."
EMILIO BIZON NETO, prefeito (São Sebastião da
Grama, SP)
Isabella
"Sem adentrar no mérito do artigo que considera ilegal a prisão dos
suspeitos da morte da criança Isabella, publicado em 17/5 (pág. A3), o
doutor David Teixeira de Azevedo
cometeu um equívoco, logo no início, que precisa ser esclarecido.
Afirmou o autor no primeiro parágrafo que o juiz e o promotor podem responder criminalmente por
haverem decretado a prisão preventiva de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Ocorre que promotor de Justiça não pode determinar prisão preventiva de qualquer
pessoa. Como promotor de Justiça
não é autoridade judiciária, ele não
decretou a prisão. Quem determinou a prisão foi somente o juiz."
JEFERSON MOREIRA DE CARVALHO, juiz do Tribunal
de Justiça de São Paulo (Mogi das Cruzes, SP)
"É lamentável a afirmação do
professor David Teixeira de Azevedo (17/5) de que, "segundo o sistema
constitucional e processual brasileiro, o juiz e o promotor podem
responder criminalmente por haverem decretado a prisão preventiva de Alexandre Nardoni e Anna
Carolina Jatobá". Não é verdade.
Tendo sido fundamentados o pedido de prisão preventiva e, principalmente, a decisão que a decretou (assim como a do desembargador do
TJ-SP e a do ministro do STJ, que
negaram liminar em HC), inexiste
qualquer possibilidade de abuso de
autoridade. Que o articulista queira
defender a inadequação da medida,
é aceitável. Argumentar no sentido
de que isso configura abuso de autoridade é um exagero incompatível com quem exerça o magistério
superior. Recomendo que o professor leia o sensato artigo do juiz Sergio Moro, que, com serenidade, defendeu a possibilidade da decretação da prisão preventiva em casos
como esse sem desrespeitar os que
pensam em sentido contrário."
NINO OLIVEIRA TOLDO, juiz federal (São Paulo, SP)
Dorothy Stang
"No segundo júri da irmã Dorothy Stang os jurados também não
foram obrigados a motivar nem a
explicar o porquê da decisão, e inexiste qualquer garantia de que a absolvição não foi um erro judiciário.
Com respeito à posição do jurista
Roberto Delmanto Jr. ("Painel do
Leitor", 18/5), o segundo júri só tem
o direito de errar por último."
JOSÉ CLÁUDIO ZAN, promotor de Justiça (São José
do Rio Pardo, SP)
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