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Regularizar
"Li ontem o artigo da senadora
Marina Silva ('Leitura obrigatória',
Opinião) e penso que o verbo "regularizar" deveria ser banido do vocabulário brasileiro, pois ele tem
construído uma consciência política de que não vale a pena cumprir a
lei, já que sempre é possível "regularizar" uma situação de fato, mesmo
que ilegal.
Assim, surgem monstruosidades
como a MP 458, o Código Ambiental Catarinense e outras tantas
anistias fiscais."
ANTÔNIO JOSÉ MOREIRA DA SILVA (Chapecó, SC)
Suzane
"Se a criminosa Suzane von Richthofen for solta, estará provado que,
no Brasil, o crime compensa.
Matar os pais, ameaçar o irmão e
ficar apenas três anos presa... Isso é
um convite ao crime.
Fica fácil matar, dar uma de santa
dentro da prisão e então ser solta.
Para crimes como esse deveria
ser obrigatório o cumprimento das
penas na sua totalidade. Sem essa
de diminuição de pena, o que apenas servirá de exemplo a outros."
ANTONIO JOSÉ G. MARQUES (São Paulo, SP)
Algemas
"Em pleno jornal "Hoje", a rede
Globo mostrou o flagrante de um
furto de bagatela praticado por um
infeliz jovem, que surrupiava os cofrinhos com moedas de doações de
uma instituição.
O que chamou mais a atenção foi
a cena seguinte, em que o jovem
aparece na delegacia algemado e
com as mãos para trás.
E a súmula vinculante das algemas, editada pelo Supremo Tribunal Federal, que proíbe o uso de algemas em cidadãos se não houver
risco para os policiais nem resistência? Só vale para os políticos corruptos e para os ladrões de colarinho branco? Pelo jeito, os pobres
que se lixem.
O ministro Gilmar Mendes deveria interceder publicamente contra
esse desrespeito à nova regra praticada contra o jovem da periferia do
mesmo jeito que o fez contra as
operações da Polícia Federal."
PEDRO VALENTIM (Bauru, SP)
Deputado embriagado
"O caso do deputado estadual
Fernando Ribas Carli Filho, que estava embriagado no momento do
acidente que matou dois jovens em
Curitiba, deixa clara a necessidade
de acabar com o foro privilegiado
para autoridades. Todos os cidadãos brasileiros precisam ter um
tratamento judicial igual.
Carli Filho deveria ser julgado no
juízo de primeiro grau, como acontece com os cidadãos comuns.
O foro por prerrogativa de função
é sinônimo de impunidade. Desde
sua criação, no século 19, o STF
nunca condenou um congressista."
LEONARDO FONTENELLE (Belo Horizonte, MG)
Passagens
"Quem diria? O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), quando presidente do Senado, quis sair bem na
foto e decidiu que o valor das passagens não usadas pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM) deveria ser
pago à sua viúva.
Depois dos escândalos, a viúva do
senador Péres, juíza aposentada
Marlidice Péres, devolveu ao Senado o valor de R$119 mil referente às
passagens.
Que o gesto da juíza seja imitado
por todos aqueles que usaram o dinheiro público indevidamente. E ao
senador Garibaldi uma vaia por dispor do dinheiro do contribuinte
sem o menor pejo."
IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)
Petrobras
"Mais de R$ 4 bilhões de calote
fiscal da Petrobras somados a R$
6,3 bilhões com propaganda de
2003 a 2008 é igual a mais de R$
10,3 bilhões. Essa é a conta com os
dados oficiais.
Com a quantidade de maracutaias que devem estar escondidas
debaixo da caixa preta da Petrobras
e da Secretaria de Comunicação do
Planalto a conta já deve ser três vezes maior."
ARTHUR SOARES (Belo Horizonte, MG)
Café da manhã
"Café preto, pão na chapa e Eliane Cantanhêde. Esse é o meu café
da manhã.
Que ela tenhas boas férias e volte
logo!"
ARLINDO CARNEIRO NETO (São Paulo, SP)
Professor
"Cumprimentamos a Folha pelo
editorial "Socorro ao professor"
(Opinião, 17/5). Ele reflete uma
posição que também é nossa: sem
valorização e reconhecimento social do professor não se pode pensar em soluções eficazes para a violência nas escolas.
Quando dos episódios ocorridos
na Escola Estadual Amadeu Amaral, em 2008, lá estivemos e nos
motivamos a criar o Observatório
da Violência, um link no site de
nossa entidade onde os professores
podem registrar casos de violência
nas escolas. Também possuímos
pesquisa realizada diretamente
com o professor sobre o tema.
Os dados coletados nos fazem
crer que a base do agravamento do
problema é a retirada da autoridade do professor. Ao mesmo tempo
lembramos que educar também cabe às famílias, e não somente à
escola.
Acreditamos que a presença de
um psicólogo nas unidades escolares ajudaria a prevenir esses acontecimentos. Juntamente com os
professores, esse profissional pode
prestar atendimento às crianças e
jovens com algum distúrbio de
comportamento antes que a situação se agrave, como infelizmente
vem ocorrendo."
MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA , presidente do
Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de
São Paulo (São Paulo, SP)
"O texto "Conselho decide expulsar oito alunos em escola depredada" (Cotidiano, ontem) e o editorial "Socorro ao professor" tocam
em um ponto crucial e que envolve
a sociedade, os governantes e a comunidade escolar em particular.
Banalizou-se em nossas escolas a
agressão às pessoas e ao patrimônio
público, com a reposição quase
imediata dos prejuízos pelo poder
público. Como se isso pudesse apagar um acontecimento lamentável
e como se a vida nas escolas pudesse continuar como se nada tivesse
acontecido. As escolas têm mecanismos internos que podem ajudar
a coibir esse caos.
Ao construírem o seu projeto pedagógico, devem elaborar, com a
participação de todos -direção,
professores, funcionários, alunos e
pais-, as suas normas de convivência e submetê-las à aprovação do
conselho de escola. Isso significa
estabelecer os direitos e os deveres
de todos, assim como as possíveis
penalidades. Mas o que lemos na
mídia são apenas notícias sobre
reunião do conselho para decidir
pela transferência compulsória
(expulsão) dos alunos envolvidos.
Por que não responsabilizar alunos e pais pelos gastos ou requisitar
o seu trabalho para repor ou consertar o patrimônio destruído? Está mais do que na hora de cobrar os
direitos e os deveres de todos.
Os pais e alunos são informados
sobre o projeto pedagógico da escola? Será que participaram de sua
elaboração e conhecem as normas
da escola? Será que as autoridades
educacionais cobram a existência
das normas e a sua divulgação?"
NEIDE CRUZ (São Paulo, SP)
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