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Inferninho
ELIANE CANTANHÊDE
Brasília - A pesquisa Datafolha prevendo segundo turno em 98. O discurso cada vez mais ácido de Ciro Gomes.
A intranquilidade dos candidatos tucanos. Muito especialmente, o sorriso
escancarado de Mário Covas.
Realmente, Fernando Henrique Cardoso está vivendo seu inferno astral.
Não aquele que precede o aniversário.
Mas aquele, muito pior, relacionado
ao fim do prazo de filiações partidárias, 3 de outubro.
Até lá, os aliados vão pressionar, os
dissidentes vão bater duro e a oposição formal vai ajudar a botar lenha
na fogueira. Aliás, já estão fazendo.
Brasília borbulha em reuniões, telefonemas e atos de cinismo explícito.
Miguel Arraes participou de reuniões com dissidentes governistas ontem, em São Paulo, e repete a dose hoje, em Brasília.
Ele, entretanto, diz que não quer Ciro Gomes como candidato do seu PSB
à Presidência da República. Sem um
candidato forte para a Presidência,
tucanos, peemedebistas e quem tem
juízo não vai trocar de partido. Volta
tudo à estaca zero.
Itamar Franco, pelo menos, já alardeia uma decisão: dia 26, entra no
PMDB. "Mesmo", juram seus mais diletos assessores aos sempre incrédulos.
Ele chega ao Brasil no final de semana com agenda cheia. Conversa com
Sarney, com Paes de Andrade (presidente do PMDB), com lideranças mineiras e com Ciro.
As articulações Itamar-Ciro prosseguem. Os dois movimentos são confluentes, mas dependem do difícil Arraes, de um lado, e do confuso PMDB,
de outro.
No sábado, os peemedebistas de primeiro time têm reunião marcada em
Contagem (MG), na fazenda do prefeito e ex-governador Newton Cardoso
-que joga em todos os lados.
Não deve ser muito importante, porque Paes disse que nem fazia muita
questão de ir. "Só vou porque o Newtão está me mandando o jatinho",
confessou. Sem comentários.
Bem fez o estreante Celso Russomano, campeão de votos para a Câmara
em São Paulo: ele trocou ontem o
PSDB pelo PPB. É o primeiro efeito
Covas na prática. Sem alarde.
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