BRASÍLIA - Os Vedoin já vinham abrindo o bico contra os sanguessugas havia meses, envolvendo centenas de políticos e sempre inocentando Serra. De repente, tudo mudou: eles passam a incluir Serra, e a "Isto É" dá reportagem de capa com a versão. Algo ($) aconteceu.
Esse "algo" poderia dar um nó na eleição em São Paulo, não fosse a Polícia Federal prender dois petistas com um "cuecão" de R$ 1,7 milhão -mas sem fotos. Um dos presos diz que a Executiva Nacional do PT pagou e que quem está por trás é um tal de "Froude ou Freud".
A fila anda. Waldomiro, Delúbio, Silvinho, Buratti e, agora, Freud Godoy, da Secretaria Particular da... Presidência. Segurança, ele trabalha há anos com o PT e com Lula, foi nomeado em 2003 para uma função dentro do Palácio do Planalto e hoje dá uma mãozinha na campanha da reeleição.
Ontem, Freud se demitiu, ou foi demitido, e os próximos capítulos já foram escritos. Anote aí: Freud (como Waldomiro e Delúbio) assumirá toda a culpa, e o secretário particular de Lula, Gilberto Carvalho (como Dirceu, Palocci e Gushiken), dará entrevistas, indignado, contra contra toda essa "armação". Lula?
Não sabia de nada.
A partir daí, duas cenas alternativas serão gravadas. Se colar, fica por isso mesmo, e todo mundo toca a vida; se continuarem aparecendo indícios e evidências, Lula se dirá, primeiro, irritado, depois, triste e enfim despachará Gilberto para fazer companhia a Genoino, Dirceu, Palocci e Gushiken, argumentando que foi "traído". No final, como sempre, tudo será culpa do "complô das elites".
Há duas frentes de investigação. Uma é saber se há ou não um dossiê contra Serra, e o que ele contém.
Outra é saber quem, como, onde e por que mandou Freud e os dois presos fazerem o que o PT sempre fez contra adversários: jogar lama. Freud explica? Nesse caso, só Freud não explica nada.