São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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Editoriais

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A política se renova

MODERNIDADE não faz mal a ninguém. Enquanto muitos políticos ainda recorrem a expedientes conhecidos, como o de enviar pelo correio publicações impressas gratuitamente pela Gráfica do Senado, há quem inove nas técnicas de propaganda e comunicação com o eleitor.
É assim que o site da Câmara dos Deputados, reformulado recentemente, oferece um novo atrativo. Trata-se de uma seção dedicada exclusivamente ao presidente da Casa, o deputado Michel Temer (PMDB-SP).
Pode-se comprovar ali que o deputado não gasta todo o seu tempo articulando a sua candidatura à vice-presidência da República. Entre fotos, artigos, vídeos e áudios de seus pronunciamentos, o eleitor haverá de tomar contato detalhado com uma personalidade que, sem dúvida, não parece se restringir aos limites de seu papel institucional como presidente da Casa.
É a modernidade, com efeito, servindo a uma cara tradição da política brasileira -a do uso personalista das instituições públicas. Vai ficando para trás o tempo dos santinhos e panfletos.
Um exemplo curioso desse fenômeno provém de um deputado estadual catarinense, que aderiu aos serviços do Twitter.
Certa inconsequência de atitudes parece ser inerente a esse sistema rápido e breve de comunicação eletrônica, como bem sabe quem acompanhou, nos últimos tempos, as mensagens e contramensagens do senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
Deve-se convir, entretanto, que o parlamentar catarinense exagerou. Promete realizar o sorteio de um aparelho de DVD e de uma televisão entre a sua clientela no Twitter, tão logo atinja o patamar de mil seguidores. Escusado dizer, o deputado é candidato à reeleição. Assim se renova a política brasileira: é a tecnologia chegando aos currais eleitorais.


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