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Editoriais
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A política se renova
MODERNIDADE não faz
mal a ninguém. Enquanto muitos políticos
ainda recorrem a expedientes
conhecidos, como o de enviar pelo correio publicações impressas
gratuitamente pela Gráfica do
Senado, há quem inove nas técnicas de propaganda e comunicação com o eleitor.
É assim que o site da Câmara
dos Deputados, reformulado recentemente, oferece um novo
atrativo. Trata-se de uma seção
dedicada exclusivamente ao presidente da Casa, o deputado Michel Temer (PMDB-SP).
Pode-se comprovar ali que o
deputado não gasta todo o seu
tempo articulando a sua candidatura à vice-presidência da República. Entre fotos, artigos, vídeos e áudios de seus pronunciamentos, o eleitor haverá de tomar contato detalhado com uma
personalidade que, sem dúvida,
não parece se restringir aos limites de seu papel institucional como presidente da Casa.
É a modernidade, com efeito,
servindo a uma cara tradição da
política brasileira -a do uso personalista das instituições públicas. Vai ficando para trás o tempo dos santinhos e panfletos.
Um exemplo curioso desse fenômeno provém de um deputado estadual catarinense, que
aderiu aos serviços do Twitter.
Certa inconsequência de atitudes parece ser inerente a esse sistema rápido e breve de comunicação eletrônica, como bem sabe
quem acompanhou, nos últimos
tempos, as mensagens e contramensagens do senador Aloizio
Mercadante (PT-SP).
Deve-se convir, entretanto,
que o parlamentar catarinense
exagerou. Promete realizar o
sorteio de um aparelho de DVD e
de uma televisão entre a sua
clientela no Twitter, tão logo
atinja o patamar de mil seguidores. Escusado dizer, o deputado é
candidato à reeleição. Assim se
renova a política brasileira: é a
tecnologia chegando aos currais
eleitorais.
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