|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Haiti
"A foto da Primeira Página de
ontem é muito elucidativa. Ali não
se vê nenhum "maltrapilho", e todos
são muito diferentes dos haitianos
que nos habituamos a ver nos jornais e na TV. São uns privilegiados.
A imagem dá uma ideia concreta
do país e de seus problemas. Além
dela, contribuem para tal os três artigos de Opinião (pág. A2) e a crônica de João Pereira Coutinho
(Ilustrada). Que bom seria se a
maioria, que só vê os telejornais,
acompanhasse também a imprensa
escrita. É possível que soubesse
responder à pergunta: vale a pena o
sacrifício dos nossos soldados?"
CLÁUDIO FRANCISCO PORTALEGRE TRINDADE (Campinas, SP)
"O Brasil oferece US$ 15 milhões
às vítimas do Haiti. Aos banqueiros
doou 20 mil vezes mais -sem contar os juros da dívida anuais. Apenas dez vezes o que a modelo Gisele
Bündchen, sozinha, ofereceu. Já o
brasileiro Eike Batista preferiu
doar US$ 7 milhões -não para o
Haiti, mas para Madonna, que chorou de emoção. Mas ele pode, porque, só em 2009, Lula liberou para
ele R$ 3 bilhões do BNDES (nosso dinheiro).
A quebradeira no sistema financeiro mundial, iniciada em 2008,
consumiu mais de US$ 10 trilhões
dos governos. E muito pouco desse
dinheiro foi investido no setor produtivo -a maior parte desapareceu
nas engrenagens da especulação.
Já para o Haiti, os EUA e o FMI
juntos doaram apenas US$ 200 milhões. Ou seja, os banqueiros fraudadores e estelionatários receberam 50 mil vezes o que receberam
as vítimas do Haiti. E os banqueiros
recebem rapidamente, por transferência imediata, on-line, logo depois de anunciado; o Haiti tem que
esperar a burocracia.
E o mundo tem obrigação total
com o Haiti, pois o país está sob intervenção do mundo (ONU). Esse é
o retrato fiel do "imperialismo, fase
superior do capitalismo" (Lênin).
E isso só é possível graças à
desinformação e à covardia da
classe média."
FRANCISCO J. D. SANTANA (Salvador, BA)
Profissão: professor
"Após ler a reportagem "Sobra vaga em curso público para professor"
(Cotidiano, ontem), resolvi partilhar algumas indignações que eu,
professor de filosofia da rede pública do Estado de São Paulo, tenho
sobre a prova de promoção por mérito implantada pelo secretário de
Educação.
Essa prova tem caráter excludente, haja vista que de todos os aprovados somente 20% recebem o dito
aumento, os demais 80% não. Aos
que não receberem o aumento fica
a desculpa de que não têm competência para isso, portanto devem se
contentar com o salário defasado
que recebem e com R$ 4 por dia
trabalhado de auxílio alimentação
(eu escrevi R$ 4, não foi engano meu não...).
Aos 20% aprovados que receberam aumento, ainda resta uma coisa a fazer: rezar. Rezar para que haja verba para efetuar o pagamento
conquistado.
Resumindo: só ganha aumento
quem passar na prova e tiver sorte.
Sem falar que, com essa proposta, estão vetadas todas as demais
formas de aumento salarial. Isso
significa que nós, professores da rede pública do Estado, continuaremos sem perspectiva de valorização da profissão."
FABIO PEREIRA SOMA, mestre em filosofia pela Unesp de Marília e professor da rede pública do
Estado (Ribeirão Preto, SP)
Previdência
"A solução do deficit da Previdência é simples. Basta o governo assumir o pagamento dos penduricalhos -aposentadoria rural, por idade, beneficiários do "Bolsa Ditadura" etc.-, que nunca contribuíram
para a Previdência. Estes devem ser
assumidos pelo Tesouro Nacional,
pois são aposentadorias eleitoreiras, concedidas pela "bondade" dos
governantes da hora, os demagogos
de sempre.
É claro que nós que pagamos impostos estaremos bancando essa
"bondade", mas eliminamos o "maldito" deficit da Previdência."
ARNALDO VIEIRA DA SILVA (Aracaju, SE)
O Chile aqui
"No editorial "Mudança no Chile"
(Opinião, ontem), esta Folha defende que "democracias maduras
apresentam um modo típico de alternância no poder (...)".
Nesse sentido, bem que os paulistas poderiam mostrar maturidade na próxima eleição para o governo do Estado."
TERSIO GUILHERME DE SOUZA CRUZ, Universidade
Federal de São Carlos - campus de Sorocaba (Sorocaba, SP)
Pena de morte
"O senhor Braz Carlomanho
("Painel do Leitor", 18/1) prega pena
de morte aos traficantes. Mas isso
não resolve. Enfoca o efeito, e não a
causa. Pena de morte? Sim, mas aos
corruptos que escarnecem do povo,
roubam os pobres e solapam a dignidade de uma nação. O tráfico e
uma infinidade de delinquências
outras respiram em razão da existência dessa prática. Certamente, a
Indonésia -um dos países mais
corruptos do planeta- haverá de
executar muita gente até perceber a
real razão de seu problema.
Isso vale para o Brasil.
MILTON CORDOUTIS (São Paulo, SP)
Aborto
"O leitor Felipe Aquino ("Painel
do Leitor", ontem) discorda do professor Thomaz Gollop, pondo-se
contra a discriminação do aborto e
alegando que essa posição não é religiosa, mas de direitos humanos. E
diz que "o feto é uma vida humana".
Eu gostaria de discordar do professor Aquino, pois, sob a ótica do
direito civil brasileiro, considera-se
pessoa o ser humano que nasce com
vida. Qualquer interpretação diferente disso está definitivamente
contaminada por conceitos religiosos, que pretendem dar ao feto um
direito não previsto no direito.
Concluo que falta muito para que
este país se veja livre dos grilhões
das confrarias e ganhe o voo livre da
laicidade."
HERCULANO KELLES, médico (Belo Horizonte, MG)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: André Sturm: Acesso à cultura
Próximo Texto: Erramos Índice
|