São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Haiti
"A foto da Primeira Página de ontem é muito elucidativa. Ali não se vê nenhum "maltrapilho", e todos são muito diferentes dos haitianos que nos habituamos a ver nos jornais e na TV. São uns privilegiados. A imagem dá uma ideia concreta do país e de seus problemas. Além dela, contribuem para tal os três artigos de Opinião (pág. A2) e a crônica de João Pereira Coutinho (Ilustrada). Que bom seria se a maioria, que só vê os telejornais, acompanhasse também a imprensa escrita. É possível que soubesse responder à pergunta: vale a pena o sacrifício dos nossos soldados?"
CLÁUDIO FRANCISCO PORTALEGRE TRINDADE (Campinas, SP)

 

"O Brasil oferece US$ 15 milhões às vítimas do Haiti. Aos banqueiros doou 20 mil vezes mais -sem contar os juros da dívida anuais. Apenas dez vezes o que a modelo Gisele Bündchen, sozinha, ofereceu. Já o brasileiro Eike Batista preferiu doar US$ 7 milhões -não para o Haiti, mas para Madonna, que chorou de emoção. Mas ele pode, porque, só em 2009, Lula liberou para ele R$ 3 bilhões do BNDES (nosso dinheiro).
A quebradeira no sistema financeiro mundial, iniciada em 2008, consumiu mais de US$ 10 trilhões dos governos. E muito pouco desse dinheiro foi investido no setor produtivo -a maior parte desapareceu nas engrenagens da especulação.
Já para o Haiti, os EUA e o FMI juntos doaram apenas US$ 200 milhões. Ou seja, os banqueiros fraudadores e estelionatários receberam 50 mil vezes o que receberam as vítimas do Haiti. E os banqueiros recebem rapidamente, por transferência imediata, on-line, logo depois de anunciado; o Haiti tem que esperar a burocracia.
E o mundo tem obrigação total com o Haiti, pois o país está sob intervenção do mundo (ONU). Esse é o retrato fiel do "imperialismo, fase superior do capitalismo" (Lênin).
E isso só é possível graças à desinformação e à covardia da classe média."
FRANCISCO J. D. SANTANA (Salvador, BA)

Profissão: professor
"Após ler a reportagem "Sobra vaga em curso público para professor" (Cotidiano, ontem), resolvi partilhar algumas indignações que eu, professor de filosofia da rede pública do Estado de São Paulo, tenho sobre a prova de promoção por mérito implantada pelo secretário de Educação.
Essa prova tem caráter excludente, haja vista que de todos os aprovados somente 20% recebem o dito aumento, os demais 80% não. Aos que não receberem o aumento fica a desculpa de que não têm competência para isso, portanto devem se contentar com o salário defasado que recebem e com R$ 4 por dia trabalhado de auxílio alimentação (eu escrevi R$ 4, não foi engano meu não...).
Aos 20% aprovados que receberam aumento, ainda resta uma coisa a fazer: rezar. Rezar para que haja verba para efetuar o pagamento conquistado.
Resumindo: só ganha aumento quem passar na prova e tiver sorte. Sem falar que, com essa proposta, estão vetadas todas as demais formas de aumento salarial. Isso significa que nós, professores da rede pública do Estado, continuaremos sem perspectiva de valorização da profissão."
FABIO PEREIRA SOMA, mestre em filosofia pela Unesp de Marília e professor da rede pública do Estado (Ribeirão Preto, SP)

Previdência
"A solução do deficit da Previdência é simples. Basta o governo assumir o pagamento dos penduricalhos -aposentadoria rural, por idade, beneficiários do "Bolsa Ditadura" etc.-, que nunca contribuíram para a Previdência. Estes devem ser assumidos pelo Tesouro Nacional, pois são aposentadorias eleitoreiras, concedidas pela "bondade" dos governantes da hora, os demagogos de sempre.
É claro que nós que pagamos impostos estaremos bancando essa "bondade", mas eliminamos o "maldito" deficit da Previdência."
ARNALDO VIEIRA DA SILVA (Aracaju, SE)

O Chile aqui
"No editorial "Mudança no Chile" (Opinião, ontem), esta Folha defende que "democracias maduras apresentam um modo típico de alternância no poder (...)". Nesse sentido, bem que os paulistas poderiam mostrar maturidade na próxima eleição para o governo do Estado."
TERSIO GUILHERME DE SOUZA CRUZ, Universidade Federal de São Carlos - campus de Sorocaba (Sorocaba, SP)

Pena de morte
"O senhor Braz Carlomanho ("Painel do Leitor", 18/1) prega pena de morte aos traficantes. Mas isso não resolve. Enfoca o efeito, e não a causa. Pena de morte? Sim, mas aos corruptos que escarnecem do povo, roubam os pobres e solapam a dignidade de uma nação. O tráfico e uma infinidade de delinquências outras respiram em razão da existência dessa prática. Certamente, a Indonésia -um dos países mais corruptos do planeta- haverá de executar muita gente até perceber a real razão de seu problema.
Isso vale para o Brasil.
MILTON CORDOUTIS (São Paulo, SP)

Aborto
"O leitor Felipe Aquino ("Painel do Leitor", ontem) discorda do professor Thomaz Gollop, pondo-se contra a discriminação do aborto e alegando que essa posição não é religiosa, mas de direitos humanos. E diz que "o feto é uma vida humana".
Eu gostaria de discordar do professor Aquino, pois, sob a ótica do direito civil brasileiro, considera-se pessoa o ser humano que nasce com vida. Qualquer interpretação diferente disso está definitivamente contaminada por conceitos religiosos, que pretendem dar ao feto um direito não previsto no direito.
Concluo que falta muito para que este país se veja livre dos grilhões das confrarias e ganhe o voo livre da laicidade."
HERCULANO KELLES, médico (Belo Horizonte, MG)

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