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ELIANE CANTANHÊDE
Impressões nos EUA
WASHINGTON - Bastam alguns
dias nos EUA, um deles com centenas de diplomatas e jornalistas de
quase 40 países na sede da OEA, para confirmar duas impressões forjadas à distância: as eleições norte-americanas estão muito emboladas, e o republicano John McCain
tem boas chances.
Pela lógica, qualquer candidato
republicano seria carta fora do baralho depois de sete anos de George
W. Bush, de cinco da Guerra do Iraque e no meio de uma crise.
Como política e eleições não têm
lógica, ou têm uma muito particular, McCain é competitivo. Conseguiu apoio entre os correligionários
e, aparentemente, distanciar sua
imagem da de Bush na opinião pública. Veterano de guerra, conservador, maduro, parece muito mais a
cara dos EUA do que os concorrentes: um negro e uma mulher.
Barack Obama, com a sua biografia cinematográfica e o discurso da
"esperança", é o fenômeno da vez.
Hillary Clinton é tida como a mais
preparada (intelectualmente e pela
experiência de ativa ex-primeira-dama). Mas eles gastam mais energia se engalfinhando nas prévias democratas do que se precavendo
contra o real perigo.
Candidatos bons ontem ou amanhã não o são necessariamente hoje. A realidade de crise, a ameaça de
recessão e as intensas discussões
sobre a enrascada do Iraque são elementos fundamentais para formatar o "candidato ideal".
Biografias comoventes mobilizam multidões em campanhas, mas
nem sempre se convertem em candidaturas vitoriosas em urnas que
sacolejam por crises. É bom brincar, não brincar com fogo.
Há ainda a expectativa de uma
chapa Hillary-Obama, esta, sim,
considerada "imbatível" por quem
acompanha a eleição de perto, às
vezes de dentro. Uma chapa "três
em um": o eleitor vota em Hillary e
leva Obama e Bill Clinton. Mas isso
é só torcida por aqui. Ainda tem
muito jogo até o resultado.
elianec@uol.com.br
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