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Editoriais
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Os ataques da Record
A REDE RECORD , que explora
uma concessão pública de
TV e pertence ao mesmo
proprietário da Igreja Universal
do Reino de Deus, vem desfechando ataques contra esta Folha em seus noticiários. Pretende mover algo como uma campanha, pois a mesma mixórdia de
reportagem canhestra e investida comercial tem sido repetida à
exaustão.
O motivo de tanta ira, agora, é o
desagrado diante da independência jornalística da coluna de
TV publicada pelo jornal. Assinada pelo repórter Daniel Castro, a coluna pode cometer eventuais falhas, que são retificadas
do modo transparente com que
este jornal costuma fazê-lo. Mas
tem procurado agir com máxima
isenção, sobretudo em face do
duelo feroz entre a Record e a
emissora líder no país, a Rede
Globo. Entre ambas, a Folha toma o partido de seu leitor, que
deseja ser informado.
O que é prática de jornalismo
verdadeiro se torna -na percepção tosca dos atuais dirigentes
da Record, acostumados a reduzir qualquer questão a seu aspecto comercial- uma suposta
campanha contra a emissora. A
mesma percepção levou a Igreja
Universal a orquestrar litigância
de má-fé na Justiça contra este
jornal e a repórter Elvira Lobato,
por conta de reportagens sobre
subterrâneos financeiros daquele empreendimento religioso.
Negócios e religião não deveriam caminhar juntos. A atividade religiosa é isenta de impostos.
Até por esse motivo a sociedade
tem todo o direito de conhecer
os vasos comunicantes que ligam a Igreja Universal aos tentáculos de seus vários ramos de
negócio. A reação destemperada
da Record é um mero incentivo
para que a Folha insista em esclarecer o que parece tão imprescindível manter oculto.
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