São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Caso Isabella
"A Folha de hoje me deu esperança e um sinal de que não estou louca. Há dias a cobertura do caso Isabella me incomoda tanto quanto o fato. Parabéns ao ex-ministro José Gregori pelas suas colocações ("Um crime infame e o show de horrores", Cotidiano, 19/4). Parabéns ao jornal por publicá-las.
Não sei o que leva centenas de pessoas a fazer plantão em frente das casas das famílias, da delegacia. Por que a miséria e a violência não mobilizam, não revoltam, não incomodam da mesma forma?
Na sexta, enquanto milhares de pessoas "acompanhavam" cada lance do depoimento do pai e da madrasta, eu lia no UOL que, no Haiti, mães entregam os filhos a qualquer um que prometa alimentá-los e que o comércio de "bolinhos de terra" está em franco crescimento.
Pensei nos Haitis que temos aqui e por que isso não merece a mesma atenção. Acho que a mídia precisa refletir sobre isso. Talvez a entrevista de Gay Talese no dia 24 de março a esta mesma Folha explique parte dessa história."
SILVANA SILVA (São Paulo, SP)

Congresso
"O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), rebateu com veemência as críticas sobre o aumento vergonhoso da verba dos seus asseclas, dado certamente para cumprir promessas de campanha. Argüiu, em frase de impacto costumeira, que é melhor ter o Congresso a não tê-lo.
Sim, claro, quanto a isso não há dúvidas. Mas queremos e exigimos um Congresso decente e que trabalhe realmente em prol do povo.
Há quantos meses que nada se faz por causa dos escândalos e mais escândalos que surgem a toda hora, cujas discussões só atravancam as tais pautas? CPIs e CPIs que não chegam a lugar nenhum. Agora, em ano de eleição é que não vão trabalhar mesmo. Diante de tanta desfaçatez, pergunto: onde estão os caras-pintadas, a UNE, essa turma de estudantes embalados nos "fora reitores" que não ocupam o Congresso para exigir mudanças? Já passou da hora."
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA, (Lins, SP)

Indenizações
"O sr. Angelo Schoenacker (que não se perca pelo nome) e o dr. Egmar, advogado criminalista (que não se perca pela profissão), provavelmente não viveram no período da (dita) ditadura de 1964.
Quanto vale a vida de um jovem mutilado pelos terroristas que à época reclamavam pelo Estado democrático de Direito?
A história deste país, apesar dos assassinatos cometidos pelos terroristas de plantão, foi feita pelos homens que trabalharam, e não por aqueles que se apegaram às ideologias políticas que naufragaram nos seus próprios ninhos. Chega de hipocrisia, de patrulhamento e de viúvas de plantão."
CLAUDIO TERRIBILLI (Guarulhos, SP)

Terras indígenas
"O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, fez uma conferência no Clube Militar em que classificou a política indigenista brasileira como "caótica". Essa política entreguista orientada por ONGs estrangeiras conseguiu que fosse demarcada para os índios uma área contínua na fronteira de Brasil, Venezuela e Guiana. A área corresponde à metade de Roraima e é do tamanho da Inglaterra.
Para completar o quadro, as ONGs também advogam a livre autodeterminação dos povos indígenas. Em outras palavras, ao concedermos aos indígenas uma área contínua na fronteira e mais o direito de autodeterminação, estamos a um passo de perder território. É contra isso que o general Heleno se insurgiu. Na sua conferência, expôs o perigo dessa política. O fato de o governo do presidente Lula não enxergar o problema sob esse prisma não significa que o problema não exista. O problema existe, sim, e, se a esfera civil nada fizer para impedir esse desvario, cabe aos militares impedir que isso aconteça."
DION DE ASSIS TAVORA (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Em Roraima, 80% dos empregos vêm do setor público. Quem é que vai nos salvar dos políticos? Lula e as ONGs deveriam ceder 1% das margens da reserva Raposa/Serra do Sol aos agricultores. Parece pouco, mas o arroz é tudo que Estado exporta. É uma falácia falar de segurança nacional, como também é comparar os índios macuxis, ingaricós e taurepangs com os yanomamis. As ideologias afogaram o bom senso?"
FABIANO ROSSONI PYDD (Boa Vista, RR)

Minas Gerais
"Se o senhor Aécio Neves puder demonstrar para nós também, não só para o FMI, com números e argumentos irrefutáveis, que existe, no Brasil, uma administração pública conforme descreveu em seu artigo ("Novo paradigma para a gestão pública", "Tendências/Debates", 17/4), podemos diminuir a saudade de nosso querido Tancredo Neves e voltar a ter esperanças de conseguir o estadista de que o Brasil precisa. A conferir."
GIL DOS SANTOS NETO (São Paulo, SP)

Abrolhos
"Conheci Abrolhos em 1992 e fiquei maravilhada, retornando mais quatro vezes. Infelizmente, a cada nova visita, percebia que a quantidade de peixes e corais era menor. Não é segredo para ninguém que a pesca ilegal ocorre continuamente.
Observei também que muitos barqueiros e mergulhadores que trabalham no parque não têm treinamento adequado, não instruindo os turistas menos conscientes para que respeitem o meio ambiente.
Não é de espantar que o número de turistas tenha diminuído (Cotidiano, 18/4). Eu mesma parei de ir por me entristecer presenciar o descaso. Uma jóia foi dada àquela região. Não tem sido dado o devido valor e respeito a ela. Quando os brasileiros entenderão que cuidar com carinho dos recursos naturais pode trazer, também, lucro?"
CLAUDIA BARROSO DOMINGUES (Juiz de Fora, MG)

Vida imita a arte
"O escritor italiano Stefano Benni, nos anos 90, publicou uma crônica que considerei uma alegoria: um adolescente estuda, em casa, diferentes matérias escolares; no dia seguinte, é reprovado na escola por errar questões relativas ao programa de TV da véspera, do tipo "Quem ganhou o sorteio na roleta?".
Entendi a crônica como uma crítica, com fina ironia, aos tempos modernos, em que se confundem trivialidades com conhecimento.
Parece que a alegoria tornou-se real no concurso público realizado na terra natal de Monteiro Lobato, conforme noticiado pela Folha ("Em Taubaté, concurso para escriturário tem questões sobre BBB e casal "global", Cotidiano, 18/4).
Não tem sentido considerar "atualidades", para fins de seleção de um funcionário público, o domínio de informações sobre a vida pessoal de atores ou o nome de participantes de "reality shows". Não se trata de conhecimento que possa contribuir para uma compreensão abrangente de mundo, o que é desejável no exercício profissional."
CECILIA GUARNIERI BATISTA (Campinas, SP)

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