|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Caso Isabella
"A Folha de hoje me deu esperança e um sinal de que não estou
louca. Há dias a cobertura do caso
Isabella me incomoda tanto quanto
o fato. Parabéns ao ex-ministro José Gregori pelas suas colocações
("Um crime infame e o show de horrores", Cotidiano, 19/4). Parabéns
ao jornal por publicá-las.
Não sei o que leva centenas de
pessoas a fazer plantão em frente
das casas das famílias, da delegacia.
Por que a miséria e a violência não
mobilizam, não revoltam, não incomodam da mesma forma?
Na sexta, enquanto milhares de
pessoas "acompanhavam" cada lance do depoimento do pai e da madrasta, eu lia no UOL que, no Haiti,
mães entregam os filhos a qualquer
um que prometa alimentá-los e que
o comércio de "bolinhos de terra"
está em franco crescimento.
Pensei nos Haitis que temos aqui
e por que isso não merece a mesma
atenção. Acho que a mídia precisa
refletir sobre isso. Talvez a entrevista de Gay Talese no dia 24 de
março a esta mesma Folha explique parte dessa história."
SILVANA SILVA (São Paulo, SP)
Congresso
"O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), rebateu com veemência as críticas sobre o aumento vergonhoso
da verba dos seus asseclas, dado
certamente para cumprir promessas de campanha. Argüiu, em frase
de impacto costumeira, que é melhor ter o Congresso a não tê-lo.
Sim, claro, quanto a isso não há dúvidas. Mas queremos e exigimos um
Congresso decente e que trabalhe
realmente em prol do povo.
Há quantos meses que nada se faz
por causa dos escândalos e mais escândalos que surgem a toda hora,
cujas discussões só atravancam as
tais pautas? CPIs e CPIs que não
chegam a lugar nenhum. Agora, em
ano de eleição é que não vão trabalhar mesmo. Diante de tanta desfaçatez, pergunto: onde estão os caras-pintadas, a UNE, essa turma de
estudantes embalados nos "fora
reitores" que não ocupam o Congresso para exigir mudanças? Já
passou da hora."
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA, (Lins, SP)
Indenizações
"O sr. Angelo Schoenacker (que
não se perca pelo nome) e o dr. Egmar, advogado criminalista (que
não se perca pela profissão), provavelmente não viveram no período
da (dita) ditadura de 1964.
Quanto vale a vida de um jovem
mutilado pelos terroristas que à
época reclamavam pelo Estado democrático de Direito?
A história deste país, apesar dos
assassinatos cometidos pelos terroristas de plantão, foi feita pelos homens que trabalharam, e não por
aqueles que se apegaram às ideologias políticas que naufragaram nos
seus próprios ninhos. Chega de hipocrisia, de patrulhamento e de
viúvas de plantão."
CLAUDIO TERRIBILLI (Guarulhos, SP)
Terras indígenas
"O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, fez
uma conferência no Clube Militar
em que classificou a política indigenista brasileira como "caótica".
Essa política entreguista orientada por ONGs estrangeiras conseguiu que fosse demarcada para os
índios uma área contínua na fronteira de Brasil, Venezuela e Guiana.
A área corresponde à metade de Roraima e é do tamanho da Inglaterra.
Para completar o quadro, as ONGs
também advogam a livre autodeterminação dos povos indígenas.
Em outras palavras, ao concedermos aos indígenas uma área contínua na fronteira e mais o direito de
autodeterminação, estamos a um
passo de perder território. É contra
isso que o general Heleno se insurgiu. Na sua conferência, expôs o perigo dessa política. O fato de o governo do presidente Lula não enxergar o problema sob esse prisma
não significa que o problema não
exista. O problema existe, sim, e, se
a esfera civil nada fizer para impedir esse desvario, cabe aos militares
impedir que isso aconteça."
DION DE ASSIS TAVORA (Rio de Janeiro, RJ)
"Em Roraima, 80% dos empregos
vêm do setor público. Quem é que
vai nos salvar dos políticos?
Lula e as ONGs deveriam ceder
1% das margens da reserva Raposa/Serra do Sol aos agricultores. Parece pouco, mas o arroz é tudo que
Estado exporta. É uma falácia falar
de segurança nacional, como também é comparar os índios macuxis,
ingaricós e taurepangs com os yanomamis. As ideologias afogaram o
bom senso?"
FABIANO ROSSONI PYDD (Boa Vista, RR)
Minas Gerais
"Se o senhor Aécio Neves puder
demonstrar para nós também, não
só para o FMI, com números e argumentos irrefutáveis, que existe,
no Brasil, uma administração pública conforme descreveu em seu
artigo ("Novo paradigma para a gestão pública", "Tendências/Debates", 17/4), podemos diminuir a
saudade de nosso querido Tancredo Neves e voltar a ter esperanças
de conseguir o estadista de que o
Brasil precisa. A conferir."
GIL DOS SANTOS NETO (São Paulo, SP)
Abrolhos
"Conheci Abrolhos em 1992 e fiquei maravilhada, retornando mais
quatro vezes. Infelizmente, a cada
nova visita, percebia que a quantidade de peixes e corais era menor.
Não é segredo para ninguém que a
pesca ilegal ocorre continuamente.
Observei também que muitos barqueiros e mergulhadores que trabalham no parque não têm treinamento adequado, não instruindo os
turistas menos conscientes para
que respeitem o meio ambiente.
Não é de espantar que o número
de turistas tenha diminuído (Cotidiano, 18/4). Eu mesma parei de ir
por me entristecer presenciar o
descaso. Uma jóia foi dada àquela
região. Não tem sido dado o devido
valor e respeito a ela. Quando os
brasileiros entenderão que cuidar
com carinho dos recursos naturais
pode trazer, também, lucro?"
CLAUDIA BARROSO DOMINGUES (Juiz de Fora, MG)
Vida imita a arte
"O escritor italiano Stefano Benni, nos anos 90, publicou uma crônica que considerei uma alegoria:
um adolescente estuda, em casa, diferentes matérias escolares; no dia
seguinte, é reprovado na escola por
errar questões relativas ao programa de TV da véspera, do tipo "Quem
ganhou o sorteio na roleta?".
Entendi a crônica como uma crítica, com fina ironia, aos tempos
modernos, em que se confundem
trivialidades com conhecimento.
Parece que a alegoria tornou-se
real no concurso público realizado
na terra natal de Monteiro Lobato,
conforme noticiado pela Folha
("Em Taubaté, concurso para escriturário tem questões sobre BBB e
casal "global", Cotidiano, 18/4).
Não tem sentido considerar
"atualidades", para fins de seleção
de um funcionário público, o domínio de informações sobre a vida
pessoal de atores ou o nome de participantes de "reality shows". Não se
trata de conhecimento que possa
contribuir para uma compreensão
abrangente de mundo, o que é desejável no exercício profissional."
CECILIA GUARNIERI BATISTA (Campinas, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Márcio Thomaz Bastos e Luiz Armando Badin: A vitória histórica em Raposa/Serra do Sol Próximo Texto: Erramos Índice
|