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FERNANDO RODRIGUES
O PT no triângulo
BRASÍLIA - Novidade não é, mas trata-se de um problema cada vez mais
insolúvel para o PT: como se dar bem
na disputa presidencial nos três principais Estados do país: São Paulo, Rio
e Minas.
O chamado "triângulo das Bermudas" político é um osso nunca digerido por Lula. Seus adversários em eleições anteriores foram vitoriosos nessas três unidades da Federação, que
respondem por 42,29% dos eleitores
do Brasil (dados de 2000).
Desta vez, Lula está mais ou menos
calçado no Rio. Tudo indica que a
governadora Benedita da Silva será
competitiva. Pode não ganhar, mas
terá votação expressiva.
Mas o Rio é o menor dos três Estados do triângulo. Tem 9,04% dos eleitores do país.
Em Minas, o PT ainda espera a definição do adversário para então se
posicionar. Tende a fazer uma aliança branca com o PL, apoiando José
Alencar para o governo estadual.
O mínimo a ser dito é que se trata
de uma aposta arriscada. Enquanto
isso, os tucanos escolhem entre
Eduardo Azeredo e Aécio Neves, dois
fortes candidatos.
Em São Paulo, a situação é a pior. A
disputa aponta para uma polarização entre Maluf (PPB) e Alckmin
(PSDB). O PT, de José Genoino, ficará
de espectador no colégio responsável
por 22,09% dos votos do Brasil.
Sem um candidato local forte para
ajudá-lo a romper a resistência paulista, dificilmente Lula será vitorioso
no Estado natal do PT. Para piorar as
coisas, a tendência é o tucano Alckmin vencer no segundo turno -de
acordo com a lógica de que todos repelem Maluf no final.
Por mais raquítica que esteja a candidatura Serra, é inegável o trunfo
dos tucanos em São Paulo e Minas na
comparação com o PT.
Há tempo para o PT modificar esse
quadro? Difícil saber. Mas a vitória
de Lula ficará mais distante se esse
obstáculo não for transposto.
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