São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 2002

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FERNANDO RODRIGUES

O PT no triângulo

BRASÍLIA - Novidade não é, mas trata-se de um problema cada vez mais insolúvel para o PT: como se dar bem na disputa presidencial nos três principais Estados do país: São Paulo, Rio e Minas.
O chamado "triângulo das Bermudas" político é um osso nunca digerido por Lula. Seus adversários em eleições anteriores foram vitoriosos nessas três unidades da Federação, que respondem por 42,29% dos eleitores do Brasil (dados de 2000).
Desta vez, Lula está mais ou menos calçado no Rio. Tudo indica que a governadora Benedita da Silva será competitiva. Pode não ganhar, mas terá votação expressiva.
Mas o Rio é o menor dos três Estados do triângulo. Tem 9,04% dos eleitores do país.
Em Minas, o PT ainda espera a definição do adversário para então se posicionar. Tende a fazer uma aliança branca com o PL, apoiando José Alencar para o governo estadual.
O mínimo a ser dito é que se trata de uma aposta arriscada. Enquanto isso, os tucanos escolhem entre Eduardo Azeredo e Aécio Neves, dois fortes candidatos.
Em São Paulo, a situação é a pior. A disputa aponta para uma polarização entre Maluf (PPB) e Alckmin (PSDB). O PT, de José Genoino, ficará de espectador no colégio responsável por 22,09% dos votos do Brasil.
Sem um candidato local forte para ajudá-lo a romper a resistência paulista, dificilmente Lula será vitorioso no Estado natal do PT. Para piorar as coisas, a tendência é o tucano Alckmin vencer no segundo turno -de acordo com a lógica de que todos repelem Maluf no final.
Por mais raquítica que esteja a candidatura Serra, é inegável o trunfo dos tucanos em São Paulo e Minas na comparação com o PT.
Há tempo para o PT modificar esse quadro? Difícil saber. Mas a vitória de Lula ficará mais distante se esse obstáculo não for transposto.



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