São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Ministério
"Gostaria de esclarecer a nota incorreta publicada na Folha com o título "Assessor critica governo em um microfone aberto" (Dinheiro, pág. B4, 19/5). Com a intenção de criar uma intriga entre os funcionários do governo, o repórter não se deu conta de que o Márcio Fortes citado é o ex-deputado federal pelo PSDB-RJ e presidente do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), órgão organizador do evento. A confusão, sem que o repórter se desse ao trabalho de verificar com a organização ou com essa assessoria de comunicação, está no fato de o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) também se chamar Marcio Fortes, só que de Almeida. O secretário, que acompanhou o ministro Luiz Fernando Furlan ao evento, só chegou ao fórum às 14h30, hora em que o ministro faria a sua palestra, e não participou de nenhuma mesa-redonda ou painel. Na abertura do evento, Marcio Fortes de Almeida encontrava-se em Brasília, coordenando reunião da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC. Quem participou do painel pela manhã (das 10h às 13h) foi o ex-deputado Márcio Fortes (Márcio João de Andrade Fortes). A gafe, portanto, foi do repórter, e não do governo."
Ieda Passos, assessora de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos" e texto na página B4.

Atitudes
"Fico indignado com a atitude de alguns dos nossos políticos, principalmente os do PSDB e do PFL. Parece que, para eles, toda e qualquer iniciativa que o atual governo toma está errada. Isso ficou claro no programa eleitoral do PSDB que foi exibido na semana passada na TV. Entre todas aquelas colocações feitas pelo apresentador e políticos que lá estiveram, esqueceram-se de informar os telespectadores sobre a venda da maioria de nossas empresas a preço de banana, como foi o caso da Vale do Rio Doce. Reclamam da taxa de juros atualmente em 16%, quando, no governo FHC, era de 26%. Eles ficaram oito anos no poder -isso sem contar que participaram de quase todos os outros governos nestes últimos 20 anos. O artigo "Fica Lula" ("Tendências/Debates", 17/5), do nobre deputado federal Alberto Goldman, é, para mim, uma piada. A meu ver, é o Congresso, na maioria das vezes, que dificulta as mudanças e a realização das melhorias de que o Brasil necessita."
Alexandre Rossi (Pradópolis, SP)

PT
"Em relação à reportagem "PT ignora até desvio no PAS revelado por Pitta" (Cotidiano, pág. C5, 19/5), é importante realçar que a atual administração municipal colocou uma pá de cal sobre todos os desvios de recursos públicos e sobre todas as irregularidades praticadas nas gestões Maluf e Pitta. Isso ocorreu não só em relação ao PAS mas também nas falcatruas da compra de alimentos -o "frangogate'--, nas escolas de lata, nas operações interligadas, nas obras viárias, nos Cingapuras etc. Quem esperava, como eu, que Marta Suplicy fosse, pelo menos, tentar reaver os recursos públicos para os cofres municipais e punir os responsáveis caiu do cavalo e está esperando até hoje."
José Marinho Nery Júnior, arquiteto da Prefeitura de São Paulo, doutor em arquitetura e urbanismo pela FAU-USP (São Paulo, SP)

PL e PT
"O presidente do Partido Liberal disse que iria apoiar José Serra (PSDB) para a Prefeitura de São Paulo. O presidente do diretório municipal do partido diz que vai apoiar Marta Suplicy (PT). O eleitor paulistano está confuso. O PL nacional critica a política econômica do PT e os juros altos e propôs uma CPI dos bingos. Em São Paulo, a prefeita interferiu até mesmo na eleição da Câmara Municipal, impedindo que o líder do PL fosse eleito para a presidência. O PL defende o "Estado mínimo" contra o "aparelhamento" defendido pelo PT. O PL "aposta no indivíduo", enquanto o PT atua com "massas". O PL defende "concurso público para cargos", enquanto o PT criou milhares de cargos de "confiança". O PL defende a "liberdade de expressão", enquanto o presidente do PT defendeu a expulsão do jornalista que opinou contra o governo. Assim que convencerem os militantes, ficará faltando informar aos eleitores qual foi o valor pago pelo PT para usar o tempo de televisão do PL."
Mauro Alves da Silva, presidente do Grêmio SER Sudeste (São Paulo, SP)

Turismo
"Em relação ao texto "Falta é vontade" (Opinião, pág. A2, 18/5), informamos o seguinte: 1. Além dos R$ 4 milhões destinados ao turismo na região Centro-Oeste, por meio do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), o saldo contratado com o setor nas diversas linhas de crédito existentes alcança R$ 431 milhões. Só em março foram liberados R$ 44 milhões. Ao todo, o BB possui um limite de crédito aprovado de R$ 1,7 bilhão; 2. O BB simplificou o pedido de empréstimo das empresas do segmento de turismo para valores até R$ 25 mil. Desde o segundo semestre do ano passado, as micro e pequenas empresas não precisam mais apresentar projetos para aplicação dos recursos, desburocratizando o processo de crédito; 3. Aliado às possibilidades tradicionais de crédito, o BB desenvolveu, em parceria com os ministérios do Turismo e do Trabalho, uma linha de crédito para investimentos com prazo para pagamento em até dez anos e outra para antecipação de créditos do cartão Visa, com prazo de até 180 dias, ambas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador."
Carlos Alberto Barretto de Carvalho, assessor de imprensa do Banco do Brasil (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Valdo Cruz - O texto buscava destacar que, dos recursos disponíveis para turismo no Centro-Oeste a juros baratos de fundos constitucionais, apenas R$ 4 milhões dos R$ 140 milhões disponíveis foram emprestados.

Segurança
"A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, em carta publicada ontem neste "Painel do Leitor", trata de realizações do governo federal que não existem na área da segurança pública. O sistema único de segurança pública é apenas um apelo de campanha que nada significa e como tal não está implantado em lugar nenhum, apesar de documentos assinados. A velha idéia de colocar as polícias -Civil, Militar, Federal- e as guardas municipais para trabalhar juntas já vem de outros governos e continua impraticável como antes. Do orçamento de R$ 404 milhões, foram gastos apenas R$ 130 milhões em 2003 e restos a pagar de 2002 ainda estão para serem pagos. São Paulo, um dos Estados com mais demandas na segurança pública não recebeu nenhum tostão, apesar de planos muito bem feitos. O Rio de Janeiro, outro Estado com graves problemas, recebeu menos da metade dos R$ 40 milhões prometidos. Os presídios federais ainda estão no papel e pouca verba saiu para aliviar a crise dos presídios estaduais. Se o Gabinete de Gestão Integrada fosse realidade nos Estados, o Rio de Janeiro não estaria sofrendo a crise de segurança que chegou a envolver três ministérios. Louve-se o trabalho do atual secretário Nacional de Segurança Pública, que está colocando ordem na secretaria. Mas até agora não havia plano nem realizações numa área que não recebeu prioridade do governo federal."
José Vicente da Silva Filho, ex-secretário Nacional de Segurança Pública (São Paulo, SP)


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