São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Brasil
"Leio, com freqüência, que os políticos brasileiros envolvidos com mensalão, dólares na cueca, corrupção, venda de votos a lobistas, relações perigosas com megaempresas, mentira etc., etc. têm mau caráter. Desejo retificar esse juízo.
Eles, como Macunaíma, não têm caráter, o que é uma coisa muito diferente. Não deixa de ser premonitória uma das passagens de "Macunaíma", de Mario de Andrade. Ele escreve que, antes de deixar o Norte e vir para São Paulo, o seu herói deixou dependurada no alto de uma árvore a sua consciência, para livrá-la das enchentes. Há muitos anos, esses políticos também deixaram suas consciências e vieram para Brasília, onde hoje infestam a Câmara Federal e o Senado.
O ato de Macunaíma é de alto simbolismo. E pergunto se ele não pensava em voltar para a sua região e pegar de novo a sua consciência depois das "aventuras" na paulicéia desvairada."
ANTONIO R. DE ALMEIDA, doutor em psicologia social (Brasília, DF)

"Só jornalistas com a coragem e a independência de Elio Gaspari são capazes de produzir um trabalho como o artigo "Vavá está sendo linchado" (Brasil, 17/6), em que o brilhante colunista dá clareza ao caos despropositado de informações que têm sido veiculadas sobre o irmão de Lula nos últimos dias.
É uma peça que transita naquela zona cinzenta entre a defesa jurídica e o grande escrito jornalístico, sem ser exatamente nem um nem outro, mas tendo os melhores ingredientes de ambos.
Ao afirmar que "desde que Tomé de Souza chegou a Salvador, nenhuma família de governante teve tão poucas relações com o Estado como a dos Silva", Gaspari revela ser improvável que o melhor dos advogados fizesse defesa tão correta e com tanto estofo histórico quanto a que fez de Lula e de Vavá."
FERNANDO LYRA, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, ex-ministro da Justiça -governo José Sarney (Recife, PE)

Nobre
"Parabenizo a Folha por ter aberto espaço para Marcos Nobre, um acadêmico militante e lúcido naquilo que fala e escreve ("Modernidade", Opinião, 19/6)."
CARLOS HENRIQUE DE CASTRO ASSIS (São Paulo, SP)

Anti-Robin Hood
"Maria Inês Dolci mais uma vez presta importante serviço aos leitores da Folha ("Robin Hood do avesso", Cotidiano, 19/6) ao alertar para as manobras insidiosas, maliciosas e prejudiciais à economia popular que os bancos tramam em conluio com parlamentares cuja principal função é servir aos interesses escusos desses mesmos bancos.
É preciso por um freio à desmedida ganância dessas organizações, e a coluna da doutora Maria Inês cumpre, sem dúvida, um papel relevante nesse sentido."
ZENON LOTUFO JR. (São Paulo, SP)

Estado laico
"O ex-prefeito paulistano biônico da ditadura militar Miguel Colassuono está redondamente enganado ("Painel do Leitor", 18/6). Nesta mesma coluna, no dia 14/5, a lúcida professora Flávia Piovesan (PUC-SP) já havia dito que "confundir Estado com religião implica a adoção oficial de dogmas incontestáveis (no caso Opus Dei) e a imposição de uma moral única, em flagrante violação à Constituição.
Mais do que nunca, reafirmar, defender e salvaguardar a laicidade estatal é medida essencial e imperativa para uma sociedade democrática, livre e pluralista".
Assim sendo, entendo que todas a religiões devem ser respeitadas, e a ordem jurídica não pode ser instrumento de apenas uma religião, notadamente aquela que permite a existência no seu seio de uma corrente que já deu sustentação ideológica à ditadura militar e a outras ditaduras no resto do mundo em tempos passados."
TEREZA BATISTA MARTINS (São Paulo, SP)

Bingos
"Na edição de ontem, a Folha publicou, sob o título "Fechamento de bingo irregular leva 9 meses" (Cotidiano), uma reportagem com informações equivocadas, que desinforma o leitor.
Desde logo, para chegar aos nove meses, a reportagem inclui na soma o tempo em que o bingo esteve protegido por liminar (como se a prefeitura pudesse ter ignorado a medida judicial que suspende o processo de fechamento) e omite que antes dela o bingo foi fechado e emparedado.
O jornal começa a contar seu prazo na data de 14/7, quando se iniciou a "ação fiscal", que corresponde a um pedido de informações (se, em resposta à intimação, a empresa tivesse apresentado documentos sadios, não seria iniciado um processo).
A reportagem não informa que a casa de jogo foi fechada em 6/2/ 2007 e, dois dias depois, emparedada, porque seu lacre havia sido rompido. Nessa altura, a empresa conseguiu liminar na Justiça, reabrindo o bingo e suspendendo o processo de fechamento.
A Prefeitura de São Paulo reafirma sua disposição de punir com rigor qualquer funcionário envolvido com corrupção, evitando, porém, prejulgamentos.
Quanto aos bingos, é necessário lembrar que vinham funcionando havia muitos anos sem repressão, até que o prefeito Gilberto Kassab baixou decreto em 2006 que vetou a atividade de bingos na cidade, a não ser explicitamente àquelas empresas que tivessem liminar contra a prefeitura. Com isso, desde meados de 2006, os bingos vêm sendo implacável e repetidamente fechados."
ANDREA MATARAZZO, secretário de Coordenação das Subprefeituras (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Mario Cesar Carvalho - A reportagem informou o período em que o bingo esteve protegido por liminar. Sobre o prazo, qualquer contagem começa no zero -e o zero é o momento em que a prefeitura notifica o bingo de que ele não tem licença.

Post-mortem
"Há muita indignação com a promoção post-mortem de Carlos Lamarca, a quem chamam de desertor e terrorista. No entanto, os dois militares que tentaram explodir uma bomba no Riocentro também foram promovidos (um deles post-mortem), não foram?"
LUIZ ANTONIO ALVES VITA (São Paulo, SP)

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