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PAINEL DO LEITOR
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Brasil
"Leio, com freqüência, que os políticos brasileiros envolvidos com
mensalão, dólares na cueca, corrupção, venda de votos a lobistas, relações perigosas com megaempresas,
mentira etc., etc. têm mau caráter.
Desejo retificar esse juízo.
Eles, como Macunaíma, não têm
caráter, o que é uma coisa muito diferente. Não deixa de ser premonitória uma das passagens de "Macunaíma", de Mario de Andrade.
Ele escreve que, antes de deixar o
Norte e vir para São Paulo, o seu herói deixou dependurada no alto de
uma árvore a sua consciência, para
livrá-la das enchentes. Há muitos
anos, esses políticos também deixaram suas consciências e vieram para Brasília, onde hoje infestam a Câmara Federal e o Senado.
O ato de Macunaíma é de alto
simbolismo. E pergunto se ele não
pensava em voltar para a sua região
e pegar de novo a sua consciência
depois das "aventuras" na paulicéia
desvairada."
ANTONIO R. DE ALMEIDA, doutor em psicologia social (Brasília, DF)
"Só jornalistas com a coragem e a
independência de Elio Gaspari são
capazes de produzir um trabalho
como o artigo "Vavá está sendo linchado" (Brasil, 17/6), em que o brilhante colunista dá clareza ao caos
despropositado de informações
que têm sido veiculadas sobre o irmão de Lula nos últimos dias.
É uma peça que transita naquela
zona cinzenta entre a defesa jurídica e o grande escrito jornalístico,
sem ser exatamente nem um nem
outro, mas tendo os melhores ingredientes de ambos.
Ao afirmar que "desde que Tomé
de Souza chegou a Salvador, nenhuma família de governante teve
tão poucas relações com o Estado
como a dos Silva", Gaspari revela
ser improvável que o melhor dos
advogados fizesse defesa tão correta e com tanto estofo histórico
quanto a que fez de Lula e de Vavá."
FERNANDO LYRA, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, ex-ministro da Justiça -governo
José Sarney (Recife, PE)
Nobre
"Parabenizo a Folha por ter
aberto espaço para Marcos Nobre,
um acadêmico militante e lúcido
naquilo que fala e escreve ("Modernidade", Opinião, 19/6)."
CARLOS HENRIQUE DE CASTRO ASSIS
(São Paulo, SP)
Anti-Robin Hood
"Maria Inês Dolci mais uma vez
presta importante serviço aos leitores da Folha ("Robin Hood do avesso", Cotidiano, 19/6) ao alertar para as manobras insidiosas, maliciosas e prejudiciais à economia popular que os bancos tramam em conluio com parlamentares cuja principal função é servir aos interesses
escusos desses mesmos bancos.
É preciso por um freio à desmedida ganância dessas organizações,
e a coluna da doutora Maria Inês
cumpre, sem dúvida, um papel relevante nesse sentido."
ZENON LOTUFO JR. (São Paulo, SP)
Estado laico
"O ex-prefeito paulistano biônico
da ditadura militar Miguel Colassuono está redondamente enganado ("Painel do Leitor", 18/6).
Nesta mesma coluna, no dia 14/5,
a lúcida professora Flávia Piovesan
(PUC-SP) já havia dito que "confundir Estado com religião implica a
adoção oficial de dogmas incontestáveis (no caso Opus Dei) e a imposição de uma moral única, em flagrante violação à Constituição.
Mais do que nunca, reafirmar, defender e salvaguardar a laicidade
estatal é medida essencial e imperativa para uma sociedade democrática, livre e pluralista".
Assim sendo, entendo que todas a
religiões devem ser respeitadas, e a
ordem jurídica não pode ser instrumento de apenas uma religião, notadamente aquela que permite a
existência no seu seio de uma corrente que já deu sustentação ideológica à ditadura militar e a outras
ditaduras no resto do mundo em
tempos passados."
TEREZA BATISTA MARTINS (São Paulo, SP)
Bingos
"Na edição de ontem, a Folha publicou, sob o título "Fechamento de
bingo irregular leva 9 meses" (Cotidiano), uma reportagem com informações equivocadas, que desinforma o leitor.
Desde logo, para chegar aos nove
meses, a reportagem inclui na soma
o tempo em que o bingo esteve protegido por liminar (como se a prefeitura pudesse ter ignorado a medida judicial que suspende o processo de fechamento) e omite que
antes dela o bingo foi fechado e emparedado.
O jornal começa a contar seu prazo na data de 14/7, quando se iniciou a "ação fiscal", que corresponde
a um pedido de informações (se, em
resposta à intimação, a empresa tivesse apresentado documentos sadios, não seria iniciado um processo).
A reportagem não informa que
a casa de jogo foi fechada em 6/2/
2007 e, dois dias depois, emparedada, porque seu lacre havia sido rompido. Nessa altura, a empresa conseguiu liminar na Justiça, reabrindo o bingo e suspendendo o processo de fechamento.
A Prefeitura de São Paulo reafirma sua disposição de punir com rigor qualquer funcionário envolvido
com corrupção, evitando, porém,
prejulgamentos.
Quanto aos bingos, é necessário
lembrar que vinham funcionando
havia muitos anos sem repressão,
até que o prefeito Gilberto Kassab
baixou decreto em 2006 que vetou
a atividade de bingos na cidade, a
não ser explicitamente àquelas empresas que tivessem liminar contra
a prefeitura. Com isso, desde meados de 2006, os bingos vêm sendo
implacável e repetidamente fechados."
ANDREA MATARAZZO, secretário de Coordenação
das Subprefeituras (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Mario
Cesar Carvalho - A reportagem
informou o período em que o
bingo esteve protegido por liminar. Sobre o prazo, qualquer
contagem começa no zero -e o
zero é o momento em que a prefeitura notifica o bingo de que
ele não tem licença.
Post-mortem
"Há muita indignação com a promoção post-mortem de Carlos Lamarca, a quem chamam de desertor
e terrorista. No entanto, os dois militares que tentaram explodir uma
bomba no Riocentro também foram promovidos (um deles post-mortem), não foram?"
LUIZ ANTONIO ALVES VITA (São Paulo, SP)
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