São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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HQs pornográficos
Fiquei surpresa ao ver na capa do caderno "Ilustrada" de ontem (sábado, 19/06) um desenho extraído das histórias em quadrinhos produzidas no Brasil nos anos de 1950 a 1980. Indignada fiquei ao ver os demais desenhos publicados na pagina E7, onde há desenhos retratando felação, sexo anal e insinuação de sexo com animais.
Eu, que incentivo meus filhos de 9 e 11 anos a ler os jornais que recebo em casa, agora, depois disso, penso que devo fazer uma censura prévia aos cadernos da Folha, principalmente aos mais lidos pelas crianças. Acredito que os desenhos ali expostos ficariam muito bem em revistas dirigidas ao público adulto, em que há a inscrição "proibida a venda para menores de 18 anos".
Houve uma preocupação do jornal em respeitar as disposições previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)? Quero ver o Ministério Público e os juízes das Varas da Infância e Juventude se manifestarem.
TÂNIA REGINA LANDOLFFI ABDUL NOUR, delegada de polícia (Ribeirão Preto, SP)

 

Ao ler a reportagem "O sexo como ele (não) é", na Ilustrada de sábado (19/6), já antevejo os protestos e me junto a eles.
Pela alma do Carlos Zéfiro! Como é que eu, que não tenho filho, vou poder contar para ele o que são esses desenhos que a Folha publicou ontem? Que absurdo!
ROBERTO ANTÔNIO CÊRA (Piracicaba, SP)

Morumbi na Copa
Sabemos que uma Copa do Mundo bem conduzida é uma excelente oportunidade para arrecadação do governo e dos negócios superando, em muito, os investimentos necessários.
Como torcedor santista e paulistano, fico indignado quando vejo a postura descompromissada de nosso governo com relação à Copa, tão diferente do que vemos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, com Maracanã e Mineirão se transformando em verdadeiras joias para culto do esporte. Ninguém quer assistir futebol em estádio de time adversário, mas em estádio público e neutro.
Na hora de cobrar impostos, os governos federal, estadual e municipal agem como leões famintos, mas na hora de investir na infraestrutura de lazer da população, agem com arrogância, e viram os olhos para o lado como se não fosse com eles.
CARLOS EDUARDO CUNHA (São Paulo, SP)

Patriotismo
Em qualquer dicionário "patriotismo" é um sentimento cívico voltado a honrar as glórias, os símbolos e as datas históricas de um país. Já no Brasil é um fenômeno cíclico-social, quadrienal e quadricolor, reunindo a população em torno de onze atletas e uma bola, cuja trajetória parece que vai decidir o destino do país.
Somos o povo que é "penta", mas que não pensa enquanto busca a "hexa-alienação" nacional, ao mesmo tempo em que os problemas mais crônicos do país continuam os mesmos.
ROBERTO CASTRO (São Paulo, SP)

Álcool e remédios
No dia 14/06/10, a Folha publicou dois artigos interessantes.
O primeiro deles, de autoria de Ilana Pinsky, professora da Unifesp e pesquisadora na área de dependências químicas, abordou a questão da massacrante propaganda de cervejas durante as transmissões dos jogos da Copa do Mundo de futebol. Com o título de "Guerreiros, álcool e adolescentes", o artigo alertou para a temeridade que é vincular o sucesso de uma seleção de "guerreiros" ao uso de bebidas alcoólicas, principalmente quando tal mensagem é dirigida para seres humanos que ainda não atingiram a maturidade, como é o caso de adolescentes. O outro texto, da editora de Equilíbrio e Saúde, a jornalista Heloísa Helvécia, abordou o aumento indiscriminado do uso de medicamentos antidepressivos em nosso país. Com o título "Para animar a torcida", o artigo de Helvécia alertou para o fato de estarmos nos constituindo em uma sociedade que usa medicamentos para modular o humor, sem se dar conta dos efeitos colaterais dos mesmos.
A grande verdade é que o interesse comercial vai prevalecendo sobre a saúde das pessoas, sem resistência nenhuma e sem política pública.
JOSÉ ELIAS ALIEX NETO, médico psiquiatra (Foz do Iguaçu, PR)

 

O artigo da Ilana Pinsky ("Guerreiros, álcool e adolescentes", "Tendências/Debates", 14/ 6) aborda a simbiose infeliz existente entre as bebidas alcoólicas e os esportes. No caso do futebol, tal fato já é antigo e ainda é muito bem explorado pelas empresas de publicidade contratadas pelas fabricantes dessas bebidas.
Os efeitos dessa associação são nefastos, e certamente a dobradinha maldita contribui para aumentar o número de jovens que sofrem de alcoolismo. E daí derivam acidentes automobilísticos, sexo desprotegido e muitos outras consequências que integram uma lista sem fim.
Eis aí o símbolo imperfeito arraigado ao nosso futebol.
JOUBERT ARTIFON SILVA (Curitiba, PR)

Judiciário paulista
Foi oportuna a entrevista com o desembargador presidente do TJ paulista. Ele trata com respeito os servidores que estão em greve, e reconhece a falta de reposição salarial que avilta as condições econômicas dos serventuários.
É pena, entretanto, que o desembargador se esquive de afirmar que existem, sim, instrumentos jurídicos para reaver o corte de mais de dois bilhões do orçamento do Tribunal.
Dizer que a autonomia financeira do Judiciário é retórica denota que há uma perigosa promiscuidade entre os poderes do Estado. Confirma, sobretudo, que nossa Constituição é letra morta. Não se pode tripudiar do ordenamento que, nessa flagrante invasão de um poder em outro, prevê impedimentos, inexigibilidades e intervenções.
RENATO ALESSANDRO DA SILVA (Limeira, SP)

 

Triste e lamentável. É o mínimo que se pode dizer da entrevista do presidente do Tribunal de Justiça de SP, publicada na Folha desta sexta (18/6).
O sr. Viana Santos demonstra não estar preparado para ser presidente do maior Tribunal do país, pois desconhece (ou finge desconhecer) a lei. Desconhece também as reivindicações dos servidores, em greve há 50 dias.
Fala bobagens e discrimina os grevistas, deixando clara a opção do TJ por conceder benefícios somente aos juízes. Demonstra desconhecimento da lei também ao dizer que não há saída jurídica para a questão da autonomia financeira do judiciário em SP. Outros Estados já foram buscá-la, com sucesso, junto ao STF.
O que não há é vontade política, uma vez que, claramente, o judiciário de SP está "no bolso" do Executivo, assim como o Legislativo deste Estado.
Sua triste retórica só faz reforçar a tese de que os cortes de verba que o Executivo exerce sobre o orçamento do judiciário só atingem os salários e direitos trabalhistas atrasados e não pagos dos servidores. Aos juízes, nada falta.
FÁBIO C. SERETTE, oficial de justiça (Campinas, SP)

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