São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Violência
"Nós, brasileiros, precisamos perceber o quanto estão seqüentes as cartas escritas por José Henrique Teixeira ("Briga na escola") e Fernando Correa do Carmo ("Estupro"), publicadas em 17/11 nesta seção. Que desgraça! Que "futuro alvissareiro"!
As mesmas crianças que pintam e bordam hoje poderão ser as nossas autoridades de amanhã. Crianças levadas pelo turbilhão de péssimos exemplos, incluindo os dos próprios pais, e que, ao invés de serem punidas, como se faz nos países de Primeiro Mundo, são protegidas até por leis especiais.
Esse é o retrato do nosso querido Brasil, cuja carapuça de "país do futuro" lhe cabe muito bem.
Nessa minha velhice, só me resta agradecer a Deus por ter pertencido a uma geração em que, quando crianças, percebíamos as conseqüências da nossa malandragem e a cinta ou o chinelo que estavam atrás das portas até pelo olhar de nossos pais."
MARTINHO LOPES NÉVOA (São José dos Campos, SP)

Gastos e PIB
"Os gastos correntes no governo Lula têm crescido, em média, 8% ao ano, enquanto a média do crescimento do PIB está em torno de 4%.
Essa situação, evidentemente, é insustentável e demonstra a irresponsabilidade deste governo com as contas públicas. Para agravar ainda mais a situação, temos os gastos futuros. Isso para não falar da crise financeira, que já apresenta sua conta.
Tal disparate me fez lembrar de uma máxima que dizia mais ou menos assim: "A política é a arte generosa da distribuição, enquanto a economia é a ciência severa da escassez". Quando a política praticada se encontra contaminada pela mais pura demagogia, temos o pior dos mundos -e é isso o que temos visto nesta era Lula.
Este governo deixará uma herança bastante maléfica para o próximo. Essa, sim, será uma herança maldita."
RODRIGO BORGES DE CAMPOS NETTO (Brasília, DF)

Dia da Consciência Negra
"É absolutamente louvável a idéia de consagrar um dia à consciência negra, não só para festividades mas também para chamar todos à reflexão sobre o tema. Não dá, porém, para admitir que esse dia sirva para paralisar a maior cidade do país, principalmente agora, que a crise econômica e financeira exige esforço redobrado para mitigá-la.
Alguns dirão: "Mas e os outros feriados, por que só esse é criticado?". Digo que é porque se trata de um feriado criado para ser municipal, comemorado em apenas algumas cidades além de São Paulo, o que torna ainda mais profundo o descompasso com os demais centros que dependem do nosso mercado financeiro e de nosso sistema de saúde e de educação, para citar alguns.
Sugiro que o Dia da Consciência Negra passe a ocorrer em um domingo determinado, tal qual o Dia das Mães ou o dos Pais."
CRISTIANE DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)

Tortura
"O artigo da doutora Deisy Ventura ("Terrorismo de Estado", "Tendências/Debates", ontem) deveria ser reproduzido em todas as faculdades de direito do país.
É claro que estão confundindo "terrorismo" com "resistência". É legítimo que cidadãos apelem para a violência contra a violência maior de um Estado tirânico."
NELSON CASTELO BRANCO EULÁLIO FILHO (Fortaleza, CE)

Medicina
"Ontem, nesta seção, em seu comentário sobre artigo meu publicado em 18/11 ("O conselho do governador'), o senhor Bruno Caetano, secretário de Comunicação do Estado de São Paulo, faz ataques pessoais e evita discutir a vergonhosa realidade dos baixos salários dos médicos funcionários públicos do Estado.
Ele não traz propostas construtivas e deturpa o propósito do artigo: discutir como melhorar a qualidade do serviço público de saúde.
A conversa e seu contexto foram por mim descritos do modo como ocorreram.
O salário-base que consta da minha carteira de trabalho é de R$ 414,30. Lá também constam as gratificações, que somam R$ 1.169,75. Jamais fui informado de que ganharia R$ 1.946, o que não mudaria significativamente a situação. Esperava que o governador fosse sensibilizado pelos baixos salários pagos aos médicos do HC.
O seu conselho não me agradou e não tenho intenção de segui-lo, mas continuo esperando que os médicos do Estado sejam respeitados e remunerados dignamente."
DAVI DE LACERDA , médico dermatologista em consultório e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)

 

"Sou médico, também dermatologista, como Davi de Lacerda, e entrei na Secretaria da Saúde em agosto de 1974. Lá continuo.
Meu salário básico está em torno de R$ 400 por 20 horas semanais. Com as "vantagens", atinjo uns R$ 2.500.
Convidado para participar de evento científico no exterior, com passagem aérea e hospedagem pagas pelo congresso, solicitei do Estado cinco diárias para reforço de caixa. Foi-me negado."
JOÃO LUIZ COSTA CARDOSO , médico dermatologista da Secretaria da Saúde (São Paulo, SP)

Estágio
"Gostaria de acrescentar algumas informações ao editorial "Problemas no estágio" (Opinião, 15/11).
É recorrente a apresentação de vagas ociosas no mercado de trabalho devido à falta de profissionais qualificados. Os estágios são a forma mais avançada de vínculo entre a educação e o mundo do trabalho.
A legislação sobre o tema, porém, datava de 1977, distante portanto da realidade.
A primeira conquista da nova lei é a definição de que estágio não é emprego precarizado, é ato educacional, que garante as condições para que isso seja concretizado (carga horária, supervisão pedagógica etc.). Foi encerrado um período de decisões no vácuo legal.
Agora temos uma lei nacional que vale para todos, abrindo um novo ciclo para todos aqueles que têm preocupação com o desenvolvimento do Brasil e sabem que desenvolvimento, educação e qualificação profissional precisam caminhar juntos."
MANUELA D'ÁVILA , deputada federal -PC do B-RS-, relatora do projeto de lei (Brasília, DF)

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