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Medicina
"Na seção "Tendências/Debates"
de 19/12, o deputado Doutor Rosinha afirma que as faculdades de
medicina caça-níqueis, estruturadas por empresários inescrupulosos que visam só o lucro e não a qualidade da educação, deveriam ser
punidas, pois o aluno não teria condições de diferenciar antecipadamente se estaria ou não entrando
numa arapuca de baixa qualidade.
Será mesmo que um aluno que se
interessa por uma profissão valorizada e ainda rendosa como a medicina, provavelmente proveniente
de uma família de bom nível cultural e econômico, pode ser considerado ingênuo, uma vítima da enganação arquitetada por cínicos vendedores de sonhos? Por que apenas
o empresário é culpabilizado por
tentar vender diplomas, se afinal há
quem queira comprar esses diplomas e, com eles, subir de vida?
Se estamos num sistema capitalista, de livre iniciativa, deveria-se
não criar problemas a quem quer
vender ou comprar diplomas, mas
os conselhos e ordens de cada profissão deveriam ter a autonomia de
legitimar quem pudesse efetivamente exercer a profissão, com exames que exigissem padrões mínimos de competência e qualificação,
que atestassem a diferença entre
ser formado e ser profissional."
LEANDRO ALVES RODRIGUES DOS SANTOS (Santo
André, SP)
Copenhague
"A ONU anda decadente. Monteiro Lobato conta a fábula da "Assembleia do Ratos': os ratos se reuniram
e deliberaram pendurar um sino no
pescoço do gato -assim, todos os
ratos poderiam fugir a tempo. Houve aplausos fervorosos para todos
os discursos. Na hora da ação de colocar o sino, todo mundo pulou fora... Do mesmo jeito fracassou solenemente a reunião ambiental."
MOISÉS MICHEL LEVY (São Paulo, SP)
Aécio
"Mais uma vez Aécio Neves prova
não ser turrão, porque, como é habito na política mineira, ele não
passa de um traidor, e nós paulistas
sabemos muito bem disso. Se José
Serra não concorrer e essa cria do
Tancredo Neves chegar a disputar a
Presidência, nós, paulistas da gema,
devemos anular nossos votos."
LAÉRCIO ZANINI (Garça, SP)
Dirceu
"É sempre oportuno abrir espaço
para o debate, e a Folha o mostrou
ao publicar (16/12) uma réplica de
José Dirceu ao meu artigo (de 9/12)
sobre os custos da cumplicidade ostentada pela acolhida do presidente
Lula ao representante de um governo marcado pela intolerância religiosa e étnica, acusado de dar apoio
a movimentos terroristas e de desenvolver um programa nuclear
com objetivos bélicos, e ele mesmo
pessoalmente acusado de fraude
eleitoral maciça e de repressão sangrenta contra seus oponentes.
Dirceu tem o direito de apoiar o
armamento nuclear iraniano, de
justificar os movimentos terroristas como o Hamas, que combatem
militarmente a própria Autoridade
Palestina, de preferir o sanguinário
Ahmadinejad a Shimon Peres, um
dos dirigentes internacionais que
mais se notabilizaram na busca incessante de uma solução negociada
na Palestina, de apoiar o líder xiita
em sua denegação do holocausto
judeu e em sua pregação pela extinção do Estado de Israel, e de preferir a democracia e o respeito aos direitos humanos tal como se praticam no Irã, por oposição a como se
praticam nas democracias ocidentais. É uma opção intelectual e moral que pode se manifestar abertamente em países livres, embora não
em países de sua predileção, como
o regime xiita de Teerã. Só lamento
que, para fazê-lo, o autor, em vez de
argumentos, lance mão de ofensas
pessoais e denúncias que não se
deu o trabalho de fundamentar. Reservo-me o direito de só debater em
nível elevado de civilidade."
JOSÉ AUGUSTO GUILHON ALBUQUERQUE, professor
titular aposentado da FEA-USP (São Paulo, SP)
Desigualdade
"O artigo de Marcio Pochmann
(Opinião, 18/12), presidente do
Ipea, dá-nos oportunidades para
entender várias vertentes de explicações de por que está em vigência
a mobilidade social tão falada pelos
sociólogos. O ponto central de sua
análise se centra na relação "crescimento demográfico" versus "crescimento econômico", já discutida
profundamente nos livros de Paul
Singer. Embora não aconteça uma
distribuição de renda, o crescimento econômico de alguns setores
vem revertendo o padrão demográfico preexistente ("piramidal') para
a tendência de "U" invertido, como
prevalece nos países desenvolvidos.
Parabéns pelo excelente artigo."
JOSÉ ROBERTO MEDINA LANDIM, professor de sociologia rural na Unesp (Ribeirão Preto, SP)
Ilustrações
"Aprecio muito as ilustrações de
Dora Longo Bahia, por sua coerência, contemporaneidade e precisão
(Ilustrada, às sextas-feiras, na coluna de Carlos Heitor Cony). O resultado é belo e diáfano."
NORMA PEREIRA DE ARAÚJO LIMA E SILVA
(Guararapes, SP)
Sarney
"Comove o relato do maranhense
José Sarney, senador pelo Amapá,
sobre a menina Beatriz (Opinião,
18/12). Entretanto, se o senador
atentar para seu próprio Estado,
verá que lá há muitas pessoas em
perfeitas condições físicas, mas que
também quase não podem comer."
NIVALDA APARECIDA CAMPOS (São Carlos, SP)
Universal
"É muito grave e preocupante o
fato de um ex-vereador do Rio, de 81
anos, ter sido assassinado dias após
ter feito denúncias graves de lavagem de dinheiro contra a Igreja
Universal. No mínimo, a morte do
denunciante, que é ex-membro da
referida igreja e que disse ter atuado como "laranja" da mesma, coloca
sob sérias suspeitas a igreja. Esse
crime precisa ser investigado da
maneira mais profunda possível."
RENATO KHAIR (São Paulo, SP)
Enchentes
"A Secretaria de Saneamento e
Energia considera equivocada e de
má-fé a informação veiculada por
blogs e sites e aceita como verdadeira pelo editorial "Alagados" (18/12)
de que a operação da barragem da
Penha foi uma das causas do alagamento no Jardim Romano. Já tinha
sido informado ao jornal que as seis
comportas da barragem da Penha
foram fechadas das 3h do dia 8 até
10h do dia 9 para regular o fluxo das
águas do Tietê durante as chuvas
fortes que caíram na região metropolitana nessa ocasião. Desde então
permanecem completamente abertas. Não existe a possibilidade de
que essa operação técnica tenha
contribuído para a enchente daquele bairro. Primeiro, porque o Jardim Romano está em um nível 10
metros acima do nível máximo da
barragem; segundo, porque a água
acumulada pela barragem atinge,
no máximo, 10 km de distância, e o
Jardim Romano fica a 14 km dali;
terceiro, porque o fechamento se
deu há cerca de 10 dias e por pouco
tempo. Jamais poderia causar o
acúmulo de água que permanece
até hoje, mesmo com o Tietê fluindo normalmente nos últimos dias."
HUGO ALMEIDA, assessor de imprensa da Secretaria de Saneamento e Energia (São Paulo, SP)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os
votos de boas-festas recebidos de:
cardeal dom Eugenio de Araujo
Sales, arcebispo emérito do Rio de
Janeiro (Rio de Janeiro, RJ); Yusuke Takahashi, Consulado Geral do
Japão em São Paulo (São Paulo,
SP); Sergio Watanabe, presidente
do SindusCon-SP (São Paulo, SP);
João Crestana, presidente do Secovi-SP (São Paulo, SP); Marco
Marsilli, cônsul-geral da Itália
(São Paulo, SP); Hidenari Hayashi, presidente da Igreja Messiânica
Mundial do Brasil (São Paulo, SP);
Milton Seligman e Alexandre
Loures, Ambev - Cia. de Bebidas
das Américas (São Paulo, SP).
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