São Paulo, terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Carandiru
"Não entendo por que todos estão estupefatos com a decisão do TJ de inocentar o coronel Ubiratan pelo massacre do Carandiru. Ora, não estamos no país do "jeitinho" e da lei de Gerson, numa das piores distribuição de renda do planeta, no país da impunidade e da corrupção endêmica? Por que o espanto agora?"
Marcos Barbosa (Casa Branca, SP)

 

"A absolvição do coronel Ubiratan Guimarães no episódio do "massacre do Carandiru", tema de editorial e de sucessivas reportagens da Folha, revela, de uma vez por todas, a premente necessidade de reformular amplamente o procedimento dos crimes julgados por júri popular -especialmente no que diz respeito aos quesitos que são submetidos à votação dos jurados. Estes, pouco afeitos às questões jurídicas, não têm condições de responder aos quesitos com a segurança e a certeza exigidas em um julgamento penal. Como, a partir da reforma do Judiciário, surgiu um clima político e institucional favorável à atualização e à racionalização da legislação processual, o momento é mais do que oportuno para que os congressistas modifiquem esse esdrúxulo e obsoleto ritual de julgamento pelo júri, verdadeira fonte de injustiça e de impunidade."
Anderson Osório Resende, promotor de Justiça (Pérola, PR)

Vips
"É um absurdo que o povo, que arcou com grande parte das despesas do show dos Stones no Rio (por via da Prefeitura do Rio de Janeiro), tenha de se sujeitar a chegar dias antes do evento para garantir um bom lugar enquanto os "vips" chegam todos impecáveis para ocupar o seu lugar na areia -na turma do gargarejo, claro. Vips, na verdade, foram os "peões" que se desdobraram debaixo do sol escaldante para construir toda a estrutura do show. Mas a eles só coube o trabalho... e também o pagamento às estrelas do rock, feito, repita-se, em parte com o dinheiro público."
Andrea Arnaut (Brasília, DF)

Bancos
"Em relação à reportagem "PF vai indiciar 18 bancos suspeitos de remessa ilegal" (Dinheiro, 19/2), apesar de entendermos que o texto tenha sido editado corretamente sob a ótica jornalística, não podemos, em função da gravidade do que foi apontado, deixar de manifestar nossa posição explícita sobre o assunto a fim de não dar margem a qualquer tipo de dúvida sobre as operações e comportamento do Itaú. O Itaú faz questão de afirmar, conforme declarou na nota enviada à Redação, o seu procedimento absolutamente regular e a sua total dissociação com qualquer tipo de operação que possa ser correlacionada à lavagem de dinheiro. O Itaú sempre pauta seus negócios em controles rígidos, em sistemas sólidos, na ética, na transparência e na legalidade. Todas as operações que envolvam transferências de recursos do exterior e para o exterior obedecem procedimentos internos, de acordo com a legislação vigente, inclusive quanto à prevenção à lavagem de dinheiro. Eventuais situações identificadas como suspeitas são comunicadas de pronto à autoridade competente. No caso das operações citadas na reportagem, os esclarecimentos prestados pelo Itaú ao Banco Central foram feitos de maneira circunstanciada e afirmativa, deixando clara a rigorosa observância dos necessários procedimentos formais de controle. Reafirmamos que a posição do Itaú é sempre de total colaboração com as autoridades, procurando apoiá-las na completa elucidação dos fatos."
Roberto Egydio Setubal, presidente do banco Itaú (São Paulo, SP)

Banalização da vida
"A exposição de corpos retalhados a machadadas em um veículo no Rio de Janeiro já é uma situação de alta preocupação. O que torna ainda mais preocupante é o fato de as pessoas encararem tal acontecimento como se fosse engraçado ou atraente ("Tráfico expõe jovem decapitado no RJ", Cotidiano, 20/2). Uns fizeram brincadeira com a cabeça exposta no capô do carro. Outros deram risada ao ver a situação. Além de muitos que tiraram fotos com seus celulares. Esse é o mais puro exemplo de que a violência no país chegou a tal ponto que as pessoas a encaram como algo que já integra o cotidiano de suas vidas. Quando o fato violento foge dos padrões "normais", digamos assim, torna-se uma atração ou motivo de piada. Esse triste fato -a crueldade do crime-, aliado à reação das pessoas, é um gancho para que a sociedade se envolva mais em relação aos valores que devem ser dados à vida e ao respeito ao próximo -através da educação, que deve começar em casa. As autoridades competentes devem punir com rigor os criminosos. Caso contrário, estaremos no caminho do caos generalizado."
Wagner Fernandes Guardia (São Vicente, SP)

São Paulo
"Em relação à afirmação de que "o plano para a Luz avançou pouco até hoje", o editorial "Operação Glicério" (Opinião, 18/2) está mal-informado. Para responder a 30 anos de descaso em apenas um ano, os avanços da Prefeitura de São Paulo são os seguintes: 1) uma lei de incentivos fiscais foi enviada em 16 de setembro passado à Câmara pelo prefeito José Serra; 2) essa lei, que estimula a instalação de empresas de tecnologia e outros serviços, foi aprovada em 30 de novembro de 2005 e regulamentada em 14 de fevereiro deste ano; 3) a área foi declarada de utilidade pública (6/9/2005), possibilitando sua revitalização urbanística; 4) fecharam-se 37 hotéis, 15 ferros-velhos e 14 agências de turismo irregulares; 5) todos os imóveis da área estão atualmente sendo medidos e avaliados para posterior desapropriação, de acordo com a lei -o que demanda tempo; 6) vamos manter e estimular a vocação econômica já instalada na região, sobretudo na Santa Ifigênia, sempre dentro da lei; 7) o projeto urbanístico tem sido apresentado a representantes de moradores, associações comerciais, empresas de serviço, entidades de classe -como o Secovi- etc; 8) a prefeitura já escolheu onde serão construídas as novas sedes da Subprefeitura da Sé, do Prodam e a base da Guarda Civil Metropolitana. No caso da operação no Glicério, noto, finalmente, que o editorial apóia as medidas, o que me deixa satisfeito, mas evita endossar o presente em função de dúvidas sobre o futuro. Ou, como diria José Simão, "tucanaram" o elogio."
Andrea Matarazzo, secretário de Serviços e Subprefeito da Sé (São Paulo, SP)

85 anos
A Folha agradece as mensagens pela passagem de seus 85 anos recebidas de: Gabriel Chalita, secretário de Estado da Educação de São Paulo (São Paulo, SP); Paulo Maluf (São Paulo, SP); José Raymundo de Sant'anna, professor da Faculdade de Direito da UFBA e segundo diretor-secretário da Anaad -Associação Nacional dos Advogados Afrodescendentes (Salvador, BA); Valdeir Fernandes de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Empregados Rurais de Flórida Paulista (Flórida Paulista, SP); Abel José Nunes Júnior, gerente regional da Info4 -Sistemas de Informação S.A (São Paulo, SP); Jonas Greb, advogado (São Paulo, SP); Francisco Marcos Júnior (São Paulo, SP).


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