São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011 |
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MELCHIADES FILHO Dieta dos pontos BRASÍLIA - Além de confortar a presidente, o ótimo resultado no primeiro Datafolha terá imediato impacto político no governo Dilma. A aprovação recorde em início de mandato (47% de ótimo/bom; 7% de ruim/péssimo) dá ao Planalto força e tranquilidade para completar o segundo e o terceiro escalões. Peemedebistas e outros aliados insatisfeitos com a distribuição de cargos e verbas terão de adiar o bote. Não há clima para insurreição. Acostumado a replicar a temperatura do jogo da fisiologia, o Congresso deve atravessar um período pouco turbulento. Isso não é trivial. Dilma já tinha o comando da Câmara e do Senado e, em tese, maioria suficiente para aprovar mudanças constitucionais. Adicione o cenário de baixa temperatura e uma oposição estilhaçada e/ou "disposta a colaborar". Subitamente, trambolhos que serviam como terapia ocupacional para o Legislativo ganham perspectiva de votação. Reforma tributária, reforma política, reforma previdenciária, nunca o ambiente político foi tão favorável para que esses assuntos sejam finalmente tratados em plenário. Em bloco ou, como o Planalto prefere, para não abusar da sorte, em pílulas -uma medida para coibir a guerra fiscal nos Estados e a farra de benefícios nos portos, outra para substituir o fator previdenciário na aposentadoria, outra para permitir as trocas partidárias úteis ao desenho dos palanques de 2012 etc. Há um aspecto lateral, mas significativo na pesquisa do Datafolha: o brasileiro não se mostra até aqui disposto a endeusar Dilma. No comparativo de imagem com o Lula de 2003, ela perde em quase tudo: é vista como menos simpática, humilde, sincera, respeitosa com os pobres e, até, menos trabalhadora do que o antecessor. Dilma ganha apenas em dois atributos. É mais inteligente e... mais autoritária. Uma presidente intransigente e, também por causa disso, popular? Nunca antes na... melchiades.filho@grupofolha.com.br Texto Anterior: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Yes, we créu! Próximo Texto: Rio de Janeiro - Ruy Castro: A cola e a escola Índice | Comunicar Erros |
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