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SALDO EM ALTA
Nos primeiros quatro meses
de 2002, o comércio exterior
brasileiro acumulou superávit de
US$ 1,5 bilhão, o que colaborou para
uma relativa melhora das contas externas. No mesmo período de 2001, a
balança comercial havia acusado um
déficit de US$ 561 milhões. Houve,
portanto, uma variação de US$ 2 bilhões. Trata-se de um bom resultado, pois o país precisa acumular superávits comerciais para assegurar
uma trajetória de crescimento menos sujeita às vicissitudes dos mercados financeiros internacionais.
Todavia o saldo comercial ainda
parece pouco sustentável, pois não
resulta da expansão das vendas externas, mas de uma queda menor nas
exportações do que a registrada nas
importações. A tendência se mantém mesmo se for excluído o efeito
da crise argentina no comércio externo brasileiro. Todos os principais
mercados (Mercosul, EUA, UE e Japão) compraram menos mercadorias. A retração da economia mundial e a queda nos preços das commodities (em grande parte causada
pelo protecionismo e pelos subsídios dos países desenvolvidos) explicam esse fraco desempenho.
Já as importações brasileiras caíram acentuadamente na indústria de
tratores, automóveis e televisores. Os
maiores declínios foram registrados
em equipamentos de telecomunicação, computadores e equipamentos
para geração e transmissão de energia. É prematuro afirmar que esse resultado decorreu de uma agressiva
substituição de importações. É mais
provável que esteja associado à queda no consumo e no investimento
domésticos.
Diante disso, torna-se cada vez
mais premente a necessidade de políticas setoriais, mediante a oferta de
infra-estrutura para uns, de estratégias de acesso a mercados para outros e de financiamento, por exemplo, para setores intensivos em capital e tecnologia. Tais medidas não
necessariamente implicam mais
gasto público, mas sinalização de
possíveis direções, formulação de
metas e exigência de contrapartidas
do setor privado.
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