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Posições perdidas
Brasil tem queda em ranking de ambiente para negócios; ineficiência governamental faz o país retroceder à 44ª colocação ocupada em 2006
O ambiente para negócios no
Brasil, sempre um dos pontos fracos do país, deteriorou-se. É o que
indica ranking global de competitividade divulgado nesta semana.
Após três anos em que galgava
lentamente posições, o Brasil caiu
da 38ª para a 44ª colocação. O estudo abrangeu 59 países.
Rankings, pelo simples fato de
buscar comparar elementos nem
sempre comparáveis, não devem
ser recebidos como atestados definitivos. No entanto parece inegável que os problemas apontados
pelo trabalho são muito reais.
A pesquisa, produzida pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Administração, da
Suíça, em parceria no Brasil com a
Fundação Dom Cabral, analisa 20
itens. Foram reunidos em quatro
grupos -desempenho econômico, eficiência do governo, eficiência dos negócios e infraestrutura.
Chama a atenção, sob o aspecto
negativo, que o Brasil seja o país
que registra, entre todos os analisados, a maior diferença entre a
eficiência dos negócios (29ª posição) e a do governo (55ª).
Um fator alarmante reside no
fato de que, a despeito do desempenho econômico positivo do país
nos últimos anos, problemas estruturais que travam o ambiente
de negócios não foram atacados.
Desafios históricos, como o
emaranhado tributário e a infraestrutura deficiente, continuam a
emperrar empreendimentos e tornar um pesadelo os planos de
quem almeja investir no país. Soma-se a isso o câmbio sobrevalorizado, que torna mais vantajoso
importar do que produzir.
O crescimento recente acabou,
ironicamente, por erguer novas
barreiras. O mercado de trabalho
aquecido leva a salários que não
condizem com a produtividade da
mão de obra, no contexto do mercado internacional. A maioria dos
trabalhadores brasileiros tem formação ainda distante da ideal.
A receita para fugir da armadilha da falta de competitividade é
conhecida, mas nunca levada a
cabo: simplificar a legislação tributária, desburocratizar as regras
para negócios, melhorar a infraestrutura e investir em educação.
O primeiro passo é abandonar a
ilusão de que tudo vai bem e reconhecer que resta muito por fazer.
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