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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Juros
"O título da reportagem "Corte da taxa poderia ter sido de um ponto percentual, afirma Mantega" (Dinheiro, pág. B4, 19/ 6) leva o leitor a deduzir que eu teria criticado a redução de meio ponto percentual na taxa de juros, quando a minha declaração, reproduzida fora do contexto, era uma resposta a uma pergunta da repórter, que indagava se o corte poderia ter sido de 1% ou mais.
Na verdade, ainda esclareci que a decisão do Copom marcava o ponto de inflexão da política monetária, o início de um processo de redução da taxa de juros."
Guido Mantega, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão (Brasília, DF)

Aula no livro
"Como diretor do Instituto Cidadania e membro da equipe de coordenação do Projeto Reforma Política, gostaria de retificar interpretações contidas no texto "Chico Nikolai de Oliveira Kondratieff", de Elio Gaspari (Brasil, pág. A8, 15/6).
1. Em nenhum momento o presidente Luiz Inácio Lula da Silva censurou ou vetou a inclusão da aula magna do professor Francisco de Oliveira -ministrada em 17/2 na USP- no livro "Reforma Política e Cidadania", a ser lançado pela Editora Fundação Perseu Abramo.
2. O presidente Lula, consultado pelos organizadores do livro, só manifestou a opinião de que não estava no escopo do projeto inicial a discussão sobre autonomia do BC.
3. Com a opinião do presidente estavam de acordo os dois outros integrantes da coordenação do projeto: a professora Maria Victoria Benevides e eu.
4. Em reunião entre Maria Victoria, o professor Francisco de Oliveira e mim, ninguém "cutucou a ferocidade" do professor.
5. A solução acordada nessa reunião foi para que não se incluísse a conferência da USP no livro, encaminhando-a para publicação na revista "Teoria e Debate", cuja tiragem é bem superior, como reconheceu Elio Gaspari, descaracterizando-se a idéia de censura ou de veto.
6. Não se ofereceu nenhuma "monstruosidade" a Francisco de Oliveira, havendo concordância com a decisão por ele comunicada de não figurar como organizador do livro, embora não levantasse restrições à inclusão do trabalho que escreveu em conjunto com Maria Célia Paoli e Cibele Saliba Rezek nem se tenha recusado a apresentar o livro à Comissão Especial de Reforma Política da Câmara.
7. Pela sua estatura intelectual e moral e pela longa folha de serviços prestados à causa da democracia, ao PT, à CUT e ao Instituto Cidadania, o professor Francisco de Oliveira tem autoridade suficiente para discordar de qualquer encaminhamento dos organizadores do livro, assim como tem autoridade para manifestar sua discordância quanto à condução que vem sendo dada pelo presidente Lula ao novo governo da República.
8. Nenhuma de suas críticas ou discordâncias abalará o orgulho que o Instituto Cidadania manifesta por tê-lo como membro de seu Conselho Consultivo, o que torna descabida sua comparação a Kondratieff para forçar uma injustificável associação de Lula com Stálin."
Paulo Vannuchi, diretor do Instituto Cidadania (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Elio Gaspari - Encaminho a resposta do professor Francisco de Oliveira: "Tendo em vista a carta de Paulo Vannuchi, eu reafirmo que o veto à inclusão do meu artigo no livro "Reforma Política e Cidadania" veio do presidente Lula. Quem definiu o escopo do trabalho foi a comissão encabeçada por mim, e não o presidente Lula".

Aposentadoria
"O presidente Lula, ao defender o que considera reforma da Previdência Social, indagou por que um cortador de cana tem de se aposentar aos 60 anos de idade e um professor aos 53? A resposta é simples: um cortador de cana começa a trabalhar muito jovem, mas sem carteira assinada. Não tem como comprovar a sua contribuição, muito menos a do empregador, como ocorreu na fazenda do deputado Inocêncio de Oliveira.
Culpa do governo, que não faz cumprir nem a CLT nem a própria lei da Previdência Social."
Pedro do Coutto (Rio de Janeiro, RJ)

Veracidade
"O povo começa a procurar saber se o que o governo diz é realmente verídico. A respeito do que está acontecendo com a reforma da Previdência, cujo alvo é o funcionário público, gostaria de convidar o povo a fazer um levantamento de salários.
Conheço um médico (funcionário público municipal) com 22 anos de experiência que ganha R$ 13 por hora de trabalho prestado à população.
É bom que o povo analise bem a reforma, porque o funcionário que o atende ganha, na maioria das vezes, um "salário-esmola".
Essa perseguição do governo Lula ao funcionário público vai traduzir-se em um pior atendimento em todos os setores públicos, que, por sinal, já têm péssima qualidade."
Ney Dias (Taubaté, SP)

Nheengatu
"Fiquei estupefato ao ler a notícia de que o governo cogita proibir um programa de rádio transmitido para 370 mil pessoas em Mato Grosso do Sul por considerar ilegal o nheengatu -língua originária do tupi, que está sendo vista como "língua estrangeira" ("Governo discute se programa para índios é ilegal", Ilustrada, 18/6).
Mas qual era o idioma falado no Brasil antes da chegada dos chamados "colonizadores'? Com certeza, todas as línguas dos índios, e não o português."
Maurício Paredes Saraiva, funcionário da Funai (Londrina, PR)

Papel político
"O trabalho da imprensa é contribuir para a história. Nesse sentido, a Folha está de parabéns.
Foi excelente a reportagem sobre o estudo do professor Alberto Borges Matias ("Juro alto é para manter sistema, diz estudo", Dinheiro, pág. B6), que examina o sistema financeiro e os bastidores da politica econômica a partir de 1994, principalmente quando revela o papel "político" dos bancos.
O tema merece reflexão e mais pesquisa do jornalismo investigativo."
Lael Sampaio de Araújo (São Paulo, SP)

Longeva crise
"Qualquer pessoa minimamente bem informada sabe que a longeva crise econômica brasileira tem suas raízes nos diversos planos infalíveis levados a cabo há muito tempo por pessoas incompetentes ou de má-fé.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso poderia perfeitamente ter feito a mesma coisa que Lula et caterva fazem diariamente, ou seja, atribuir a outros as suas responsabilidades.
Estadista e cavalheiro, preferiu segurar a onda, como se diz atualmente.
Já Lula responde às críticas do ex-presidente no site do PSDB afirmando que FHC foi o grande responsável pela crise -sendo assim, a um só tempo, ignorante e deselegante.
Fazer o quê? Aguardar que acabe a lua-de-mel e mostrar ao PT que boas intenções não são propriedade de partido nenhum."
Kleber Santos Patricio (Indaiatuba, SP)

Regras
"Parabenizo Carlos Heitor Cony e agradeço-lhe a pela sensibilidade e isenção demonstradas no artigo "As regras do jogo" (Opinião, pág. A2, 18/6), sobre a reforma da Previdência. São jornalistas assim que resgatam a nossa fé na mídia e a nossa esperança na Justiça."
Fátima Starling (Ribeirão Preto, SP)

Novo ministério
"O caso "Banestado" vai acabar em pizza, pois envolve os donos do poder -e esses são intocáveis.
A grana envolvida é tanta que, para investigar o caso, em lugar de uma CPI, seria mais apropriado criar um ministério."
Sidney Borges (Ubatuba, SP)


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