São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Saúde
"Com referência ao artigo "Saúde à venda nos hospitais universitários" ("Tendências/Debates", pág. A3, 20/8), do professor José Aristodemo Pinotti, que começa com a frase "Recentemente, uma fundação ligada à Faculdade de Economia da USP, a Fipecafi, organizou um curso de graduação pago, usando fundos da universidade", gostaria de dizer que a frase não condiz com a verdade. Por isso cumpre-nos o dever de esclarecer, publicamente, o seguinte. A Fipecafi -Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras- é uma entidade de direito privado, constituída em 1.8.74 por professores do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP, que tem o objetivo primordial de apoiar as atividades de ensino, de pesquisa e de extensão universitária do referido departamento. As fontes de recursos da Fipecafi são provenientes unicamente de receitas próprias, originadas dos diversos cursos que oferece (MBAs e outros), da prestação de serviços de consultoria e de direitos autorais de diversos livros publicados, alguns dois quais reeditados por várias vezes. A Fipecafi não recebe -nem nunca recebeu!- recurso de nenhuma espécie da Universidade de São Paulo. De acordo com regras emanadas da Universidade de São Paulo, a Fipecafi recolhe à referida universidade um percentual da receita que recebe das atividades que realiza, conforme normas preestabelecidas pela reitoria ou com base em valores discutidos entre a direção da Fipecafi, o Departamento de Contabilidade da FEA/USP e a própria Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. Conforme já amplamente divulgado por diversos veículos de comunicação, até mesmo por este jornal, o curso de graduação referido no artigo é o de "Ciências Atuariais" -que desde 1992 não é oferecido pela USP. O curso visa a atender à demanda por esse tipo de conhecimento, o que a Fipecafi procurou fazer, desde 1993, ao criar condições necessárias para que a própria USP voltasse a oferecê-lo -de forma gratuita. Para viabilizar esse curso, pela USP, a Fipecafi arcaria com a totalidade dos custos. Como existe demanda reprimida para o curso de Ciências Atuariais, cujo registro foi solicitado ao MEC, o curso seria também oferecido a todos os interessados, indistintamente, desde que tivessem o 2º grau completo. Por se tratar de atividade própria da fundação, o mencionado curso seria oferecido nas dependências da Fipecafi, ou seja, fora do campus da USP, e seriam cobradas dos alunos as mensalidades para cobrir os custos da nova atividade. Outro aspecto que deve ser esclarecido refere-se à cobrança do curso em nossas instalações. A Fipecafi mantém firme e inalterado o compromisso com a USP de viabilizar o curso, gratuito, de Ciências Atuariais no campus da universidade. Já um segundo curso, gerado pela demanda do mercado, ministrado na sede da fundação, teria de ter pelo menos seus custos operacionais cobertos, uma vez que a fundação não conseguiria arcar com os dois."
Iran Siqueira Lima, professor, presidente da Fipecafi (São Paulo, SP)

Balões
"Até quando vidas serão colocadas em risco por causa de pessoas inconsequentes como os baloeiros? Cabe aos vizinhos revelar esse tipo de "suicídio coletivo", como o que ocorreu no último sábado na zona norte de São Paulo. Por toda a cidade, existem grupos que não medem as consequências desse hobby. É dever da vizinhança estar alerta para não sofrer as absurdas consequências."
Sônia Nascimento (São Paulo, SP)

Carteirinhas
"A União Sorocabana dos Estudantes apóia a medida provisória do governo federal que dá o direito à meia- entrada a todos os jovens de até 18 anos mediante a apresentação do documento de identidade e aos jovens universitários mediante apresentação de documento da instituição de ensino superior."
Rodrigo Ruiz, presidente da União Sorocabana dos Estudantes (Sorocaba, SP)

Plínio Marcos
"Sobre a publicação dos textos teatrais de Plínio Marcos, comentada na nota "Os excluídos" da coluna de Mônica Bergamo (Ilustrada, pág. E2, 17/8), informo que a Funarte reafirma o desejo de publicação das obras completas de Plínio Marcos, projeto relevante da instituição. Até a presente data, a edição não pôde ser encaminhada porque o material a ser levantado pela jornalista Vera Artaxo não foi concluído. Em contato com os outros herdeiros, ficou patente o desinteresse em qualquer querela jurídica e o cuidado na edição do livro, que passa a ser uma publicação definitiva sobre a produção dramatúrgica de Plínio Marcos."
Tomás de Aquino Chaves de Melo, diretor do Departamento de Planejamento e Administração da Funarte -Fundação Nacional de Arte (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta da colunista Mônica Bergamo - Entrevistado pela Folha, o presidente da Funarte, Marcio de Souza, nada disse a respeito de suposto atraso em trabalho de Vera Artaxo. A posição dos herdeiros, por meio de seu advogado, Iberê Bandeira de Mello, foi registrada na coluna.

Inflação
"Mais que perfeito o editorial "Inflação disfarçada" (Opinião, pág. A2, 20/8). Todos minimamente inteligentes sabemos que essa inflação que nos vem sendo vendida pelo governo -de 5,1% para este ano- é falaciosa. A verdadeira inflação de há muito já atingiu a casa dos dois dígitos, e os reais valores somente virão à tona em janeiro de 2003."
Rui Ernesto Otto Behr (São Paulo, SP)

Maranhão
"Praticamente todos os jornais têm dado, nos últimos dias, destaque à intenção do PFL de promover a candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República, baseando-se na "modernidade" da governadora do Maranhão. Ora, a família Sarney está no poder no Estado há 30 anos -quase sete só com Roseana-, e o Maranhão, no entanto, tem 62% de sua população abaixo da linha da pobreza e compete acirradamente com o Piauí pelos piores índices sociais no Brasil. O Estado não tem um hospital de boa categoria, como atestam as frequentes vindas de membros da família a São Paulo até para cuidar de prosaicos problemas gástricos. Mas, "em compensação", o povo maranhense tem o Memorial José Sarney. Se isso é ser moderno, gostaria de saber o que o PFL considera atraso."
Celso Balloti (São Paulo, SP)

Dois pesos
"O PT "diet" enfia os pés pelas mãos quando se trata de privatizações. Os deputados petistas são contra a privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia) e mostram isso lá na Assembléia, em Curitiba. Por aqui, em Londrina, o prefeito petista é a favor da privatização da Sercomtel celular. Essa falta de diretriz do partido deixa claro que é só uma questão de estar no poder para desejar se desfazer do bem público. Mas, se o município, o Estado ou a União quiserem ter empresas competitivas, é fácil. É só não fazer dessas empresas cabides de empregos que elas se darão muito bem no mercado. As pessoas perdem muito tempo pensando em privatização ou em não-privatização quando, na verdade, é com a "administração do bem público" que devem se preocupar."
Roberto Teixeira (Londrina, PR)



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