|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O FIM DO RODíZIO
O término do rodízio de carros
aproxima-se, sem que os governos
municipal e estadual tenham apresentado até agora alternativas para
amenizar os problemas da poluição e
do trânsito em São Paulo. O impacto
sobre a população será grande.
A partir do dia 30 -ou já de sexta-feira, se a duração do rodízio for
abreviada, como querem alguns- a
frota crescerá 20% nos dias úteis.
É verdade que, durante os meses em
que vigorou a operação, a qualidade
do ar infelizmente esteve ruim em diversas áreas. Mas, longe de ser uma
solução, o rodízio é a providência
mais imediata que se pode tomar.
Segundo pesquisa do Datafolha
realizada em julho, cerca de 72% da
população de São Paulo é a favor de
que a medida dure o ano todo. Apesar do desconforto e do fato de que,
no ritmo atual de crescimento da frota, a eficácia da medida nos próximos anos seria praticamente nula, a
maioria dos entrevistados ainda considera que o rodízio de automóveis é
o menor dos males.
Os governos, por sua vez, se colocam na contramão da importância
que a população confere ao problema. Lamentavelmente, quase nada
foi feito para melhorar o trânsito, o
transporte público ou o controle de
poluentes. Ainda que de eficiência
duvidosa, recente projeto da prefeitura que impede a circulação de veículos em horários de pico não vem
merecendo o empenho do Executivo
municipal para a sua aprovação.
É preciso respeitar a vontade da
maioria da população, que quer a
manutenção do rodízio, vinculada a
um compromisso dos governos de
apresentar um planejamento sério a
longo prazo para a questão.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|