São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997.



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O FIM DO RODíZIO

O término do rodízio de carros aproxima-se, sem que os governos municipal e estadual tenham apresentado até agora alternativas para amenizar os problemas da poluição e do trânsito em São Paulo. O impacto sobre a população será grande.
A partir do dia 30 -ou já de sexta-feira, se a duração do rodízio for abreviada, como querem alguns- a frota crescerá 20% nos dias úteis.
É verdade que, durante os meses em que vigorou a operação, a qualidade do ar infelizmente esteve ruim em diversas áreas. Mas, longe de ser uma solução, o rodízio é a providência mais imediata que se pode tomar.
Segundo pesquisa do Datafolha realizada em julho, cerca de 72% da população de São Paulo é a favor de que a medida dure o ano todo. Apesar do desconforto e do fato de que, no ritmo atual de crescimento da frota, a eficácia da medida nos próximos anos seria praticamente nula, a maioria dos entrevistados ainda considera que o rodízio de automóveis é o menor dos males.
Os governos, por sua vez, se colocam na contramão da importância que a população confere ao problema. Lamentavelmente, quase nada foi feito para melhorar o trânsito, o transporte público ou o controle de poluentes. Ainda que de eficiência duvidosa, recente projeto da prefeitura que impede a circulação de veículos em horários de pico não vem merecendo o empenho do Executivo municipal para a sua aprovação.
É preciso respeitar a vontade da maioria da população, que quer a manutenção do rodízio, vinculada a um compromisso dos governos de apresentar um planejamento sério a longo prazo para a questão.





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