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Droga, crime, nós
"Na página policial, traficantes
abatem um helicóptero da polícia,
morrem policiais. Vemos enterros,
lágrimas...
No caderno cultural: Pega fogo
parte do acervo de Hélio Oiticica,
autor da obra "Seja marginal, seja
herói".
Página policial: Bandido que comandou ataque tinha sido beneficiado pela lei.
No caderno cultural, vemos que
Hélio Oiticica, artista de renome internacional, tinha intimidade com
drogas e é também autor de "Cosmococa".
Na página policial, diz-se que a
operação dos traficantes foi comandada de dentro de presídios.
No caderno cultural, lê-se que a
obra "Cosmococa" vai ser entronizada em Inhotim, museu-jardim da
arte contemporânea.
AFFONSO ROMANO DE SANT'ANA , autor de "Nós, os
que Matamos Tim Lopes" (Rio de Janeiro, RJ)
"Gostaria de parabenizar o fotógrafo Felipe Dana e os responsáveis
pela seleção de imagens pela publicação da foto do policial em patrulha na favela do Jacarezinho (Primeira Página, ontem). Nenhum
ensaio sobre a banalização da violência e sobre a militarização dos
espaços públicos seria mais claro
do que a imagem de pessoas tomando café ao lado de um militar
armado, de vigília.
Os dizeres "volte sempre", estampados no muro, são a metáfora perfeita para a falta de solução desse
conflito, cujo número de vítimas
não para de crescer.
Sorte do Brasil que imagens como essa não foram incluídas no vídeo promocional que ajudou o Rio
a conquistar a Olimpíada de 2016."
PEDRO VALADARES (Brasília, DF)
"Estudiosos e políticos afirmam
que a questão da violência no Rio
pode ser comparada a um problema
de "oferta e demanda" de mercado,
no qual os traficantes disputam
seus clientes a qualquer custo. Se isso é real, pouco se falou dos anônimos consumidores, fundamentais
no processo. Ora, há um universo
imenso de cidadãos que não dispensam sua cheiradinha ou seu baseado em festinhas chiques, casas de
família, reuniões de amigos.
Todos sabem que a droga é "legal"
e socialmente aceita em determinadas rodas artísticas, intelectuais,
moderninhas... Depois, são estes
mesmos que reclamam, indignados, do terrível problema que assola
a cidade. É muita hipocrisia."
FERNANDO FABBRINI (Belo Horizonte, MG)
Câmara
"Sobre o editorial "A política se
renova" (Opinião, 19/10), a Câmara
informa que a página da Presidência da Casa é um serviço de prestação de contas e de transparência
que passou a ser oferecido em
www.camara.gov.br, onde o internauta encontrará informações
sobre pauta de votações em plenário, projetos em tramitação e respostas do presidente da Câmara a
questionamentos de cidadãos.
A página da Presidência se limita
a divulgar as atividades institucionais e parlamentares, sem focar
compromissos partidários e políticos fora do Parlamento. Outras páginas também aumentam a transparência da produção legislativa. A
principal delas é a transmissão ao
vivo de todas as reuniões das 22 comissões permanentes da Casa."
FRANCISCO BRANDÃO , assessor de imprensa da
Câmara dos Deputados (Brasília, DF)
Dilma x Lina
"É espantosa a desfaçatez da ministra Dilma diante das provas
apresentadas por Lina Vieira. "Deu
o caso por encerrado", simples assim. Imagine o que está para vir se é
tão fácil para ela negar evidências
gritantes."
SILVIA TAKESHITA DE TOLEDO (São Paulo, SP)
Renda mínima
"Estranho Fernando de Barros e
Silva (Opinião, 19/10) considerar a
renda mínima um brinquedo. Em
8/11/97, a Folha trouxe o editorial
"Renda mínima", onde conclamava
o Brasil a considerá-la seriamente.
O jornalista conhece a lei 10.835/
2004, aprovada por todos os partidos no Congresso e sancionada pelo presidente Lula, que institui a
Renda Básica de Cidadania para todos no Brasil. Diz a lei que a RBC
será instituída por etapas, a critério
do Poder Executivo, começando
pelos mais necessitados, como faz o
Bolsa Família.
Os laureados com o Nobel de
Economia James Edward Meade,
James Tobin, Robert Solow e Jan
Tinbergen estão entre os que recomendam fortemente a todos os países que adotem uma RB Incondicional.
O professor Philippe Van Parijs,
da Universidade de Harvard e da
Universidade Católica de Louvain,
considera que o maior avanço da
humanidade no século 19 foi a abolição da escravatura, no século 20, o
sufrágio universal e, no século 21,
será a RBC.
Sabrina Sato classificou-me de
Super-Homem por defender a
RBC. Fiquei feliz, sorri, o que faz
bem. Admito: não deveria ter vestido o calção sobre o terno. Pedi aos
responsáveis pelo "Pânico" para que
não transmitissem a cena. Com
respeito, me atenderam."
EDUARDO MATARAZZO SUPLICY , senador PT-SP
(Brasília, DF)
Banda larga
"O processo de elaboração do decreto que isentou do ICMS os serviços de banda larga popular, anunciado pelo governador José Serra,
transcorreu dentro de parâmetros
de total transparência, com participação efetiva de operadoras e do governo. Mas a reportagem "Serra
anuncia banda larga para baixa renda" (Dinheiro, 16/10) leva o leitor a
acreditar que não houve amplo debate e que apenas a Telefônica teve
acesso às informações.
Desde abril de 2008, quando o
projeto começou a ser elaborado, a
Secretaria da Fazenda convidou
Telefônica e Net, as únicas que ofereciam internet banda larga a pessoas físicas à época, para tratar do
assunto. Num segundo momento
(entre maio e junho de 2009), foram realizadas reuniões com todas
as operadoras de celulares, incluindo a Acel, entidade que representa
o setor. Elas também mantiveram
encontros separadamente na Secretaria da Fazenda para definir os
últimos detalhes do programa.
A menos de 90 dias da assinatura
do decreto, já na fase de detalhamento do modelo, o secretário da
Fazenda recebeu representantes
da Telefônica (27 de julho) e da Net
(3 de agosto). Da reunião da Net
participaram quatro executivos,
um deles o próprio vice-presidente,
Eduardo Aspesi, que à Folha disse
desconhecer o decreto. No dia 6 de
agosto, o secretário voltou a receber o presidente da Acel e um representante de cada empresa de telefonia celular."
FÁBIO CUNHA , coordenador da assessoria de comunicação da Secretaria da Fazenda
(São Paulo, SP)
Resposta dos jornalistas Elvira
Lobato e Julio Wiziack - As informações foram fornecidas pelos presidentes das operadoras.
Nas entrevistas, gravadas, os
executivos confirmaram as
conversas com o governo, mas
disseram desconhecer o texto
final do decreto. A Net chegou a
enviar nota à Redação comunicando o fato.
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