São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Pesquisa
"Estarrecedora a reportagem "Psicólogos tentam impedir pesquisa com homicidas" (Ciência, 21/1), sobre um grupo de psicólogos, educadores e antropólogos atacar a realização de estudos com jovens homicidas. É difícil acreditar que profissionais com um mínimo de informação possam encarar a pesquisa científica no campo da neurociência como eugenia. Como se não bastasse a ministra Marina Silva pregar o ensino do criacionismo, temos agora um grupo de profissionais de nível superior querendo condenar a pesquisa num campo que tem evoluído no mundo todo. Pior ainda é a utilização de um discurso em defesa das crianças como justificativa para tal prática. Lamentável!"
FRANCISCO CARLOS RUIZ , médico psiquiatra (Indaiatuba, SP)
 

"Já havia estranhado quando a Folha publicou a primeira notícia sobre a pesquisa que pretende mapear cérebro de adolescentes homicidas, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. E estranhei também a reportagem de ontem, em que se expõem as posições dos que rejeitam a pesquisa e dos que a defendem: ninguém comenta o fato de a pesquisa se estender apenas aos 50 jovens internos da Fase -a ex-Febem gaúcha. Será que jovens bem-nascidos que matam pais, irmãos, avós, índios, mendigos, empregadas domésticas, espectadores de cinema, torcedores de futebol, namorados, amigos, colegas e professores também não merecem que seus cérebros sejam mapeados? Ou será que só ficaram de fora por uma questão logística, já que estão espalhados por clínicas, casas de tutores ou, na pior das hipóteses, presos, mas em celas que combinam com seu status social?"
LANA NOWIKOW (São Paulo, SP)
 

"O erro fundamental da nota de repúdio à pesquisa com homicidas em Porto Alegre foi o de confundir "associação" com "causa". Pesquisas envolvendo neuroimagem buscam localizar áreas cerebrais que estejam "associadas" a emoções e comportamentos cujas "causas" podem ser várias. Achar que tais fenômenos são "causados" por uma área cerebral, contudo, é um reducionismo que não faz parte do projeto de pesquisa desses e de nenhum outro neurocientista. Se o estudo buscasse uma área do cérebro que fosse "a causa" da violência, ignorando a complexidade do tema, a nota de repúdio teria sentido; como o projeto não se propõe a isso, a polêmica nem se sustenta."
DANIEL MARTINS DE BARROS , psiquiatra, coordenador médico do Núcleo de Psiquiatria Forense do Hospital das Clínicas da USP (São Paulo, SP)

Educação
"Em relação ao texto "Um em cada cinco jovens não completou o ensino fundamental" (Cotidiano, 21/1), o Ministério da Educação esclarece, com base nos dados do Pnad/IBGE, que levantamentos anteriores comprovam uma redução acentuada na evasão de estudantes do ensino fundamental. Em 1996, para uma população estudantil de 25,3 milhões de jovens entre 18 e 29 anos, 42,51% não concluíram seus estudos. Em 2002, este número caiu para 30,99% e, em 2006, para 21,89%. O Ministério da Educação espera que com o Fundeb e com o Plano de Desenvolvimento da Educação haja uma aceleração na queda do número de estudantes que não concluem o ensino fundamental."
NUNZIO BRIGUGLIO , assessoria de comunicação social do Ministério da Educação (Brasília, DF)

Criacionismo
"Lamentável o editorial "Criacionismo, não" (Opinião, 20/01), expressão de uma tentação totalitária epistemológica e de um anacrônico cienticismo: a dogmática excludente do saber. Não há "ciência", mas métodos científicos, tão diversos quanto os da física, da biologia ou da sociologia, com diversas escolas de pensamento e teorias, todas com discursos provisórios. A pósmodernidade vem, felizmente, promovendo a interdisciplinaridade, o uso simultâneo de diversos marcos teóricos e a complementaridade entre o científico, o filosófico, o teológico, o intuitivo e o místico, em um holismo próprio à multidimensionalidade do ser e do saber. Congratulações à ministra Marina Silva por, como democrata, defender o direito à liberdade de cátedra e à livre circulação de idéias e pesquisas (sejam evolucionistas, criacionistas ou outras quaisquer), sem patrulhamentos ideológicos, no fundo, tão anticientíficos."
ROBINSON CAVALCANTI , bispo diocesano da diocese do Recife da Comunhão Anglicana (Recife, PE)

Ambiente
"No artigo "Fantasia plástica" ("Tendências/Debates", 21/1), o secretário paulista do Meio Ambiente, Xico Graziano, afirma que movi uma ação popular contra ele por causa do veto do governo Serra ao projeto de lei que obrigaria os comerciantes a adotarem sacolas fabricadas com plástico oxibiodegradável. Isso é mentira. Ingressei, sim, com uma ação na Justiça, mas para tentar impedir que Graziano continue utilizando o site da Secretaria Estadual do Meio Ambiente como ferramenta de autopromoção. Em relação ao plástico oxibiodegradável, seguirei trabalhando para derrubar o veto ao projeto apresentado e aprovado, por unanimidade, na Assembléia Legislativa. Xico Graziano finge que existe uma política de Meio Ambiente no Estado de São Paulo. Acredita quem quiser."
SEBASTIÃO ALMEIDA , deputado estadual pelo PT (São Paulo, SP)

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